Libertadores do Grêmio de 1983 completa 30 anos neste domingo

Time campeão da Libertadores em 1983 (Foto: Divulgação/Grêmio)
Time campeão da Libertadores em 1983 (Foto: Divulgação/Grêmio)

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Exatos 30 anos atrás, no dia 28 de julho de 1983, em uma noite fria, típica do inverno gaúcho, o Grêmio escrevia o capítulo mais glorioso de sua história ao derrotar o Peñarol, do Uruguai, por 2 a 1, no Estádio Olímpico Monumental, e conquistar a sua primeira Copa Libertadores da sua história. Era o Grêmio de Mazarópi, Hugo de León, Tita, Renato, Tarciso, Valdir Espinosa e Fábio Koff.

O título inédito começou a ser construído em 1982, quando o Grêmio foi vice-campeão brasileiro, sendo superado pelo Flamengo de Júnior, Tita e Zico em pleno Olímpico. Para o ano seguinte, o presidente Fábio Koff reformulou o elenco, fez trocas - Tita rumou para o Grêmio e Baltazar foi para o Rio de Janeiro, por exemplo, - e apostou na base. O time que conquistaria a América pela primeira vez tinha 16 dos 28 atletas revelados pelo clube.

- Era um grupo muito unido, de jogadores fantásticos, como De León, Caio, Osvaldo, o Tita, que nos deu uma força muito grande naquela Libertadores, e o Renato. Renato, um jogador de muita força, de um carisma muito grande e que se tornou um ícone no Grêmio. São lembranças muito boas - destacou Koff, que voltaria a comandar o Grêmio na década de 90 - conquistando nova Libertadores - e é o atual mandatário tricolor, ao LANCE!Net.

A PRIMEIRA FASE

Assim como previa o regulamento, o Grêmio teve o campeão e vice do futebol boliviano - Bolívar e Bloomig - e o Flamengo, seu algoz no Brasileirão de 82, como adversários na primeira fase. Após um empate em 1 a 1 com o Rubro-Negro carioca, o Tricolor não perderia mais. Cinco vitórias consecutivas com direito a um 3 a 1 no Flamengo atuando no Maracanã. Era o Tricolor mostrando a sua força.

TRIANGULAR E O EMPATE SALVADOR

Na segunda fase, ou triangular, o Grêmio encontrou Estudiantes e América de Cali, os vencedores dos grupos 1 a 3, respectivamente. A estreia na fase final foi com vitória diante do time argentino, por 2 a 1. Na sequência, derrota e vitória contra a equipe colombiana e um dramático 3 a 3 com o Estudiantes no Jorge Luis Hirschi, em La Plata. Com cinco pontos ganhos - a vitória ainda valia dois -, o Grêmio não dependi apenas de si para avançar à final, já que o último jogo da chave reunia o eliminado América contra o Estudiantes, que em caso de vitória se classificaria. O 0 a 0 veio e o Grêmio chegou à final.

FINAL CONTRA O ATUAL CAMPEÃO

O Grêmio encontraria na final o atual campeão da Libertadores, o Peñarol, dono de quatro títulos na competição e que havia se garantido na decisão vencendo duas vezes o rival Nacional. Não poderia existir um rival, que ainda era o atual campeão do Mundial Interclubes, mais complicado. No jogo de ida, disputado no Centenário, em Montevidéu, o Grêmio arrancou um 1 a 1 com gol de Tita, aos 12 minutos do primeiro tempo. Fernando Morena, destaque daquele Peñarol, fez o gol de empate.

O Grêmio tinha, naquele 28 de julho de 1983, o desafio de impedir o quinto título do Peñarol na Libertadores, sendo o quarto fora de Montevidéu. E foi o que aconteceu. Caio, aos dez do primeiro tempo, evitou que a finalização de Osvaldo se perdesse pela linha de fundo e fez Grêmo 1 a 0. O Peñarol empatou aos 25 do segundo tempo com Morena, mas César, que entrara em campo minutos antes, aos 31, garantiu a vitória e o título ao Tricolor. Após cruzamento de Renato vindo da direita, ele, de cabeça, mergulhou para fazer um gol histórico. Um gol de título.

Coube ao zagueiro e capitão tricolor, o uruguaio Hugo De León, ex-jogador do Uruguai, levantar a Taça Libertadores com direito a sangue escorrendo pela cabeça, uma imagem que faz parte da história.

- Fiquei sabendo do sangue pelo roupeiro, quando fui tormar banho. Não teria percebido se ele (Hélio) não me falasse. Aquele título marcou muito, tinhamos um grupo muito forte, unido - recordou De León.

FICHA TÉCNICA
GRÊMIO 2 X 1 PEÑAROL

Local: Olímpico, Porto Alegre (RS)
Data: 28/7/1983
Árbitro: Édison Pérez (PER)
Auxiliares: Enrique Labo (PER) e Carlos Montalvan (PER)
Público total: 80 mil pessoas
Cartões amarelos: Paulo Roberto, Tita e Renato (GRE); Oliveira, Saralégui e Morena
Cartões vermelhos: Renato (GRE) e Ramos (PEN), 42'/2ºT

Gols: Caio, 10'/1ºT(1-0); Morena, 25'/2ºT(1-1) e César, 32'/2ºT(2-1).

GRÊMIO: Mazarópi; Paulo Roberto, Baidek, De León e Casemiro; China, Osvaldo e Tita; Renato, Caio (César) e Tarciso - Técnico: Valdir Espinosa.

PEÑAROL: Fernandez; Montelongo, Olivera, Gutierrez e Diogo; Bossio, Salazar e Saralegui; Silva (Peirano), Morena e Ramos - Técnico: Hugo Bagnulo.

A CAMPANHA DA CONQUISTA TRICOLOR

PRIMEIRA FASE
GRUPO 2

4/3 - Grêmio 1 x 1 Flamengo - Olímpico

22/3 - Blooming 0 x 2 Grêmio - Ramón Tahuichi Aguilera

25/3 - Bolívar 1 x 2 Grêmio - Hernando Siles

26/4 - Grêmio 2 x 0 Blooming - Olímpico

31/5 - Grêmio 3 x 1 Bolívar - Olímpio

5/6 - Flamengo 1 x 3 Grêmio - Maracanã

SEGUNDA FASE - TRIANGULAR
GRUPO 2

21/6 - Grêmio 2 x 1 Estudiantes - Olímpico

24/6 - América de Cali 1 x 0 Grêmio - Pascoal Guerrero

6/7 - Grêmio 2 x 1 América de Cali - Olímpico

8/7 - Estudiantes 3 x 3 Grêmio - Jorge Luis Hirschi

FINAL

22/7 - Peñarol 1 x 1 Grêmio - Centenário

28/7 - Grêmio 2 x 1 Peñarol - Olímpico

OS NÚMEROS: 12 jogos com oito vitórias, três empates e apenas uma derrota. 23 gols pró e 12 contra.

OS GOLEADORES

6 gols - Osvaldo
5 gols - Tita
4 Gols - Caio
2 gols - Renato e César
1 gol - Tarciso, Tonho, China e Hugo De León

Exatos 30 anos atrás, no dia 28 de julho de 1983, em uma noite fria, típica do inverno gaúcho, o Grêmio escrevia o capítulo mais glorioso de sua história ao derrotar o Peñarol, do Uruguai, por 2 a 1, no Estádio Olímpico Monumental, e conquistar a sua primeira Copa Libertadores da sua história. Era o Grêmio de Mazarópi, Hugo de León, Tita, Renato, Tarciso, Valdir Espinosa e Fábio Koff.

O título inédito começou a ser construído em 1982, quando o Grêmio foi vice-campeão brasileiro, sendo superado pelo Flamengo de Júnior, Tita e Zico em pleno Olímpico. Para o ano seguinte, o presidente Fábio Koff reformulou o elenco, fez trocas - Tita rumou para o Grêmio e Baltazar foi para o Rio de Janeiro, por exemplo, - e apostou na base. O time que conquistaria a América pela primeira vez tinha 16 dos 28 atletas revelados pelo clube.

- Era um grupo muito unido, de jogadores fantásticos, como De León, Caio, Osvaldo, o Tita, que nos deu uma força muito grande naquela Libertadores, e o Renato. Renato, um jogador de muita força, de um carisma muito grande e que se tornou um ícone no Grêmio. São lembranças muito boas - destacou Koff, que voltaria a comandar o Grêmio na década de 90 - conquistando nova Libertadores - e é o atual mandatário tricolor, ao LANCE!Net.

A PRIMEIRA FASE

Assim como previa o regulamento, o Grêmio teve o campeão e vice do futebol boliviano - Bolívar e Bloomig - e o Flamengo, seu algoz no Brasileirão de 82, como adversários na primeira fase. Após um empate em 1 a 1 com o Rubro-Negro carioca, o Tricolor não perderia mais. Cinco vitórias consecutivas com direito a um 3 a 1 no Flamengo atuando no Maracanã. Era o Tricolor mostrando a sua força.

TRIANGULAR E O EMPATE SALVADOR

Na segunda fase, ou triangular, o Grêmio encontrou Estudiantes e América de Cali, os vencedores dos grupos 1 a 3, respectivamente. A estreia na fase final foi com vitória diante do time argentino, por 2 a 1. Na sequência, derrota e vitória contra a equipe colombiana e um dramático 3 a 3 com o Estudiantes no Jorge Luis Hirschi, em La Plata. Com cinco pontos ganhos - a vitória ainda valia dois -, o Grêmio não dependi apenas de si para avançar à final, já que o último jogo da chave reunia o eliminado América contra o Estudiantes, que em caso de vitória se classificaria. O 0 a 0 veio e o Grêmio chegou à final.

FINAL CONTRA O ATUAL CAMPEÃO

O Grêmio encontraria na final o atual campeão da Libertadores, o Peñarol, dono de quatro títulos na competição e que havia se garantido na decisão vencendo duas vezes o rival Nacional. Não poderia existir um rival, que ainda era o atual campeão do Mundial Interclubes, mais complicado. No jogo de ida, disputado no Centenário, em Montevidéu, o Grêmio arrancou um 1 a 1 com gol de Tita, aos 12 minutos do primeiro tempo. Fernando Morena, destaque daquele Peñarol, fez o gol de empate.

O Grêmio tinha, naquele 28 de julho de 1983, o desafio de impedir o quinto título do Peñarol na Libertadores, sendo o quarto fora de Montevidéu. E foi o que aconteceu. Caio, aos dez do primeiro tempo, evitou que a finalização de Osvaldo se perdesse pela linha de fundo e fez Grêmo 1 a 0. O Peñarol empatou aos 25 do segundo tempo com Morena, mas César, que entrara em campo minutos antes, aos 31, garantiu a vitória e o título ao Tricolor. Após cruzamento de Renato vindo da direita, ele, de cabeça, mergulhou para fazer um gol histórico. Um gol de título.

Coube ao zagueiro e capitão tricolor, o uruguaio Hugo De León, ex-jogador do Uruguai, levantar a Taça Libertadores com direito a sangue escorrendo pela cabeça, uma imagem que faz parte da história.

- Fiquei sabendo do sangue pelo roupeiro, quando fui tormar banho. Não teria percebido se ele (Hélio) não me falasse. Aquele título marcou muito, tinhamos um grupo muito forte, unido - recordou De León.

FICHA TÉCNICA
GRÊMIO 2 X 1 PEÑAROL

Local: Olímpico, Porto Alegre (RS)
Data: 28/7/1983
Árbitro: Édison Pérez (PER)
Auxiliares: Enrique Labo (PER) e Carlos Montalvan (PER)
Público total: 80 mil pessoas
Cartões amarelos: Paulo Roberto, Tita e Renato (GRE); Oliveira, Saralégui e Morena
Cartões vermelhos: Renato (GRE) e Ramos (PEN), 42'/2ºT

Gols: Caio, 10'/1ºT(1-0); Morena, 25'/2ºT(1-1) e César, 32'/2ºT(2-1).

GRÊMIO: Mazarópi; Paulo Roberto, Baidek, De León e Casemiro; China, Osvaldo e Tita; Renato, Caio (César) e Tarciso - Técnico: Valdir Espinosa.

PEÑAROL: Fernandez; Montelongo, Olivera, Gutierrez e Diogo; Bossio, Salazar e Saralegui; Silva (Peirano), Morena e Ramos - Técnico: Hugo Bagnulo.

A CAMPANHA DA CONQUISTA TRICOLOR

PRIMEIRA FASE
GRUPO 2

4/3 - Grêmio 1 x 1 Flamengo - Olímpico

22/3 - Blooming 0 x 2 Grêmio - Ramón Tahuichi Aguilera

25/3 - Bolívar 1 x 2 Grêmio - Hernando Siles

26/4 - Grêmio 2 x 0 Blooming - Olímpico

31/5 - Grêmio 3 x 1 Bolívar - Olímpio

5/6 - Flamengo 1 x 3 Grêmio - Maracanã

SEGUNDA FASE - TRIANGULAR
GRUPO 2

21/6 - Grêmio 2 x 1 Estudiantes - Olímpico

24/6 - América de Cali 1 x 0 Grêmio - Pascoal Guerrero

6/7 - Grêmio 2 x 1 América de Cali - Olímpico

8/7 - Estudiantes 3 x 3 Grêmio - Jorge Luis Hirschi

FINAL

22/7 - Peñarol 1 x 1 Grêmio - Centenário

28/7 - Grêmio 2 x 1 Peñarol - Olímpico

OS NÚMEROS: 12 jogos com oito vitórias, três empates e apenas uma derrota. 23 gols pró e 12 contra.

OS GOLEADORES

6 gols - Osvaldo
5 gols - Tita
4 Gols - Caio
2 gols - Renato e César
1 gol - Tarciso, Tonho, China e Hugo De León

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