Ao mandar brigões para presídio, polícia cria fator inibidor, diz sociólogo


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A briga entre torcidas no domingo foi a crônica de uma morte anunciada, embora não tenha ocorrido óbitos.

A queda de braço das diretorias, com agressões verbais e troca de farpas, aumentou o clima de rivalidade já existente entre as principais facções organizadas de Fluminense e Vasco, que acabaram se enfrentando de forma selvagem.

A transferência do jogo trouxe uma série de problemas. No Nilton Santos é mais complicado. Durante a semana já tinha marcação nas redes sociais.

Eu fico imaginando como é que não temos mais mortes com a violência nesse cenário dramático. Há impunidade, falta de ação dos clubes e outros aspectos.

Gangues infiltradas foram para o confronto, com direito a uma faceta mais recente, que é a briga dentro da própria organizada por questões políticas.

Mas a ação da polícia foi muito positiva. Merece aplauso. Não tenho notícia de um número tão elevado de prisões. O crime de formação de quadrilha é inafiançável. A legislação prevê a possibilidade desse enquadramento quando um grupo combina confronto.

Sem dúvida essa medida é um fator inibidor. O endurecimento da repressão funciona assim. Até as famílias dos presos estão se envolvendo. É bom que isso ocorra. A certeza de punição inibe.

Em 2014, de todos os delitos cometidos no futebol, só 3% tiveram punição completa. Isso é um estímulo à violência, que é um problema geral da sociedade.

A violência é um problema complexo. Não tem uma causa única, portanto, não tem uma solução única. Então, a ação dos clubes nesses casos é importante, mas não vai resolver tudo.

*Maurício Murad é sociólogo e membro da Academia LANCE!

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