Mascherano sai da Copa do Mundo como o novo ídolo argentino

Brincadeira com Mascherano e as ilhas malvinas (Foto: Reprodução)
Brincadeira com Mascherano e as ilhas malvinas (Foto: Reprodução)

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Dos jogadores argentinos que foram recebidos como heróis em sua chegada a Buenos Aires, um em especial ganhou ainda mais respeito e carinho do público. Trata-se do volante Mascherano. Considerado por todos uma espécie de "capitão sem braçadeira", o jogador representou para os argentinos o espírito de luta do time dirigido pelo técnico Alejandro Sabella.

Não há, entre torcedores e analistas, quem deixe de render elogios à entrega do jogador. Ao mesmo tempo, Mascherano se transformou em um contraponto a Messi. O camisa 10 é reconhecido como grande jogador, porém voltou a ser atacado por sua "apatia" em campo. Sentimento que contrasta com um Mascherano lutador, capaz até de "rasgar o ânus", como o próprio revelou, para afastar um lance de perigo.

A Copa também representou a volta por cima do volante. Mascherano sempre sofreu críticas por algumas de suas atuações pelo Barcelona, onde joga improvisado como zagueiro. Alguns até falavam sobre a possibilidade do clube catalão negociá-lo, mas agora o jogador está valorizado. 

As estatísticas da Fifa comprovam a eficiência do defensor. Não houve nenhum outro jogador no Mundial que tenha desarmado tanto e recuperado tantas bolas como o "Jefecito". Segundo os números da entidade Mascherano efetuou 22 desarmes, sendo 10 completos, e recuperou 49 bolas. 

A raça do volante o elevou definitivamente ao patamar de ídolo. Nesta terça-feira, o diário "Olé" dedica sua página a Mascherano. Com uma foto do jogador ao lado da presidente Cristina Kirchner, a chamada diz "Masche 2018" e afirma que "a torcida reconheceu seu esforço e o elegeu como símbolo" e pergunta se o jogador poderá ser o "símbolo da seleção que vier". A publicação também avisa para a divulgação, nesta quarta-feira, de um pôster gigante de Mascherano, o "símbolo da raça". 

Na internet, imagens do jogador em diferentes situações são uma febre. Há até um perfil no Twitter chamado #LasMáximasdeMascherano, onde o volante é apontado como sempre capaz de realizar tarefas impossíveis. Uma delas diz que "Mascherano, com um rifle, é capaz de recuperar as Ilhas Malvinas". Isso sem falar nas montagens do volante mostrado como o guerrilheiro Che Guevara ou o prócer da independência argentina, o general San Martín. 

O time que iniciou a Copa do Mundo badalado por ter as melhores opções de ataque do mundo com Messi, Agüero, Di María, Lavezzi e Higuaín, terminou sua campanha celebrando a eficiência defensiva. Um setor que antes da competição era posto sempre em dúvidas. Muito dessa solidez, sem dúvida, se deve à entrega de Mascherano. 

Números de Mascherano na Copa do Mundo (Site da Fifa)

Partidas jogadas: 7

Minutos jogados: 720

Desarmes: 22

Desarmes completos: 10

Desarmes incompletos: 8

Porcentagem de bolas afastadas: 100%

Bloqueios: 6

Bolas recuperadas: 49

Com a palavra
Pablo Chiapetta
Repórter do Diário Olé (ARG)

A seleção deve se espelhar em Masche

A seleção argentina deverá continuar a ser um time montado para Messi nos próximos anos, porém deve se espelhar agor no exemplo de Mascherano. Ele foi o melhor jogador argentino no Brasil. O capitão sem braçadeira pode ter falhado algum passe, mas ganhou no quesito raça. Apareceu como um líder, e reivindicou para si a característica deste elenco: sacrifício, compromisso, inteligência tática e sentimento de pertencer a um grupo. À sua maneira, foi Maradona. Justamente quando Messi não pode cumprir esta expectativa. 


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