Na Sexta-feira 13, Zé do Caixão exorciza ano de terror do Corinthians

Zé do Caixão (Foto: Ari Ferreira)
Zé do Caixão (Foto: Ari Ferreira)

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No momento em que a reportagem do LANCE!Net estacionou na frente do apartamento de Zé do Caixão, no centro de São Paulo, o fotógrafo abriu a porta do carro e seu celular caiu no buraco de um esgoto da rua. Pouco à frente, um homem que pedalava sua bicicleta se estabacou enquanto andava em linha reta, sem ninguém por perto. Logo em seguida, de camisa, calça e botinas pretas, o personagem mais marcante do terror nacional apareceu, em uma sucessão de acontecimentos digna de seus mais de 30 filmes produzidos.

Há diversas versões sobre o surgimento da lenda de que sexta-feira 13 e mesmo o próprio número dão azar. Crendice, mas que influencia comportamentos por todo o mundo.

- No Brasil, a superstição comanda. Esse negócio de sexta-feira 13 é porque todos os pensamentos ficam negativos. A coisa acaba dando errado. Nós temos uma essência de ter medo. Se todo mundo pensar coisa ruim, o mal sempre vence - afirmou o personagem, que vira e mexe se confunde com o diretor.

Crendice sim, mas que fez do 2013 do Timão um verdadeiro filme de terror, ainda que o mercado esteja em baixa hoje em dia. Tragédias como as de Oruro e da Arena, eliminação da Libertadores, selinho do Sheik, venda do Paulinho, aposentadoria do Alessandro, saída do Tite, pênalti perdido pelo Pato... passam de 13 as cenas de dar medo na Fiel.

- Tem que trocar uns dois jogadores amaldiçoados e só, porque o Mano Menezes é um técnico fantástico - confia Zé do Caixão, torcedor declarado do Timão. E, como todo fiel, ele garante a cobrança aos jogadores do elenco, ainda que em forma de praga. Como faz tradicionalmente há 50 anos:

- A todos os jogadores acomodados do Corinthians, que não dão sua garra, não colocam seu coração em jogo, que realmente levam as partidas como jogos de várzea, aqui vai a minha praga! Que seus cabelos se convertam em ácido, desçam pelos seus olhos cegando-o completamente e continuem descendo até suas partes íntimas. Que você sinta as dores do inferno por toda a eternidade!

Se para os jogadores a praga já é forte (e dizem que praga do Zé do Caixão pega), para os torcedores rivais ela é ainda pior. É capaz da torcida do Timão aumentar depois dessa...

- Para aqueles que não querem que o Corinthians chegue ao pináculo que ele realmente merece: que você sinta uma atração sexual forte por uma mulher. Que ela se entregue a você e na hora do ato sexual você broche! E nunca mais tenha relação com ela. Ficarás sempre com o seu desejo guardado! - exclamou.

PATO PRECISA MUDAR O NÚMERO PARA DAR CERTO

Zé do Caixão diz que assiste aos jogos do Corinthians sempre que possível. Em 2013, um dos momentos em que mais sofreu foi no segundo jogo das quartas de final da Copa do Brasil, quando Alexandre Pato errou o último pênalti com cavadinha e tirou o Timão do torneio.

– Eu gosto muito dele, acho um cara legal, mas não está dando certo. Perdeu vários gols, perdeu aquele pênalti, p... que pariu! Pensei que ia ter um troço, sofri para danar aquele dia – relembrou o cineasta.

Zé defende a permanência do atacante em 2014, mas cobra uma mudança na numeração da camisa por razões místicas:

– Assim como o 13 estão o 7, o 33 e o 66. Para mim esses números, até o da besta, sempre deram sorte. São meus números prediletos. Mas nas camisas não pode ter nem 7, nem 13, nem 33 e nem 66. O Alexandre precisa dar um jeito, porque ele está entrando em cada fria por isso! Eu acho que precisa mudar a camisa, dar um jeito de não ser o 7.

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Personagem criado há 50 anos pelo cineasta José Mojica Marins:

Como nasceu sua paixão pelo Corinthians?
Meu pai tinha origem espanhola, gostava do Corinthians e me passou essa paixão. Ainda tive uma amizade muito forte com o Vicente Matheus (ex-presidente do clube), a gente saía de noitada, enchia a cara e ficava falando do Corinthians. Dia sim dia não a gente pegava o carro, saía por São Paulo procurando novos restaurantes, principalmente de comida espanhola, mexicana. Eu era fã do Corinthians e ele fã do meu trabalho de terror. Um dia ele chegou para mim: você tem que ir lá no campo exorcizar, fazer alguma coisa para o Corinthians chegar a ser o maior time do Brasil.

Você já usou sua força espiritual a favor do Corinthians?
Do Corinthians não, mas me levaram uma vez para exorcizar o campo do Fluminense, e também teve o pessoal do Santa Cruz, que me pagou passagem para ir ao Recife. Pode ser coincidência, mas as duas vezes em que eu tentei deu certo.

Como funciona o seu exorcismo?
Eu levo uma caldeira (utensílio usado na Igreja Católica), ponho um pouco de enxofre, verniz e misturo umas ervas da mata. Se alguém arrumar um trevo de quatro folhas também uso. Aí fervo e espalho a fumaça pelo campo, vestiário, traves...

Ficou sabendo do acidente na Arena Corinthians? O que achou?
É muita grana envolvida, mas quando uma coisa dá uma urucubaca como esse estádio deveriam abandonar isso e ir para outro canto. Eu confesso que gosto do Corinthians, mas se me chamarem para ir para essa Arena eu não vou não. Já fui para o Pacaembu várias vezes, mas essa Arena não. Acho um lugar com muitos pensamentos negativos e a coisa realmente não funciona. Na verdade eu vejo essa Copa de 2014 com um mau pressentimento.

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