Koehler defende trabalho: ‘Nos apontar como culpados é irresponsável’


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Cristiano Koehler deverá ter nesta quinta-feira uma reunião com Roberto Dinamite que servirá para avaliar o trabalho dele durante o ano. Mas com a pressão que o mandatário vem sofrendo de conselheiros e vice-presidentes no clube, o encontro pode até resultar na saída do profissional.

Aliados de Dinamite pedem a demissão dos diretores remunerados do clube. Inicialmente, o presidente mostrou-se contrário, mas já há certa dúvida se conseguirá resistir a tamanha pressão.

Em contato com LANCE!Net, Cristiano Koehler garante que até o momento não foi informado de uma possível demissão, mas mostrou-se bastante incomodado com a pressão política nos bastidores pela saída dos diretores remunerados.

– Peguei um cenário caótico no clube e fiz o máximo para desempenhar o trabalho. Nos apontar como culpados é no mínimo irresponsável. Não dá para atribuir o fracasso aos diretores remunerados - defende Cristiano.

Independentemente do futuro, se fica ou não no Vasco, Cristiano diz que está preparando um relatório com tudo o que foi feito nesse prazo de menos de um ano.

Veja abaixo o bate-papo de Cristiano Koehler com o LANCE!Net:

Como tem visto essa pressão pela saída dos diretores?
Vejo dentro de uma normalidade, pelo fracasso. Em um fracasso se buscam sempre as causas e nesse caso estou percebendo que virei alvo. Deveria ser dividido entre todas as pessoas que fazem parte da estrutura do futebol. Não contratei, não escalei... Fiz parte de uma equipe. Se fracassou, fracassou todo mundo. Se tiver de sacrificar meu trabalho pelos anseios da política, vou discordar, mas vida que segue. Claro, todos ficamos muito magoados com o fim do Brasileiro, com o rebaixamento. Mas nós, diretores, somos staff. Não influenciamos diretamente no campo.

Mas e como você avalia o trabalho dos diretores neste período de um ano? Como avalia o seu trabalho?
Dentro das limitações e do que nos foi colocado, considero satisfatório. Dos R$ 120 milhões de orçamento que foram aprovados para este ano, tive nas minhas mãos R$ 20 milhões. O restante estava comprometido, penhorado já. Como vai trabalhar o clube em um ano assim? Tive de pegar R$ 10 milhões emprestado durante o ano no meu nome para pagar salários, com pessoas físicas e jurídicas, tendo meu nome como garantidor. Fiz o que pude.

Já falaram sobre demissão?
Não falaram, nada. Já coloquei meu cargo à disposição anteriormente. Tenho uma reunião com o Roberto, mas normal, sobre avaliação de trabalho.

E quanto às críticas referentes a seu salário, que seria alto...
O futebol hoje tem funções e atribuições diferentes do mercado privado. Envolve muita coisa. Quem aceitaria assumir uma empresa com déficit milionário como o do Vasco, por exemplo? Eu tive uma dificuldade muito grande de encontrar um diretor financeiro. Demorei uns seis meses para isso. É complicado absorver uma estrutura dessa, com uma grande marca. Tem de ter um conhecimento de mercado. Um exemplo, entramos e conseguimos um acordo para não perder o Danilo por um valor inferior ao da multa. Assim como Dedé, que tivemos de fazer toda uma outra operação para não perdê-lo por um valor mais baixo. Claro que não gostaríamos de vendê-lo, mas pela situação que estava, com salários atrasados. Se fizer uma análise de custo benefício, tenho certeza de que eu "me paguei". Isso tudo vai estar no relatório que estou preparando. Tem que se olhar toda a engrenagem.

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