Nobre admite tratamento diferente, prodígio diz que fica e negociação avança

Antonella Roccuzzo e Irina (Fotos: Divulgação)
Antonella Roccuzzo e Irina (Fotos: Divulgação)

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O Palmeiras está mais perto de renovar o contrato de Gabriel Fernando, atacante de 17 anos que é considerado um fenômeno em sua categoria. Uma reunião na última sexta-feira fez avançarem as conversas com um investidor que está disposto a pagar parte dos valores solicitados pelo jovem jogador em troca de uma porcentagem dos direitos econômicos.

- Talvez, por todo destaque obtido, a gente possa agir com este jogador de maneira diferente. O clube não fará loucura, mas de repente, se a pedida dele fugir dos parâmetros do clube, por que não um investidor para mantê-lo? – disse o presidente Paulo Nobre, ao LANCE!Net.

Durante a atual gestão, o Palmeiras vinha evitando parcerias com empresários dispostos a "fatiar" os direitos dos atletas da base.  Um outro grupo de investidores já havia feito oferta nos mesmos moldes, recusada pelo clube. Mas os valores pedidos pelo estafe de Gabriel, acima do que costumam receber garotos da mesma idade, e a concorrência do São Paulo fizeram a diretoria ser mais maleável agora.

O contrato do jovem é válido até dezembro de 2015, e tem multa de R$ 3 milhões. Para prolongá-lo e aumentar o valor para uma possível saída, o Verdão até aceita diminuir sua porcentagem nos direitos do garoto, hoje 80% – Gabriel tem os outros 20%.

- Se você não o mantiver, ele vai sair de qualquer maneira. Melhor tê-lo com uma porcentagem menor e sem ferir os cofres. Você pode ter um retorno esportivo com ele, e também financeiro - completou Nobre.

A torcida já faz coro pela permanência do jogador. Sábado, quando o Verdão sub-17 classificou-se à final do Paulista da categoria, os palmeirenses pediram: "fica, Gabriel". O atacante, muito tietado na Rua Javari, e um dos que foram ao alambrado comemorar a vaga com a torcida, cantando o hino do clube, avisou:

- O que mais ouvi foi: "fica, Gabriel". Quero mandar para eles um recado: eu vou ficar no Palmeiras - disse o garoto de 17 anos, que diz só pensar em ter sequência no Verdão.

- No momento (o futuro) é Palmeiras. Todo mundo da base almeja subir ao profissional, mas tem que ser um passo de cada vez - falou ele.

CONFIRA UM BATE-BOLA EXCLUSIVO COM PAULO NOBRE:

LANCE!Net: O Gabriel Fernando está solicitando valores que os jovens que renovaram recentemente e são titulares do time profissional não ganham. Se a postura não mudar, você vai arriscar perdê-lo?
Paulo Nobre: O Gabriel é bom jogador, está se destacando muito, mas não é realidade para o profissional ainda. Tem potencial para ser até titular no Palmeiras, e o clube não vai medir esforços para segurar, mas loucura eu não faço, porque você acaba arrebentando a sua base toda.

Ele já é um jogador querido pela torcida. Teme sofrer pressão?
Já surgiram vários jogadores na base do Palmeiras que seriam o novo Ademir da Guia, o novo Edmundo, o novo Evair... E estão completamente sumidos. Isso não é só na base do Palmeiras, em outros lugares também. Você não pode trabalhar sob pressão da torcida, da opinião pública. Quando você deixa torcida e opinião pública influenciarem nas decisões internas, vira um samba do crioulo doido.

O que ele pede é loucura?
Algum investidor pode não achar uma loucura. E a gente está tentando. As conversas estão correndo, e eventualmente se algum investidor nos ajudar a mantê-lo no clube, puxa... É um garoto que já está super identificado com o clube, eu gostaria muito que ele continuasse.

Mas o Palmeiras já recusou a ajuda de um grupo investidor. Foi porque ficaria com uma parcela muito pequena dos direitos?
Se eventualmente aparecer um investidor que banque tudo, é natural que ele fique com uma porcentagem maior que o clube. É a tal da aposta. Você está dividindo o risco da aposta com um investidor. Se não der certo, o risco é todo dele. Se der certo, o lucro não pode ser todo nosso.

CONFIRA UM BATE-BOLA COM GABRIEL FERNANDO:

LANCE!Net: As negociações para renovar seu contrato mexem com a cabeça?
Gabriel Fernando: É uma separação. Fora de campo são meus representantes que comandam, e dentro do campo sou eu quem decido as coisas. Não atrapalha, não. Estou tranquilo, focado.

Qual é seu estilo de jogo? Tem algum ídolo em quem se inspira?
Meu estilo de jogo é de garra, vontade, determinação, jogo intenso e qualidade para fazer gol. E meu ídolo é o Ronaldinho Gaúcho.

Você está ficando conhecido. O assédio já aumentou?
É uma experiência nova que eu estou passando, uma sensação muito boa, de ver que estou sendo reconhecido pelo meu trabalho.

Isso atrapalha no colégio?
Os professores falam, perguntam como estou aqui, se estou bem. Tem muito palmeirense (risos), é tranquilo.

Sonha em ser convocado para a Olimpíada de 2016?
Isso é reconhecimento, mas eu prefiro focar no Palmeiras primeiro. Deixa acontecer normalmente.

O time sub-17 está na final do Paulista. Se o título vier, o que vai representar para você?
Durante o ano nós sofremos em todas as competições, nos fechamos, focamos, e por isso está sendo colhido o fruto do trabalho que fizemos. O título vai significar muitos anos de glória, luta, e homenagem ao meu parceiro que não está mais comigo, o João Marcos (ex-atacante do sub-17 que morreu baleado em maio, dias após deixar a Fundação Casa). Todos do elenco sub-17 vão homenageá-lo se vier o título.

Vocês eliminaram Corinthians (quartas) e São Paulo (semi). Como será a final com o Santos?
Vai ser um jogo em que teremos vontade, respeitando os caras. Mas eles também têm que re

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