Levantadoras campeãs olímpicas duelam na final entre Unilever e Sesi


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Depois que Fofão deixou a Seleção Brasileira após o ouro olímpico em Pequim-2008, um buraco na posição de levantadora se abriu. Coube à Dani Lins, tantas vezes contestada na carreira, preencher o vazio nos Jogos de Londres, quatro anos depois, quando conduziu a equipe ao bi olímpico.

Neste domingo, as duas são atrações da final da Superliga Feminina entre Unilever e Sesi-SP, às 10h, no Maracanãzinho. O time paulista tenta o título inédito, enquanto as cariocas vão atrás de sua nona conquista.

Desacreditados durante a maior parte da temporada, os rivais têm na armação de suas jogadas uma segurança. Se Dani Lins vem em alta devido à boa fase, Fofão é sempre referência na posição. O mérito da mais nova é reconhecido pela veterana, para quem o posto de titular da Seleção Brasileira já tem dona.

– Levantadora tem que ter personalidade. Não é algo que alguém ensina, tem que partir da pessoa. Percebo na postura que a Dani está adquirindo isso. Não é mais aquela menininha que ficava perdida nos jogos – avaliou Fofão, de 44 anos.

Dani Lins era uma menina quando chegou à equipe carioca, então chamada Rexona Ades, em 2006, aos 21 anos e com status de promessa. Ficou no Rio até 2011, quando se transferiu para o Sesi-SP. Precisou ouvir muitas broncas do técnico Bernardinho, mas conquistou quatro títulos da Superliga e cavou seu espaço na Seleção até suceder a veterana.

– Acho que ainda posso aprender tudo com ela. Às vezes eu falo para as meninas "você viu a mágica que a Fofão fez? Quero fazer também". É um exemplo para mim. Quero chegar aos meus 43 jogando tão bem quanto ela, de cabeça e de físico – afirmou Dani Lins, hoje aos 29 anos.

Presente em 15 edições da Superliga, Fofão busca seu quarto título. Foi campeã em 98/99, pelo Uniban/São Bernardo (eleita a melhor levantadora), em 01/02 (melhor levantadora e jogadora), pelo MRV/Minas e pela Unilever (melhor jogadora da final), em 12/13.

Já Dani Lins faturou o torneio em 04/05, pelo Finasa/Osasco, e em 06/07, 07/08, 08/09 e 10/11, pela Unilever.

Bate-bola

Fofão
Levantadora da Unilever e ex-jogadora da Seleção Brasileira

Para você, a Dani Lins já se firmou como titular da Seleção Brasileira?
Sim. Ela soube aproveitar a oportunidade nos Jogos de Londres. Agora, só depende só dela, da maneira como vai encarar a responsabilidade para marcar sua posição.

Quais os pontos fortes dela?
É uma das que tem mais precisão no levantamento e está começando a entender sua importância. Fico feliz em ver o crescimento dela.

Como vê a situação das levantadoras do Brasil atualmente?
A Dani Lins e a Fabíola estão um nível acima das outras. Jogam em grandes equipes, o que as permite a se manter nesse padrão.

Bate-Bola

Dani Lins
Levantadora do Sesi-SP e da Seleção Brasileira

A Fofão diz que você já se firmou como titular do Brasil. Concorda?
Tudo o que vem da Fofão, críticas ou elogios, é para o bem e me deixa muito feliz. Mas sei que o vôlei tem muitos altos e baixos. Se eu der uma queda, outra pega meu lugar.

O que você acho que ainda pode aprender com a Fofão?
Tudo (risos). Por sermos levantadoras, nos desgastamos menos. Então, fora o físico, o que eu desejo mesmo é ter a boa cabeça dela.

O que espera dessa final?
É uma final que ninguém esperava. Mas há grandes jogadoras nas duas equipes, como a Fabiana e a Fofão. Será um grande jogo.

Com a palavra

Roberta Ratzke
Levantadora da Unilever, de 23 anos, que já jogou com Fofão e Dani Lins

É até difícil falar, porque as duas são muito boas. A Fofão é mais experiente, tem mais anos de voleibol. Mas para mim foi ótimo ter encontrado a Dani Lins em meu primeiro ano aqui na Unilever, em 2010. Eu era muito novinha, e ela já tinha assumido o time havia algum tempo e pôde me passar a experiência que teve no início, as dificuldades que enfrentou, como aturar os gritos do Bernardo. É uma posição difícil, porque você é a única que não pode parar de pensar um minuto sequer. Ela viveu tudo o que eu vou começar a viver a partir de agora na carreira. Me ensinou a jogar sempre alegre e deixar a seriedade para as mais velhas.

Com a Fofão, estou em meu segundo ano e agora pude ficar mais próxima por causa da lesão dela na panturrilha. Nos ajudamos muito. Mesmo sendo mais velha, está sempre se doando. Foi difícil para mim substituí-la na primeira fase, mas ela me deu uma boa base. Toda aquela tranquilidade que ela demonstra se reflete no nosso jogo. 

Sou grata por tudo o que elas me ensinaram. Agora é praticar.

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