Meia marca dois gols olímpicos no mesmo jogo e ‘agradece’ a ventinho
Nem só de falta de estrutura, W.O. e crise financeira vive a Série B do Rio. Em meio a tantos problemas, ainda é possível ver a essência do futebol. Arte pura, como a façanha conseguida pelo meia Rondinelli, do São João da Barra, que marcou dois gols olímpicos na vitória do time do Norte Fluminense sobre o Ceres.
O detalhe é que a precisão de Rondinelli, dono do apelido de canhão na região – ele já jogou por Goytacaz, Americano e até o Cruzeiro –, não teve a pressão pelo resultado como barreira: o segundo gol olímpico ocorreu já aos 42 minutos da etapa final, garantindo o 4 a 3 para o São João da Barra, de virada, após sair perdendo por 2 a 0.
Para Rondinelli, que completa 36 anos nesta segunda-feira e já deu trabalho aos grandes do Rio em alguns Cariocas há cerca de 15 anos, o gol olímpico, diante de 390 pagantes, não foi novidade.
– Foi o sexto gol olímpico que fiz na carreira. Isso é fruto de muito treinamento. Estou chegando aos 36, mas ainda me esforço muito para fazer tudo certo na hora do jogo – afirmou ao LANCE!Net o meia, que passou o dia recebendo elogios da população da terra-natal:
– É muito legal ver a repercussão do trabalho. O ventinho da minha cidade ajuda também (risos).
A canhota potente e precisa de Rondinelli não é fruto do acaso. Além dos treinos incessantes para ser uma arma importante para os clubes por onde passou, o jogador teve como inspiração outros especialistas do assunto:
– No começo, eu me espelhei no Neto e no Roberto Carlos – conta.
Rondinelli, que é lateral-esquerdo de origem (por isso a afinidade com Roberto Carlos), ainda deu mais detalhes sobre a tomada de decisão ao tentar, pela segunda vez, marcar gol olímpico.
– Já tinha dado certo na primeira. Bato sempre escanteios fechados, no primeiro poste, com lado interno do pé. Consegui repetir a batida bem – concluiu.
Os gols olímpicos melhoraram a situação do São João da Barra do técnico Andrade, ex-Flamengo. O time é o vice-líder do Grupo B, com 11 pontos.
Destino da bola cobrada por Rondinelli foi o fundo da rede do Ceres (Foto: Paulo Sérgio Pinheiro)
OUTROS AUTORES DA FAÇANHA
O argentino Juan Ernesto Álvarez marcou dois gols olímpicos pelo Deportivo Cali, da Colômbia, em 1976, contra o Cúcuta.
O meia Luiz Henrique, do Paulista B, também conseguiu fazer dois gols olímpicos, em partida pela Copa Federação Paulista de Futebol de 2007, no empate por 5 a 5 com o Ituano.
Ary Mantovani, ex-ponta-esquerda do Palmeiras, também marcou dois gols do escanteio, em 1946, na goleada por 6 a 2 sobre a Portuguesa Santista.