Em Santiago, judoca da Seleção tenta repetir feito do pai na década de 70

Armador Larry Taylor (Foto: Caio Casagrande)
Armador Larry Taylor (Foto: Caio Casagrande)

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A maioria das crianças sonha em seguir os passos dos pais. Imagine então ter a mesma profissão e igualar conquistas. Esse é o caso do judoca David Moura. Representante do Brasil na categoria pesado (mais de 100kg), ele busca hoje seu primeiro título dos Jogos Sul-Americanos para, assim, alcançar uma marca parecida com a de seu pai, Fenalon Oscar Muller.

Em 1975, quando os Jogos ainda não tinham sido criados, o ex-lutador levou o título entre os pesados no Sul-Americano, competição mais importante da América do Sul na época. No mesmo ano, ainda foi bronze no Pan-Americano na Cidade do México. Representante da Seleção de 1974 a 1978, o futuro do filho não poderia ser outro.

– Comecei em Cuiabá, minha cidade natal, aos 14 anos. Com 15, fui estudar em Brasília, onde fiquei até os 18, quando participei do Mundial Júnior. Me mudei para São Paulo para seguir a carreira de judoca. Entrei na Seleção com 19, e representei 11 vezes o Brasil. Parei com 24 para me casar e voltar ao Mato Grosso – disse Muller ao L!.

Com a influência familiar – seu tio também era do esporte –, Moura entrou no judô. Muller, aliás, foi um de seus primeiros técnicos em sua cidade natal. E, apesar de atualmente o judoca ser orientado por Flávio Canto, eles ainda realizam algumas atividades juntos.

– Quando voltei para Cuiabá, abri uma academia de judô. Desde pequenos, meus filhos aprenderam as noções básicas e são meus alunos desde então. Mas também fizeram vários outros esportes. David, por exemplo, fez natação, hipismo, basquete e futebol. Sempre gostou de esportes – explicou o pai coruja.

O trabalho deu resultado. Atualmente, Moura é o segundo melhor brasileiro entre os pesados e o quinto colocado do ranking mundial. Rafael Silva é o primeiro. Agora, nos Jogos Sul-Americanos, ele não espera outro resultado.

– É a primeira vez que disputo. A expectativa é sair com o ouro. Qualquer coisa menor que isso seria um resultado ruim. Espero ganhar e fazer história para o Brasil – disse.

Bate-Bola
David Moura

Como é poder conquistar um título semelhante ao de seu pai?
Está sendo legal. Meu pai foi campeão sul-americano em 1975. Agora, posso repetir esse feito e levar o nome da minha família adiante. Isso que pretendo fazer.

Quais características de luta você herdou dele?
O que eu herdei dele e tenho isso, graças a Deus, é conseguir dar golpes dos dois lados. Ele me ensinou desde os oito anos a fazer tudo para os dois lados e consigo ter esse diferencial. Isso me ajuda muito.

Muitas pessoas comentam que o nível dos Jogos Sul-Americanos não é dos melhores. Como encara isso?
Em alguns esportes, fica mais fácil falar isso. Mas o judô, por se tratar de uma luta, não existe uma competição ganha. Se bobear, você perde. Claro que não dá para dizer que esse é um torneio de altíssimo nível, mas é uma competição dura. Tem de entrar atento para sair com o ouro, se não pode perder.

Quem serão os principais adversários na disputa de hoje?
Já lutei contra todos e ganhei. Nunca perdi. Tem o (colombiano Luis) Salazar que é um pouco mais duro. Mas fazendo meu trabalho, acho que não terei muitas dificuldade para alcançar meu objetivo.

O repórter viaja a convite do COB

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