Mauro Silva: ‘A lembrança da derrota para o Uruguai ainda é presente’

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Depois de 64 anos, a Copa do Mundo volta para o Brasil e vivemos uma mistura de sensações. Dentro de campo temos um time jovem, mas talentoso, que é, merecidamente, o favorito para ganhar o Mundial. Por outro lado temos uma torcida extremamente confiante, o que aumenta a pressão sobre os jogadores. Isso tudo sem contar o fantasma de 1950. A lembrança da derrota para o Uruguai ainda é presente e, sem dúvidas, um adversário a ser vencido e exorcizado.

Analisando a situação dentro de campo, temos que equilibrar o ataque com a defesa. Os laterais Marcelo e Daniel Alves, que sobem bem ao ataque, não podem dar espaços às costas. Quando isso acontecer, precisam ser cobertos. Penso que isso seja mais fácil.

A maior dificuldade vai ser controlar o emocional, já que o clima é de muita pressão e os jogadores não conseguem se desligar da Copa um minuto sequer, o que pode gerar um desgaste. Em 1994 também tínhamos uma pressão por conta dos 24 anos sem títulos, mas numa folga, eu e outros jogadores alugamos um carro e fomos fazer um passeio pela Califórnia. Esquecemos a Copa do Mundo dos Estados Unidos por algumas horas e recarregamos as baterias. Isso é impossível de se fazer no Brasil. Quem vai sair na rua sem ser reconhecido?

Felizmente, temos o Felipão e o Parreira no comando. São os últimos campeões pelo Brasil e têm muita experiência. Em 1994 o Parreira conduziu a questão emocional muito bem e ainda sabe como fazer novamente.

Eles sabem que para ganhar uma Copa não é possível cometer erros. Um lance, uma expulsão ou um gol sofrido podem acabar custando o título para o Brasil.

O pensamento tem que ser de “erro zero”. Em momento algum os jogadores podem pensar que a Copa vai ser fácil. Os adversários conhecem a nossa história e vão explorar isso durante o jogo. Vão se fechar para irritar os jogadores e jogar a torcida contra nós. A atenção tem que ser total: do começo da preparação até o último minuto da Copa do Mundo, no dia 13 de julho, no Maracanã.

MAURO SILVA
Revelado pelo Guarani, no Brasil jogou pouco. Passou ainda pelo Bragantino, aonde foi campeão paulista, antes de se transferir para o La Coruña, aonde fez praticamente toda a sua carreira. Ficou no Deportivo entre 1992 e 2005 e ganhou seis títulos. Defendeu a Seleção Brasileira de 1991 a 2001, e foi titular na conquista do tetra em 1994, sua única Copa do Mundo. Ainda ganhou a Copa América de 1997.

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