Polícia deseja ouvir atletas, mas encara dificuldade pelo Corinthians


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Há algumas semanas, a Polícia Civil tenta, sem sucesso, ouvir o atacante do Corinthians Paolo Guerrero a respeito da invasão de mais de cem torcedores ao CT Joaquim Grava, no dia 1º de fevereiro. Na realidade, de forma oficial, outros cinco atletas (Ramírez, Julio Cesar, Walter, Danilo Fernandes e Fábio Santos) - além do zagueiro Paulo André, que já deixou o Timão - foram chamados para prestarem depoimentos, mas a polícia vê má vontade do clube em liberá-los.

Um documento assinado por dois investigadores cita a dificuldade de colher os depoimentos e relata que "as partes envolvidas têm se refutado em atender estes subescritores, fato que vem dificultando o andamento das investigações". Tal documento foi enviado no dia 18 de fevereiro à delegada Margarete Barreto, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pelo caso.

No dia 26, um novo documento reforça o pedido ao diretor de futebol do clube, Ronaldo Ximenes, para que os jogadores colaborem com as investigações. Segundo relato, os jogadores "ora estavam viajando, ora concentrados ou não estavam presentes". Caso não tenha colaboração do clube, a polícia pode solicitar à Justiça um mandado de condução coercitiva e levar os jogadores em camburão para deporem.

Guerrero é o principal foco da polícia, uma vez que sua história está mal contada. Segundo o presidente Mário Gobbi Filho, o jogador foi "esganado" no dia da invasão. No próprio Boletim de Ocorrência entregue ao 62º DP o clube afirma que "Paolo Guerrero foi agredido covardemente por um invasor não identificado". Há alguns dias, porém, o jogador negou ter sido agredido e desmentiu o próprio presidente. Outros funcionários relataram que o jogador se irritou com a invasão e tentou partir pra cima dos torcedores, mas acabou contido por alguns dos presentes.

No dia 24, o jogador estava convocado para depor, mas, como havia sofrido uma lesão na noite anterior, acabou adiando o comparecimento ao DHPP. Depois, voltou a jogar e se lesionou novamente, no último domingo, no clássico contra o São Paulo. A assessoria de imprensa do Corinthians não confirma se há e qual é a nova data para ele prestar depoimento.

Até o momento, já foram ouvidos alguns seguranças do clube e funcionários que chegaram a ser agredidos, além do fisioterapeuta Caio Melo e do fisiologista Antonio Carlos Fedato Filho, que tiveram os celulares roubados, e o consultor médico Joaquim Grava, que estava na linha de frente quando os torcedores chegaram e machucou-se no episódio, ao tentar se movimentar na correria.

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