Gobbi rebate pai de preso após invasão e relembra ajuda em Oruro

Cadastro de Jogador (Foto: Reprodução)
Cadastro de Jogador (Foto: Reprodução)

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Os três torcedores que estavam presos após a invasão ao CT Joaquim Grava, no dia 1º de fevereiro, foram soltos na última segunda-feira. Hélio Diniz, pai de Tarcísio Baselli Diniz, um dos ex-presos, escreveu ao LANCE!Net um depoimento e afirmou que a diretoria, representada na figura do presidente Mário Gobbi Filho, estava "acabando com a torcida", maior patrimônio do clube. Neste domingo, o mandatário alvinegro rebateu a declaração.

- O pai de um dos torcedores disse que o Corinthians não cuidou da torcida? Ele tem razão... Nós fomos até Oruro (BOL) para tirar 12 torcedores que nunca sairiam de lá. Essa é a cara da diretoria do Corinthians. Para a diretoria fazer isso, o torcedor tem que ser inocente. Invadir CT, depredar veículos, praticar outras coisas que praticaram lá, não é inocência. Portanto, não tem a guarida do direito e não tem o apoio da diretoria legalista do Corinthians - afirmou o presidente do Timão, no vestiário do Pacaembu, após a vitória da equipe por 3 a 0 sobre o Atlético Sorocaba.

Gobbi referiu-se ao esforço do clube, em cooperação com o Ministério de Relações Exteriores, para liberar os 12 torcedores que haviam sido presos em fevereiro do ano passado, após morte do torcedor boliviano Kevin Espada - o garoto de 14 anos foi atingido fatalmente por um sinalizador naval atirado por um torcedor do Corinthians, no duelo diante do San José (BOL), pela Libertadores, no dia 20 de fevereiro de 2013.

No caso da invasão do CT, Tiago Aurelio dos Santos Ferreira, que estava preso em Oruro, participou do episódio em que mais de cem entraram no local de treinamento alvinegro para protestar contra os jogadores. Alguns agrediram funcionários, três celulares foram furtados e carros acabaram depredados, além de portas de vidro e outros estabelecimentos do CT.

- Sobre isso (participação do preso de Oruro) já falamos quinhentas vezes. Tem de analisar caso a caso. No caso de Oruro, eram todos inocentes. A invasão no CT é outro caso. Não pode julgar uma pessoa por todos os casos - disse Gobbi.

Na última segunda-feira, o juiz Gilberto Azevedo Morais Costa, da 17ª Vara do Fórum Criminal de São Paulo, rejeitou a denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), braço do Ministério Público, e mandou soltar Tiago Aurelio dos Santos Ferreira, Gabriel Monteiro de Campos e Tarcísio Baselli Diniz, que estavam presos por conta da invasão ao CT Joaquim Grava. Fernando Wilson de Carvalho, que também havia sido denunciado, mas estava foragido, foi outro beneficiado com a decisão.

No despacho, o juiz justificou que "tudo não passou de um ato de revolta", algo que causou um misto de espanto e irritação no técnico Mano Menezes, e que também foi de certa forma criticado por Gobbi neste domingo.

- Acho que cada um trabalha, tem a sua consciência, decide de acordo com ela... Não sou do poder judiciário. Não cabe a mim analisar. Eu acho que vocês, que analisam muito a questão da violência, criminalidade no futebol, cobram dos dirigentes como se os dirigentes fossem o poder público, para sanar o problema em si... O que o juiz fez foi dizer que esse é um problema da iniciativa privada. Nós que temos de resolver? Eu tenho de contratar seguranças, encher o CT de policiais pagos pelo Corinthians, para que ninguém mais entre lá? Nós, com a postura nossa, estamos transferindo um problema do poder público para a iniciativa privada. É um caminho sem volta de privatização - reclamou o presidente corintiano.

- Sobre a invasão, tudo que podia ser feito, nós fizemos. Agora o problema é da polícia, não do Corinthians - completou, destacando a denúncia feita pelo clube.

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