Invasão de chilenos sem ingresso no Maracanã é confusão anunciada


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A invasão de torcedores do Chile poderia ter sido evitada se a Fifa, o COL e as autoridades de segurança do Rio tivessem se atentado ao alerta emitido pelo jogo Argentina x Bósnia, também no Maracanã.

A confusão no Centro de Imprensa, pouco antes do apito inicial para Chile x Espanha, se deu, basicamente, por dois fatores: brecha no bloqueio da entrada de imprensa e a aglomeração excessiva de torcedores sem ingresso ao redor do estádio.

Ambas as situações já tinham se repetido e causado problemas, com consequência em menor escala, com os torcedores argentinos.

Antes da vitória de Messi e Cia., no domingo, dois hermanos também acharam espaço entre as grades e as tendas da barreira de acesso ao ponto em que os jornalistas entram no Maracanã. A diferença é que a invasão foi isolada e a segurança conseguiu pegar um de cada vez. Naquele dia, a invasão mais grave ocorreu em outro lado do estádio.

Como o LANCE!Net publicou, alguns seguranças do setor já tinham mostrado certo temor, caso um grupo mais numeroso resolvesse explorar a brecha. E foi justamente o que ocorreu nesta quarta-feira, com os chilenos - 85 acabaram detidos e com prazo de até 72 horas para deixarem o país. O COL assegura que nenhum chegou ao gramado.

A raiz mais evidente do problema é a circulação em massa de torcedores sem ingresso no entorno do Maracanã, algo que deveria ser coibido pelas forças de segurança pública. Em algumas ruas ao redor do estádio esse filtro funciona - como pôde ser visto antes do Espanha x Chile, mas essa eficácia não é regra.

Os torcedores têm trânsito livre, principalmente ao saírem do metrô. Muitos não têm nem vergonha e já saem com cartazes com a mesma frase em idiomas diferentes: compro ingressos. Ou seja, o terreno é fértil para os cambistas.

Na quarta-feira, foi possível ver até um grupo de aproximadamente cem pessoas dando voltas no Maracanã, procurando alguém da Fifa e cheio de revolta, alegando ter comprado ingressos com uma agência de Barcelona, na Espanha, mas as entradas não foram entregues. E eles queriam entrar no estádio mesmo assim, apresentando supostos comprovantes de compra.

O COL já tinha sido avisado sobre a invasão pelas grades do Centro de Imprensa e estava confiando na educação das pessoas. Mas o Comitê não escondeu o incômodo pela aglomeração no entorno do estado. Após o jogo contra a Argentina, o LANCE!Net indagou a Secretaria de Segurança do Rio sobre a operação e as falhas nos bloqueios. O órgão apenas informou que o Centro Integrado de Comando e Controle iria avaliar a operação.

A nota não deve ter sido boa.

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