Ramadã é motivo de saias justas antes das oitavas de final da Copa

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A chegada do Ramadã causou uma série de situações embaraçosas durante a semana. As oitavas de final da Copa do Mundo, que terão o pontapé inicial neste sábado, coincidem com o nono mês do calendário islâmico, período de orações e jejum sagrado. Argelinos, franceses, belgas, suíços, nigerianos e alemães estão na lista dos jogadores que seguem a religião.

O técnico da França, Didier Deschamps, ficou numa saia justa ao ser abordado sobre o assunto:

– É um tema delicado. Não sei o que falar sobre isso.

Na seleção da Argélia, cuja esmagadora maioria é composta de muçulmanos, perguntas sobre o Ramadã estão proibidas. Antes da classificação histórica, os jogadores africanos garantiram que o jejum não atrapalharia a seleção.

A grande dúvida será saber como será a performance dos jogadores islâmicos em partidas disputadas sob o forte sol de 13h.

– Fizemos estudos extensos sobre o desempenho durante o período do Ramadã na Argélia. Não esperamos queda de rendimento – apontou Dr. Michel D’Hooghe, presidente do Comitê Médico da Fifa.

EUROPEUS NÃO SEGUIRÃO JEJUM

O lateral-direito Sagna, os volantes Pogba e Sissoko e o atacante Benzema são os muçulmanos da seleção francesa. Na Alemanha, o meia
Özil é o representante da religião. Na Suíça, o apoiador Beharim é o líder dos devotos de Alá. Antes da Copa,  alguns deles minimizaram o jejum. Recentemente, os seis, com origens em outros países, também avisaram que não seguirão à risca os preceitos do Ramadã.

– Estou trabalhando e não vou participar – disse o sucinto Özil.

No plano espiritual, nenhum problema com a atitude do sexteto.

– Como estão em viagem de trabalho, as delegações e os jogadores estão autorizados a cumprir as práticas do Ramadã num outro momento oportuno. Com base nas leis do Alcorão (livro sagrado da religião), mulheres grávidas e enfermos também estão isentos da obrigatoriedade.

– Eles podem repor o jejum depois – esclareceu Emohad al Bakay, da União Nacional das Entidades Islâmicas.

PALAVRA DE ESPECIALISTA
Dr. C. A. Werutsky, especialista em hidratação

O período de jejum prejudicará o desempenho do jogador, é inegável. Sem a alimentação da forma correta, o corpo do atleta sentirá falta de determinadas substâncias. Os resultados serão visíveis, como já aconteceu no futebol europeu.

Acredito que, preocupados com a questão física, jogadores não seguirão o Ramadã durante as fases finais da Copa. Aqueles que seguirem os rituais ou se pouparão durante os treinamentos ou serão substituídos no decorrer das partidas. Dificilmente em jejum os atletas terão condições de aguentar as partidas até o fim. O desgaste será notado, sobretudo pelo nível de intensidade dos jogos.



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