Pilar da zaga do Flamengo, Wallace é o espelho de Jayme em campo

Wallace - Treino do Flamengo (Foto: Rossana Fraga/ LANCE!Press)
Wallace - Treino do Flamengo (Foto: Rossana Fraga/ LANCE!Press)

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A autoridade para comandar a defesa do Flamengo no segundo semestre não reflete, fora das quatro linhas, a personalidade de Wallace. A voz mansa, o semblante sereno e a discrição são algumas das características do camisa 14 e que poderiam, inclusive, ser atribuídas também ao responsável por dirigir o time que disputará o título contra o Atlético-PR, nesta quarta-feira, no Maracanã.

Por coincidência, Jayme de Almeida também foi zagueiro e carregava o estigma de "discreto, mas eficiente". Mesmo não envergando a braçadeira de capitão, o defensor incorpora, de certa forma, o espírito do treinador em campo.

A comparação, inicialmente, é descartada pelo jogador, considerando que apenas ele seria uma espécie de espelho de Jayme.

– Acredito que todos os jogadores têm um pouco do Jayme. A maturidade e serenidade com que o time tem jogado passam um pouco disso – avaliou o jogador, ao L!Net.

Maturidade de grupo vencedor? O resultado de logo mais responderá a pergunta. A certeza, porém, é de que Wallace usou de muita sensatez e persistência para enfrentar as oscilações e as críticas até tornar-se o intocável da zaga com Jayme.


Wallace já marcou dois gols pelo Flamengo (Foto: Felipe Gabriel/ LANCE!Press)

Curiosamente, a retomada da condição de titular se deu justamente no segundo jogo das oitavas de final da Copa do Brasil contra o Cruzeiro, no Maracanã.

Partida que não assegurou apenas a classificação, como também embalou o Flamengo na competição. E a sequência, posteriormente, foi ratificada sob comando de Jayme. E uma das certezas era ter Wallace como um dos pilares da reconstrução.

– Ele (Mano) não chegou a justificar a decisão. Mas eu vinha tendo uma sequência e evoluindo. Acho que não deveria ter saído – disse.

Chance de título, agora, como protagonista

A oportunidade, agora como titular, de levantar um troféu não servirá apenas para mostrar a maturidade de Wallace na carreira, mas também dará uma nova chance ao jogador de levantar o troféu de um torneio do qual ele já foi vice campeão.

– Vai ser muito gratificante. Já joguei uma final de Copa do Brasil pelo Vitória e acabamos derrotados pelo Santos. Agora, espero que seja diferente, que o título seja do Flamengo – projetou o jogador.

A final citada por Wallace foi em 2009 e o Peixe sagrou-se campeão em Salvador.

Wallace chegou ao Flamengo com oito títulos no currículo, entre os quais destacam-se o Brasileiro, em 2011, e a Libertadores e o Mundial, em 2012. Nestas conquistas, todas pelo Corinthians, entretanto, o jogador foi apenas coadjuvante.

Gamarra: referência lembrada

Aos 21 anos, Wallace despontava no Campeonato Brasileiro de 2009 como um dos destaques revelados pelo Vitória. A despeito da juventude, o zagueiro mostrava maturidade e chegou a ser comparado ao paraguaio Gamarra.

A oitava rodada da competição de 2009 se encerrava e uma estatística chamava a atenção: nos oito primeiros jogos, o jovem havia cometido apenas uma falta. Foi então que começaram a surgir as primeiras comparações com Gamarra. E quem usou o paraguaio como referência foi Paulo Cesar Carpegiani, técnico do Tricolor baiano na época e que também dirigiu o zagueiro na seleção do Paraguai na Copa de 98.


Zagueiro é um dos mais dedicados nos treinamentos (Foto: Rossana Fraga/ LANCE!Press)

Quatro temporadas depois e já um pouco mais experiente, Wallace se recorda das comparações e cita algumas das características marcantes do paraguaio.

– Gamarra foi ídolo por onde passou. Tinha uma noção de posicionamento absurda, além de passar muita segurança para os companheiros. É uma honra ser comparado ao Gamarra – destacou.

Seria apenas para compor...

No decorrer da temporada
Wallace foi apresentado no fim de janeiro, quando a pré-temporada estava terminando. Inicialmente, chegava para compor o setor que tinha Renato Santos e González como titulares do técnico Dorival Júnior.

Oscilações
Wallace chegou a ter oportunidades com Dorival e, depois, Jorginho e Mano Menezes, mas não era considerado intocável de nenhum deles.

Reviravolta
Com Mano Menezes, o jogador teve até uma sequência, mas perdeu espaço. Ganhou nova chance no segundo jogo diante do Cruzeiro, pelas oitavas de final. Desde então, não saiu mais e melhorou o desempenho.

Pilar
Wallace chega ao fim da temporada como um dos responsáveis pela evolução da defesa. No ano, são 48 jogos e dois gols marcados.

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