Mascotes da Rio-2016: samba do crioulo doido e gafe sobre flora

LANCE!Opina - Carlos Eduardo Sangenetto
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Editor do LANCE!Net
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Após um domingo intenso de trabalho por causa da reta final do Brasileirão, me perguntaram nesta segunda-feira se eu tinha gostado das mascotes dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio-2016 e se eu sabia decifrar o que eram e o que significavam aquelas criaturas que foram divulgadas ao mundo na noite anterior. Não soube responder imediatamente, acho que ninguém saberia, mas o fato de escutar tal indagação me fez pensar sobre a imagem delas.

As mascotes são apresentadas como misturas dos nossos animais e vegetações, um verdadeiro "samba do crioulo doido", expressão muito utilizada no Rio para situações incompreensíveis. Beleza, o Brasil é o país da diversidade, heterogêneo, mestiço e nos orgulhamos muito disso, evidente. Mas será que não passou da hora de vender essa imagem tão batida? Já deu, ficou confuso. Uma identidade sem identidade. No lugar de uma simples resposta, uma explicação e muitas vezes cara de paisagem logo em seguida.

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Os seres (acho que posso chamar assim) dizem viver na mata e ao mesmo tempo superconectados às redes sociais, ficando antenados a tudo que rola na cidade olímpica. Sem sentido, pareceu uma modernidade forçada. São da calmaria e do silêncio da natureza carioca, mas ao mesmo tempo do agito da internet de hoje em dia? Não é uma coisa só, é tudo. Até eles têm uma segunda tela agora? Coitados.

Sem contar na gafe do site oficial ao dizer que uma das mascotes, a que representa a flora, "dorme numa vitória-régia no meio de um lago na Floresta da Tijuca". Ahn? Como assim? Não existem vitórias-régias lá, é uma planta aquática típica da região amazônica, pelo menos no mundo real... (escute o áudio na página) A mesma mascote, num passeio, pode tirar um desentupidor de pia da cabeleira de folhas. Podia ser qualquer outro objeto que não lembrasse as enchentes da cidade, né? Foi a primeira coisa que veio à cabeça.

Não começaram bem. Mas espero que, ao contrário do desaparecido Fuleco, a dupla de mascotes acabe se tornando carismática e ganhando o público brasileiro e internacional. E, na minha opinião, o primeiro passo pode ser batizá-las de Vinicius e Tom, já que as duas são mostradas como "melhores amigas". Tiba Tuque/Esquindim e Oba/Eba não dá, né? Por favor. Uma homenagem carioca da gema e merecida pode alavancar essa virada na chave. Falta muito ainda, vamos acreditar, somos brasileiros.

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