Taxa de ocupação dos estádios em parte das decisões de domingo foi boa

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O último domingo foi dia de finais do Nordeste ao Sul do Brasil. Grande parte dos principais Campeonatos Estaduais começaram a ser decididos no dia 6 de abril - a exceção foi o Gauchão, cujo primeiro jogo foi no último dia 30. E o saldo da presença de público nos estádios que receberam tais jogos foi positivo. As finais em Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná receberam ótimos públicos, assim como indicaram as taxas de ocupação da Arena Independência, Arena Joinville e estádio do Café, respectivamente. São Paulo e Bahia também apresentaram bons números. Já os clássicos de Rio de Janeiro e Goiás decepcionaram.

Veja abaixo a taxa de ocupação de cada estádio, qual foi o público pagante do jogo em questão e quantos ingressos estavam à venda.

Arena Independência – 97,06%
O primeiro clássico entre Atlético-MG e Cruzeiro, de mando do Galo e disputado na Arena Independência, bateu o recorde de público, reinaugurado em abril de 2012 com o amistoso entre América-MG e Argentinos Juniors. Dos 23.018 ingressos disponíveis, os torcedores do Atlético adquiriram 22.342 - o Cruzeiro optou por não ter torcedores no jogo, o que garantiu uma taxa de ocupação de 97,06%, a maior entre os estádios que receberam decisões no domingo.

O antigo recorde havia sido registrado na 38ª e última rodada do Brasileirão-2013, quando o Atlético empatou com o Vitória, por 2 a 2. Foi o jogo que marcou a despedida do elenco atleticano antes da disputado do Mundial de Clubes. Na ocasião, 22.315 torcedores pagaram ingressos para o duelo disputado no Horto.

Arena Joinville – 94,92%
O Joinville derrotou o Figueirense diante da sua torcida, na Arena Joinville, para um público de 17.087 pagantes, o que garantiu casa praticamente cheia. Esse número proporcionou a segunda maior taxa de ocupação entre as decisões de domingo: 94,92%. A Arena poderia receber até 18 mil pagantes.

Estádio do Café – 92,50%
A final da centésima edição do Campeonato Paranaense entre Londrina e Maringá foi inesperada. E os dois times do Interior fizeram bonito dentro de campo – empate em 2 a 2 – e fora dele. O Estádio do Café poderia receber 29 mil pagantes e 26.827 torcedores pagaram ingressos. A taxa de ocupação: 92,50%.

Pacaembu – 82,16%
O Pacaembu não lotou, mas recebeu um bom público no primeiro jogo da decisão do Paulista. 27.114 torcedores adquiram entradas para o duelo entre Ituano e Santos, o que garantiu uma taxa de ocupação de 82,16%, a quarta maior. Fica a expectativa para que os 33 mil ingressos disponíveis sejam vendidos para o segundo jogo.

Arena Fonte Nova – 80,12%
O primeiro Ba-Vi válido pela final do Campeonato Baiano levou um bom público pagante à Arena Fonte Nova, um dos 12 palcos da Copa: 32.049. A taxa de ocupação foi de 80,12%, já que estavam à disposição exatos 40 mil ingressos, sendo 35.500 para torcedores do Bahia, o mandante do jogo, e 4.500 para os rubro-negros.

Maracanã – 36,23%
Era a primeira decisão de Carioca envolvendo Flamengo e Vasco desde 2004 e, mesmo assim, o público pagante do Maracanã ficou muito aquém do esperado para o Clássico dos Milhões: apenas 20.844. Com isso, a taxa de ocupação do Maracanã foi de 36,23%. Estavam à venda exatos 57.525 ingressos. Será que a história será diferente no jogo da volta?

Serra Dourada – 10,68%*
O fiasco do domingo veio do Campeonato Goiano. Um desavisado poderia duvidar que se tratava de uma final, pois apenas 4.062 pessoas pagaram ingresso para o primeiro Atlético-GO x Goiás no Serra Dourada. A taxa de ocupação do Serra – que poderia receber até 38 mil pessoas – foi de 10,68%.

*O mando do primeiro clássico era do Atlético, que assim como Goiás e Vila Nova vendem ingressos dos seus jogos pela "Bilheteria Digital". Com isso, não há necessidade de se colocar à venda um determinado número de ingressos. O público abaixo do esperado também pode ser explicado pelo fato de não ter acontecido nenhuma promoção no valor dos ingressos.

COM A A PALAVRA
JOÃO HENRIQUE AREIAS
Especialista em Marketing esportivo

 Achismo ainda impera. Falta uma gestão profissional no Brasil

A verdade é que não é possível analisarmos com profundidade a razão do sucesso de público em determinados jogos e o insucesso em outros. De uma   forma geral, o que vemos no Brasil, e, neste caso, não é possível citar nenhuma federação como exceção, é um modelo de gestão amadora no que tange a promoção dos jogos. Isso porque em todo o país a precificação dos ingressos, fator determinante para atração ou repulsão do público, é feito de forma empírica.

Qualquer pessoa que ligar para clubes e federações e perguntar qual foi a análise do mercado feita para determinar o preço não receberá uma resposta concreta. Tudo é feito na base do 'achismo'. Tanto nos casos em que o preços dos ingressos se apresentou como um sucesso, como em Santa Catarina e Paraná, por exemplo, quanto nos casos de fracasso como no Rio e em Goiás. O que é preciso ser implantando em todo país é uma modelo de gestão profissional. É inadmissível que a precificação dos ingressos não seja determinado por uma equipe de marketing com o conhecimento necessário para analisar e entender o mercado. Este método funcionou de forma satisfatória nos anos 70, mas é surpreendente que dirigente se reúnam e chutem preços até chegar a um meio termo, sem ter nenhum dado real sobre como o mercado se apresenta.

Qualquer estratégia para atingir o torcedor tem que se pautadas nos 4 P's do marketing: preço, praça, produto e promoção. O que não ocorre no futebol brasileiro, em que tudo é feito de forma empírica obedecendo um modelo que não funciona mais. Enquanto não houver a profissionalização de clubes e federações, vou continuar defendendo que o sucesso e o insucesso são frutos do acaso. Neste final de semana, no 'achismo', por puro empirismo, algumas estaduais acertaram no preço dos ingressos e tiveram grandes públicos. Outros, não tiveram a mesma sorte e amargaram grandes fracassos.  

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