Gucci: ‘holandês’, violinista e maior esperança de gols do Irã na Copa

Anjinho na Granja Comary para dar apoio à Seleção (Foto: Igor Siqueira)
Anjinho na Granja Comary para dar apoio à Seleção (Foto: Igor Siqueira)

Escrito por

Metade iraniano, metade holandês. Reza Ghoochannejhad, autor do gol que garantiu o Irã na Copa do Mundo de 2014, era uma das promessas do futebol da Holanda até 2007. Nascido em Mashhad, no Irã, o Gucci (abreviação de Gooch-an-ee-chad, nenhuma relação com a famosa grife italiana), mudou-se aos oito anos de idade para Leeuwarden, na Holanda. E, logo que chegou, começou a treinar no Heerenveen, clube da cidade vizinha.

Dos 16 aos 20 anos, o atacante representou as seleções de base da Holanda. Mas a boa fase foi interrompida por uma grave lesão no joelho (ruptura do ligamento cruzado anterior). Foram quase dois anos afastado do futebol. No período de inatividade, ele cursou direito e também fez aulas avançadas de violino, hobby que mantém até hoje.

Gucci demorou, mas se recuperou da lesão e ainda fez alguns jogos pelo Heerenveen. Tempo suficiente para a velocidade e o poder de finalização do jovem atacante chamarem a atenção do ex-craque Marc Overmars em 2009. Na ocasião, o ídolo do futebol holandês, após temporadas de sucesso no Arsenal e no Barcelona, estava caminhando para a aposentadoria no clube da infância, o Go Ahead Eagles.

Com a camisa do modesto Go Ahead Eagles, Gucci cresceu profissionalmente e ganhou espaço no cenário nacional. Em 2010, ele foi contratado pelo SC Cambuur. Um grande salto na carreira. Depois de um ano de altos e baixos na primeira divisão do campeonato holandês, nova mudança de país. Ghoochannejhad trocou a Holanda pela Bélgica, para defender o Sint-Truiden, em 2011.

E foi jogando no futebol belga que o atacante se reaproximou da sua terra natal. Mesmo longe dos holofotes do Irã, ele foi "descoberto" pelo técnico português Carlos Queiroz, no comando da seleção iraniana desde 2011. A primeira convocação aconteceu em outubro de 2012, quando já atuava no Standard Liège.

De lá para cá, Gucci tornou-se titular absoluto da seleção e, principalmente, ídolo do povo iraniano. Ele caiu de vez nas graças da torcida ao marcar o gol que decretou a vitória por 1 a 0 em cima da Coreia do Sul, em junho de 2013, na última rodada das Eliminatórias Asiáticas para a Copa do Mundo no Brasil. Gol, este, que garantiu o Irã no Mundial.

Reza Ghoochannejhad é atualmente o camisa 8 do Charlton, da segunda divisão inglesa. Contratado em janeiro deste ano, o atacante fez uma segunda parte de temporada tímida: 17 jogos e apenas um gol. Só que as poucas atuações ajudaram o clube a se livrar do rebaixamento. Apesar do curto tempo na Inglaterra, Reza, como é chamado pelos torcedores locais, já é querido pelo grupo e ironizado pelos companheiros por ter o "maior sobrenome da história do futebol inglês".

Assim, aos 26 anos, o iraniano-holandês Reza Ghoochannejhad, formado em direito, apaixonado por violino, torcedor do Barcelona ("culpa" da amizade com Overmars) e "dono do maior sobrenome do futebol da Inglaterra", é a principal esperança de gols da seleção do Irã, que desembarcou no Brasil na última terça-feira e, a partir desta quarta-feira, começará a treinar no centro de treinamento do Corinthians (CT Joaquim Grava).

- Viemos preparados e durante os 90 minutos de cada jogo vamos tentar fazer o melhor. Estou convencido que vamos dar dor de cabeça para nossos oponentes aqui - declarou o técnico Carlos Queiroz, ainda no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.

A maior dor de cabeça para Argentina, Nigéria e Bósnia, adversários da seleção iraniana no Grupo F da Copa do Mundo, tem nome, apelido, número de camisa e duas grande paixões: Reza Ghoochannejhad, o Gucci, camisa 16.

- Eu amo marcar gols. Eu amo representar o meu país - afirmou o atacante, em recente entrevista ao site oficial da Fifa.


News do Lance!

Receba boletins diários no seu e-mail para ficar por dentro do que rola no mundo dos esportes e no seu time do coração!

backgroundNewsletter