Na marca da cal: Quando Ceni deixou de bater pênaltis e ‘premiou’ companheiros


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É instantâneo. Basta os árbitros apontarem a marca da cal para que os olhares dos torcedores do São Paulo cruzem o gramado em direção a Rogério Ceni. A trajetória do goleiro-artilheiro para o confronto com o arqueiro rival tornou-se uma espécie de ritual para os tricolores, testemunhas de 82 cobranças, 63 convertidas até hoje.

O caminhar de Ceni é figura tão presente no imaginário são-paulino que penalidades cobradas por outros jogadores com o Mito em campo passaram desapercebidas. As histórias são curiosas, de solidariedade ou emergência, como em 2013. Ali, errou quatro pênaltis seguidos e abriu caminho para Jadson, atualmente no Corinthians, e Aloísio Boi Bandido, atualmente no Shandong Luneng (CHN) baterem.

O meia não foi feliz. Contra o Flamengo, no Mané Garrincha, desperdiçou a cobrança no fim da partida, perdendo a oportunidade de tirar o 0 a 0 do placar. O Tricolor seguiu muito ameaçado de rebaixamento.

Já Aloísio não desperdiçou a chance recebida do capitão. Cobrou bem o pênalti contra o Internacional, na vitória por 3 a 2. Detalhe: o atacante fez os três gols da partida.

Nos últimos dez anos de sua vitoriosa carreira, Rogério foi o cobrador oficial de pênaltis no São Paulo. Em 2010, chegou a passar o bastão a Marcelinho Paraíba a pedido do técnico Ricardo Gomes, mas logo recuperou a condição. Em outros casos, Ceni tentou motivar companheiros em fase ruim ou recém-chegados.

Em duelo contra o Bragantino na Copa do Brasil deste ano, cruzou todo o gramado do Estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto, apenas para dizer a Alexandre Pato que a vez seria dele. Depois disso, o atacante emplacou ótima sequência de gols no time. Em 2005, o centroavante Luizão viveu situação parecida.

– Contra a Universidad de Chile, na Libertadores de 2005, ele disse que eu poderia bater, porque estava treinando melhor. Aí depois teve um pênalti contra o Paraná, no Brasileirão, eu bati e errei (risos). Dei uma escorregada e a bola foi lá em cima! Contra o Corinthians (5 a 1), teve outro. Falei: 'Se quiser que eu bata, eu bato. Não tem problema nenhum, não tenho medo de errar...' Ele respondeu: 'Deixa que eu bato, estou melhor' – relembra Luizão, hoje empresário de jogadores, com bom humor.

OS PREMIADOS

Grafite
Após a saída de Luis Fabiano em 2004, chegou a dividir as cobranças com Ceni.

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Amoroso e Luizão
Experientes, ganharam chances em 2005. Amoroso foi bem, enquanto Luizão falhou.
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M. Paraíba
Em 2010, foi nomeado por Ricardo Gomes o cobrador oficial de pênaltis.
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Luis Fabiano
Voltou em 2011 e retomou o posto, mas não foi bem.
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Jadson e Aloísio
Assumiram a bronca na má fase de Ceni em 2013. Boi Bandido se deu melhor.
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Alexandre Pato
Fez um gol neste ano.

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