Presidente da FIVB condena prisão de iraniana: ‘mentalidade neandertal’

Fabricio Werdum, Mark Hunt (FOTO: Divulgação/UFC)
Fabricio Werdum, Mark Hunt (FOTO: Divulgação/UFC)

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O caso da prisão da iraniana Ghoncheh Ghavami (que também tem nacionalidade britânica), parece estar longe de chegar ao fim. A torcedora foi condenada a um ano de detenção por participar de ato que pedia a liberação de mulheres em jogo da Liga Mundial de Vôlei no Irã. Nesta terça, em entrevista ao programa Redação SporTV, o presidente da Federação Internacional de Voleibol (FIVB), Ary Graça condenou a atitude do governo iraniano.

- Ela simplismente queria assistir um jogo de voleibol entre a Itália e o Irã, esse foi o crime que ela cometeu. Isso é um absurdo no nosso ponto de vista. É uma mentalidade neandertal - afirmou o presidente, que revelou ter enviado uma carta ao presidente do Irã, Hassan Rohani, mas não foi respondido.

- Eu fiz uma carta ao presidente do Irã, dizendo a ele que eu não quero interferir nas leis de cada país, mas que não tem sentido prender uma moça porque ela quer ver um jogo de voleibol. Mandei essa carta, não tive resposta até hoje, mas estamos fazendo pressão através da Federação Iraniana de Voleibol - disse.

Segundo as leis iranianas, o crime de Ghavami foi ter participado de um ato para que mulheres possam assistir partidas de vôlei dentro do ginásio - pessoas do sexo feminino são banidas de competições disputadas por homens no Irã.

O presidente Ary Graça ainda disse que é difícil que competições de Vôlei aconteçam no Irã e que a federação local não pode fazer nenhum ato mais ostensivo em relação ao caso, para não correr o risco de ter alguém detido também.

- Isso dificulta muito para nós, no futuro, fazer novos eventos no Irã, na medida que estamos extremamente comprometidos com a inclusão. Não entra na nossa cabeça exlcuir mulheres, é a mesma coisa que excluir raças. Não precisa excluir ninguém.

- A Federaçao Iraniana está mais ou menos com as mãos atadas, se ela fizer algo mais ostensivo vão presos também. Não estou exigindo da Federação Iraniana nada além do que fazer parte da nossa pressão ao governo iraniano. Eu não posso prejudicar a Federação Iraniana e os jogaddores de Vôlei do Irã, por causa de uma atitude do governo - afirmou o presidente que declarou a prisão da torcedora como uma "agressão aos dirietos humanos".

Ainda segundo o Redação SporTV, Ghoncheh Ghavami faz uma greve de fome desde outubro. A torcedora foi detida em junho e está em uma prisão onde ficam localizados presos políticos.

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