Rival do Peixe, Londrina tem estrutura ‘europeia’ e técnico desde 2011

Diego Costa marca pelo Chelsea (Foto: site oficial)
Diego Costa marca pelo Chelsea (Foto: site oficial)

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No final de 2009, o Londrina (PR), adversário do Santos amanhã pela Copa do Brasil, não tinha jogadores, técnico, nem lugar para treinar. O clube paranaense tinha tantas dívidas trabalhistas que protagonizou um caso inédito no futebol brasileiro: passou por uma intervenção da Justiça e, depois de muita negociação, foi entregue à SM Sports, empresa que teve o direito de administrar a agremiação por dez anos, ficando com 80% das receitas e o compromisso de oferecer a estrutura de um moderno centro de treinamento recém-construído na cidade do interior.

Hoje, o Tubarão é o atual campeão paranaense e acredita que pode surpreender o Peixe. A fórmula do sucesso, segundo os comandantes do clube, está na gestão.

– Nosso CT tem três campos oficiais, outros dois menores, psicina, academia, alojamento para todos jogadores do time sub-20 e para a concentração dos profissionais, entre outras acomodações e aparelhos que muitos times da Série A não tem – comentou o diretor de futebol londrinense, Alex Brasil, durante visita do LANCE!Net ao local.

A mentalidade “europeia” está também no planejamento. O técnico Claudio Tencati, por exemplo, está há mais de três anos no cargo, o dobro de tempo de Marcelo Oliveira, que assumiu o Cruzeiro em 2012, e é o “mais velho” na Série A.

– Mesmo em 2012, quando o time não foi bem, decidimos manter o Tencati, apesar da pressão. Os resultados estão aí! Trabalhei com Mano Menezes, Caio Júnior, Gilson Kleina e falo sem dúvidas: ele é o melhor de todos – diz Sérgio Malucelli, presidente do Londrina.

Malucelli, ao lado do renomado empresário Juan Figer, é o investidor por trás de toda a estrutura do Londrina e, apesar de toda a filosofia moderna implantada no clube, também carrega um pouco do dirigente à moda antiga. Alega que perdeu títulos “roubados”, admite “chegar chutando tudo” no vestiário após derrotas e até proibir jornalistas que criticam ele ou o time de entrar no CT do Londrina.

– Futebol é negócio, mas paixão acima de tudo – argumenta.

Presidente ex-Iraty e de família ligada à bola

Quem está acostumado ao noticiário esportivo certamente já se deparou com o sobrenome Malucelli. Não é para menos. Afinal, Sérgio Malucelli, presidente do Londrina, não é o único da família no mercado da bola. Seu irmão, Marcos Malucelli, é ex-presidente do Atlético-PR, enquanto seus primos Juarez e Joel estão nas presidências executiva e do Conselho do J. Malucelli, clube também do Paraná.

– Briga é só dentro do campo! (risos) – diverte-se Sérgio, cujo filho também já trabalha empresariando atletas (alguns do Londrina).

O atual mandatário do Tubarão entrou no futebol por meio do Iraty, clube que seu pai ajudou a fundar. Foi lá que lançou um dos primeiros modelos de gestão empresarial no futebol brasileiro. A amizade com Vanderlei Luxemburgo, que levou diversos jogadores da equipe paranaense para os clubes que dirigiu, colocou Malucelli em evidência e gerou polêmica:

– A lógica é você oferecer jogadores para quem conhece e gosta, não é? Qual o mal nisso? – defende-se.

Em 2010, ele largou o Iraty, levou todo o elenco para o Londrina e, assim, faturou o título da Segunda Divisão.

Conheça mais sobre o Londrina:

- Garotos
Como visa lucro, o Londrina prioriza as categorias de base. Mesmo assim, costuma contratar jogadores mais rodados para o time profissional, a fim de dar apoio aos jovens e também ajudar o time a brigar por títulos.

- Para subir
A equipe manteve boa parte do elenco campeão paranaense para a disputa da Série D deste ano, torneio que costuma dar prejuízo a quem o disputa. A meta é subir de divisão, a fim de obter mais visibilidade e, assim, conseguir vender mais atletas e por valores mais altos.


- Colado
Sérgio Malucelli tem uma casa dentro do CT do clube e gosta de fiscalizar tudo de perto. Já Juan Figer vive em São Paulo e não vai com frequência ao Paraná.

- Destino?
Malucelli começou a construir um CT em Londrina em 2008, dois anos antes de fechar com o clube da cidade. Ele alega que a ideia era ter um local para formar jogadores na região que vinha revelando bons talentos nos anos 2000, como Jadson e Fernandinho, ex-Atlético-PR.

- Grana
O Londrina diz ter fechado no azul nos últimos anos.

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