Metropolitano se beneficia de empresários na formação de atletas

Atlético-MG x Nacional (Foto: Bruno Cantini)
Atlético-MG x Nacional (Foto: Bruno Cantini)

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É lugar comum dizer que os empresários são um problema no futebol. Alguns agentes rondam as categorias de base dos clubes brasileiros, tentando aliciar jogadores, com pensamento apenas no próprio bolso. Mas o Clube Atlético Metropolitano, com sede em Blumenau (SC), prova que a formação de atletas pode se beneficiar dos "homens de negócio".

Amparado pela Lei de Incentivo ao Esporte, o clube catarinense iniciou um projeto, aprovado junto ao Ministério do Esporte, em 2012, e colocado em prática em setembro daquele ano. A iniciativa consiste em angariar doações de empresas privadas através do Imposto de Renda.  As instituições doam 1% do imposto ao clube, que pega o dinheiro e investe nas categorias de base. Com este capital, o Metrô pretende ter uma formação de atletas a nível nacional a longo prazo. Mas já começa a colher os louros agora.

- Sempre tivemos dificuldades com as categorias de base, pois demandam uma aplicação de recurso muito grande. A própria CBF, junto com as federações, exige uma série de requisitos. Com o projeto, demos uma alavancada significativa. Ampliamos o número de profissionais na formação, de quatro para 11. Damos ajuda de custo e vale transporte a todos os jovens. Compramos materiais esportivos de alta qualidade, bancamos as despesas federativas e vamos oferecer dez bolsas-atleta a nível superior para os rapazes da base. Colhemos frutos além do esperado - revelou Ronei Schultze, diretor social do clube, ao LANCE!Net.

 A porcentagem arrecadada das empresas pode parecer irrisória, mas dependendo da receita, os valores podem ser astronômicos. Segundo Schultze, desde que o projeto existe, já houve doações que variaram de R$ 100 a R$ 500 mil. A dificuldade, segundo o dirigente, é convencer os empresários de que eles não estão gastando a mais, ou burlando a Receita Federal, com o investimento.

- Existe uma certa dificuldade em convencer o empresário a fazer a doação. É mais cultural do que financeiro. Quando você fala em repassar imposto de renda para um projeto, há receio por desconhecimento da legislação. Já aconteceu do empresário querer doar e o contador da empresa, por não conhecer o processo, travar a doação. Não há custo. Não paga menos, nem mais imposto - disse Schultze.

Difícil, ou não, há respostas positivas já no material humano. Desde setembro de 2012, 11 jogadores abraçados pelo projeto foram incorporados aos profissionais do Metrô. A equipe classificou-se à fase final do Campeonato Catarinense de 2014, deixando para trás a Chapecoense e o Avaí, times de Série A e B, respectivamente.



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