Santos pega R$ 21 mi da TV e teme que ‘ressaca’ da Copa afete patrocínio

Wellington Nem - Fluminense (Foto: Nelson Perez/Fluminense FC)
Wellington Nem - Fluminense (Foto: Nelson Perez/Fluminense FC)

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A diretoria do Santos teme que o vexame da Seleção Brasileira na Copa do Mundo atrapalhe ainda mais a já árdua missão de conseguir um patrocínio master. Sem um anunciante no peito da camisa desde janeiro do ano passado – quando acabou o contrato com o BMG – o Peixe entende que o mal desempenho do Brasil no Mundial pode espantar empresas interessadas em investir nos clubes de futebol do país.

O diagnóstico foi feito antes mesmo do início da Copa. Membros do departamento de marketing alvinegro torciam para uma vitória da Seleção, que, na visão deles, criaria um ambiente atrativo para o mercado da bola. Pior do que a perda, foi a forma que ela aconteceu, com uma humilhante derrota por 7 a 1 para a Alemanha, na semifinal.

Na visão da cúpula santista e também de pessoas do mercado publicitário, em 2014 as marcas concentraram os investimentos em ações relacionadas à Copa do Mundo, deixando os clubes em segundo plano. Agora, no segundo semestre, o foco está em planejar onde e como os recursos serão aplicados no ano que vem e não mais no restante desta temporada. Mesmo assim, o Peixe mantém esperanças em fechar um patrocínio master.

Consultada, a assessoria de imprensa do Santos disse que não “participaria” desta matéria, rejeitando assim o pedido de entrevista com o gerente de marketing do clube, Fernando Montanha.

Paralelo a isso, o Peixe recebeu recentemente cerca de R$ 21 milhões da Rede Globo, como antecipação de 40% da cota televisiva do ano que vem. O valor, usado para arcar com dívidas, despesas com fornecedores e salários de jogadores funcionários, é próximo do que o Alvinegro pretende arrecadar com o patrocínio. Enquanto ele não vem, o clube se vira como pode...

ACADEMIA LANCE!: João Henrique Areias, especialista em marketing esportivo

É claro que essa derrota da Seleção, ainda mais como aconteceu, gera um desânimo. Mas a causa das dificuldades do clube em conseguir patrocínio não é apenas essa. Longe disso.

Nesse ano, a maioria das empresas voltou seus investimentos para a Copa e deixou de investir em clubes ou outros esportes. Agora não há mais dinheiro na praça. Desta forma, o que vejo à distância é que se o Santos não aceitar algo logo, mesmo que seja temporário, corre o risco de ficar sem patrocínio até 2015.

Isso também porque o mercado já está olhando para frente, se planejando para o ano que vem. Muito do orçamento para 2014 já foi investido.

Ressalto que, antes de tudo, é preciso ter credibilidade. Isso não é só para o Santos, mas todos. Quando as empresas enxergarem que podem investir no futebol sem correr o risco de terem sua marca arranhada ou ligada a algum vexame ou escândalo, entrarão com tudo. É interessante investir no esporte, traz retorno, há um público gigante. Porém, é preciso deixar esse meio mais seguro.

ATUALMENTE NA CAMISA:

Coor Plastik
Empresa de tubos e conexões tem contrato com o Santos até o fim de 2015. Marca era estampada na barra da camisa e no calção até março, mas migrou para a manga. Acordo é de cerca de R$ 5 milhões.

CNA
Escola de idiomas estampa a marca no ombro da camisa. Contrato vai até dezembro, valores são sigilosos, mas giram em torno de R$ 5 milhões.

Unicef
Logo do Fundo das Nações Unidas para a Infância fica (gratuitamente) próximo ao colarinho da camisa alvinegra.

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