Em sabatina de estudantes, presidente do COI fala sobre todos os assuntos


Escrito por

Campo de golfe, escassez dos recursos hídridos e legado foram os principais temas da sabatina a que o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, foi submetido no fim da manhã desta quarta-feira, por cerca de 100 estudantes, de dez universidades. Apesar dos temas espinhosos, o encontro realizado na sede do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímicos Rio-2016, no Centro, transcorreu sob o clima da descontração.

- Estou aqui mais para ouvir e tentar responder às suas perguntas e saber o que vocês esperam das Olimpíadas na sua cidade - disse Bach.

Durante 90 minutos, Bach defendeu a oportunidade que o Brasil terá de crescimento por causa dos Jogos Olímpicos. Salientou a inclusão que as competições promoverão e a melhoria da infraestrutura que atrairá novos investimentos.

Logo na primeira pergunta, feita pelo estudante de educação física Anderson Castro, Bach precisou falar sobre educação. O universitário indagou o presidente do COI sobre o que seria possível fazer para melhorar a educação no Rio e obteve por resposta que diretamente a entidade não pode interferir nas políticas dos governos mas que, em parcerias como as celebradas com a Unesco, é possível promover a importância do esporte junto aos governos.

Mas foi a construção do campo de golfe aliada ao consumo de água para a irrigação do local que fez o presidente do COI prometer cobrar explicações da prefeitura do RIo. O estudante de Turismo Fernando perguntou o dirigente qual era a sua opinião sobre a declaração do prefeito carioca Eduardo Paes de que odiava ter de construir o campo de golfe e o Parque Olímpico de Canoagem.

- A canoagem é a parte mais fácil e em relação ao golfe fico um pouco surpreso porque foi o prefeito que pressionou para a construção do campo. Sobre a canoagem, por experiência em outras cidades, digo que há modelos de sucesso em utilização da instalação após os Jogos - afirmou Bach que, em seguida, pediu que o presidente do Comitê Organizador dos Jogos Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, falasse sobre a construção do campo de golfe.

Nuzman salientou que a Federação Internacional de Golfe vetou os dois campos existentes no Rio e, por isso, houve a necessidade de construção de uma nova instalação. Em outra pergunta, da estudante Beatriz, da Universidade Getúlio Vargas, Bach respondeu sobre a utilização em demasia de água para a irrigação da grama do local, apesar da escassez hídrica, e a possibilidade de os moradores do entorno serem prejudicados.

- Recebemos informações quanto ao fornecimento de água, isso foi abordado na Comissão de Coordenação do COI e a prefeitura. Nos foi informado que em fevereiro aconteceram chuvas e que os recursos hídricos estão disponíveis para o fornecimento de água para toda a população. Vou investigar essa informação e ver se ainda existem problemas - frisou Bach.

O presidente do COI ainda foi arguido sobre a crise econômica do Brasil, a qual tratou de demonstrar confiança na recuperação do País. E acrescentou que os Jogos podem servir para mostrar que os brasileiros conseguem cumprir seus compromissos com a entrega de tudo o que foi prometido e, com isso, angariar a confiança dos investidores.

Outro tema que o dirigente abordou foi sobre o preconceito. Bach ainda foi taxativo ao dizer que a discriminação, sob qualquer pretexto, não é admitada pelo COI e mandou um aviso: "qualquer atleta que fizer um ato discriminatório de qualquer natureza será imediatamente enviado de volta para casa. Não cedemos um milímetro nessa questão".

News do Lance!

Receba boletins diários no seu e-mail para ficar por dentro do que rola no mundo dos esportes e no seu time do coração!

backgroundNewsletter