Segurança do jogo de Joinville admite que ideal seria presença de polícia ou efetivo maior


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Para um jogo como esse entre Atlético-PR e Vasco o efetivo de segurança particular contratado não era suficiente. Além disso, o ideal seria mesmo a presença da Polícia Militar dentro do estádio. Quem alega isso é o gerente operacional da empresa de segurança contratada para a partida do último domingo, na Arena Jonville.

Luiz Fernando Medeiros é gerente operacional da empresa Mazari, que existe há 15 anos e desde 2006 presta serviços na Arena Joinville. Em contato com o LANCE!Net ele admitiu que o efetivo não era suficiente para controlar o grande número de torcedores que foram ao estádio no domingo.

Para o jogo do último domingo foram colocados 90 seguranças, sendo 60 da Mazari e outros 30 do próprio Atlético-PR.

- Prestamos serviços na Arena desde 2006. Há 12 anos somos regulamentados pela Polícia Federal para atuar. Mas antes quem fazia a segurança das torcidas, a separação na arquibancada, era a polícia militar. Ficávamos apenas no controle de acessos, controlando saída, área vip, enfim. Segurança privada não tem poder de polícia. Não estávamos com arma alguma, por exemplo. Acho que o maior problema hoje é colocar apenas 60 seguranças em vez de 250, 300, o que julgo ideal para um jogo como esse. Mas ideal mesmo era a presença da polícia. Não usamos armas, nem capacetes também. Naquele setor de divisão de torcida, colocamos 20 pessoas e todas foram agredidas, entre lesões leves e que deixarão hematomas - disse Luiz.

O gerente diz que em outras situações já orientou a necessidade de um efetivo maio em jogos, mas que não tem poder para isso por ser empresa privada e ficar refém da "lei do mercado".

- Orientar a gente orienta. Quando o Atlético-PR enfrentou o Flamengo no começo do Brasileiro, orientamos 80 seguranças para o jogo, mas foram colocados menos. Para esse jogo recebi um e-mail do responsável pelo Atlético solicitando 50 seguranças. Depois pediu mais 10. Mas acho que em um caso desse não tem como apontar culpados - revelou Luiz, que completou.

- É importante dizer o seguinte: não adianta pegar o número de policiais que eram colocados nos jogos e substituir pelo mesmo número de seguranças. Não dá para comparar. Para se ter uma ideia, um curso de vigilância dura 20 dias, de polícia chega a um ano. 

Para grandes eventos, como o jogo de domingo, Luiz revela que o preço de mercado, normalmente, é de R$22 a R$ 25 reais por hora para cada homem. 

- Acontece que alguns começam a trabalhar um dia antes do jogo, fazendo segurança das bilheterias, outros começam no dia do jogo, mas bem cedo. Então normalmente o cálculo é por hora para cada homem.

No domingo a polícia militar teve de entrar no estádio para segurar as torcidas organizadas. E, mesmo assim, teve dificuldades.

- Muitos me questionaram porque nossos seguranças não estavam ali na briga. A verdade é que se você observar, a briga foi mais no setor em que estava isolado, separando as torcidas. Os torcedores agrediram nossos seguranças para invadir ali - lamentou Luiz.

Perguntado se colocaria novamente seus funcionários em um jogo como o de domingo, sem policiamento, o gerente da empresa ressaltou:

- Sou uma empresa particular, tenho de ter clientes. Claro que colocaria. Mas que isso sirva para que vejam a necessidade de se ter um efetivo maior de seguranças. Como disse, não dá para comprar com a polícia.




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