Ingressos caros deixam Maracanã desértico nas arquibancadas centrais

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A divulgação do borderô do clássico entre Fluminense e Vasco confirma a impressão visual: o Maracanã virou um estádio polarizado. Pela diferença dos preços aplicados nos setores Norte e Sul com relação à área central do estádio, a taxa de ocupação teve uma diferença considerável. Enquanto a parte com preços mais baratos foi ocupada em 81%, apenas 22% dos lugares mais caros disponíveis foram comercializados.

Em números exatos, 19.146 ingressos para o clássico ficaram encalhados. Sendo 11.676 dos setores com valores mais salgados (R$ 100, R$ 250 e R$ 300). Os locais de maior incidência da “desertificação” foram os do Consórcio Maracanã – setores Premium e Fan Tickets.

O borderô foi a forma de maquiar a falta de demanda do jogo, especialmente para os lugares mais caros. No documento, só constam como disponíveis 34.854 entradas. As contas apresentadas informam que apenas 220 ingressos foram devolvidos, o que serviria para comprovar o sucesso nas vendas.

Mas esta não foi a realidade, como mostra a ata da reunião feita na Ferj, que serviu para definir a carga de ingressos e o esquema de segurança para o clássico.

O relatório do encontro revela que a carga à venda para o jogo foi de 54 mil, uma diferença de 19.146 daquilo relatado no borderô. A desproporção fica mais gritante quando analisado aquilo que foi tido como disponível nos setores do Consórcio – de 15 mil lugares na ata do jogo para 3.324 disponíveis e comercializados, segundo o borderô.

A justificativa apurada pelo LANCE! junto à Ferj foi que, como a venda foi on-line, os ingressos só ganharam o status de “disponíveis” à medida em que foram solicitados pelo torcedor. Mas, caso houvesse mais pedidos, o limite máximo utilizado seria o definido na reunião da Ferj.

Via assessoria, o Consórcio diz que ficou satisfeito com a venda de entradas, levando em conta que a média de público do Brasileiro está na casa dos 12 mil pagantes.

332

6.619


Academia LANCE!
João Henrique Areias
Especialista em marketing

"Tem de ter pesquisa para aumentar o preço"

O aumento do preço do ingresso é absurdo no Brasil. Tem de ser feito com base em pesquisa, com base num trabalho de médio a longo prazo. Não pode aumentar o valor em função do conforto, da novidade do estádio. O Brasil ainda não tem mercado para adotar estes preços. Está sendo na base do “chutômetro”.

Normalmente esses lugares mais caros lotam quando os outros setores de ingressos já estão esgotados, seja pelo programa de sócio-torcedor ou pela venda de pacotes de jogos com vantagem, prática muito comum na Europa e nos Estados Unidos, onde, antes mesmo da temporada, o torcedor adquire todos os ingressos da competição. Assim até é aceitável o bilhete avulso ser mais caro.

É claro que para isso é necessário ter um estádio. E o Fluminense com essa parceria tem essa possibilidade. O Flamengo com este acordo de seis meses não tem como. Acho que essas tentativas de colocar os ingressos mais caros, que deram até certo nos jogos do Flamengo, em Brasília, principalmente, podem falhar em breve.

No clássico entre Flamengo e Botafogo, domingo, acredito que já teremos uma resposta mais positiva de como o torcedor vai se comportar com esses ingressos mais caros. Desta partida poderá sair um novo rumo a ser tomado.

A divulgação do borderô do clássico entre Fluminense e Vasco confirma a impressão visual: o Maracanã virou um estádio polarizado. Pela diferença dos preços aplicados nos setores Norte e Sul com relação à área central do estádio, a taxa de ocupação teve uma diferença considerável. Enquanto a parte com preços mais baratos foi ocupada em 81%, apenas 22% dos lugares mais caros disponíveis foram comercializados.

Em números exatos, 19.146 ingressos para o clássico ficaram encalhados. Sendo 11.676 dos setores com valores mais salgados (R$ 100, R$ 250 e R$ 300). Os locais de maior incidência da “desertificação” foram os do Consórcio Maracanã – setores Premium e Fan Tickets.

O borderô foi a forma de maquiar a falta de demanda do jogo, especialmente para os lugares mais caros. No documento, só constam como disponíveis 34.854 entradas. As contas apresentadas informam que apenas 220 ingressos foram devolvidos, o que serviria para comprovar o sucesso nas vendas.

Mas esta não foi a realidade, como mostra a ata da reunião feita na Ferj, que serviu para definir a carga de ingressos e o esquema de segurança para o clássico.

O relatório do encontro revela que a carga à venda para o jogo foi de 54 mil, uma diferença de 19.146 daquilo relatado no borderô. A desproporção fica mais gritante quando analisado aquilo que foi tido como disponível nos setores do Consórcio – de 15 mil lugares na ata do jogo para 3.324 disponíveis e comercializados, segundo o borderô.

A justificativa apurada pelo LANCE! junto à Ferj foi que, como a venda foi on-line, os ingressos só ganharam o status de “disponíveis” à medida em que foram solicitados pelo torcedor. Mas, caso houvesse mais pedidos, o limite máximo utilizado seria o definido na reunião da Ferj.

Via assessoria, o Consórcio diz que ficou satisfeito com a venda de entradas, levando em conta que a média de público do Brasileiro está na casa dos 12 mil pagantes.

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João Henrique Areias
Especialista em marketing

"Tem de ter pesquisa para aumentar o preço"

O aumento do preço do ingresso é absurdo no Brasil. Tem de ser feito com base em pesquisa, com base num trabalho de médio a longo prazo. Não pode aumentar o valor em função do conforto, da novidade do estádio. O Brasil ainda não tem mercado para adotar estes preços. Está sendo na base do “chutômetro”.

Normalmente esses lugares mais caros lotam quando os outros setores de ingressos já estão esgotados, seja pelo programa de sócio-torcedor ou pela venda de pacotes de jogos com vantagem, prática muito comum na Europa e nos Estados Unidos, onde, antes mesmo da temporada, o torcedor adquire todos os ingressos da competição. Assim até é aceitável o bilhete avulso ser mais caro.

É claro que para isso é necessário ter um estádio. E o Fluminense com essa parceria tem essa possibilidade. O Flamengo com este acordo de seis meses não tem como. Acho que essas tentativas de colocar os ingressos mais caros, que deram até certo nos jogos do Flamengo, em Brasília, principalmente, podem falhar em breve.

No clássico entre Flamengo e Botafogo, domingo, acredito que já teremos uma resposta mais positiva de como o torcedor vai se comportar com esses ingressos mais caros. Desta partida poderá sair um novo rumo a ser tomado.

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