Galo da Japi visita o Rio Claro para não ser o pior dos Paulistas

Zetti (Foto: Eduardo Viana/ LANCE!Press)
Zetti (Foto: Eduardo Viana/ LANCE!Press)

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O Paulista visita o Rio Claro, às 18h30 deste sábado, para tentar a primeira vitória no Campeonato Paulista e evitar o posto de pior desempenho em uma década na competição. Curiosamente, também há dez anos o clube fazia sua melhor campanha no estadual ao cair para o São Caetano na decisão. A atual situação do Galo da Japi é justificada por ex-dirigentes e técnicos pela falta de incentivo em Jundiaí.

– Administrar um clube do interior é muito difícil. Menos patrocínio, menos público. Quando o Paulista jogava a Série B do Brasileiro ainda conseguia se manter, mas o município também nunca deu muito apoio – lamentou Vagner Mancini.

O técncio, atualmente desempregado, esteve à frente da conquista da Copa do Brasil de 2005 sobre o Fluminense. No ano seguinte, disputou a Copa Libertadores da América e derrotou o River Plate. No segundo semestre, bateu na trave na briga pelo acesso à Série A do Brasileiro.

– O clube tinha saído da era Parmalat (de 1998 a 2001), mas ainda tinha dinheiro e a estrtura, todas as contas em dia, mas com dificuldades de encontrar patrocínio. Após a Copa do Brasil, tivemos dificuldade para montar o time, que ficou pior na Libertadores. Já começava a faltar dinheiro – relatou o ex-treinador.

Em 2007, a diretoria firmou parceria com o Banco Fator em projeto nomeado Campus Pelé. O Rei do Futebol investiria nas categorias de base e em melhoras na estrutura, além de auxiliar na administração do clube. Os cofres mais seguros, entretanto, não levaraam a estabilidade para campo e, em dois anos, o Galo caiu da Série B para a Série D do Brasileiro.

Enquanto durou, a parceria deu base sólida para garantir o Paulista na elite estadual e vencer o bicampeonato da Copa Paulista em 2010 e 2011. Quase três anos após o término do acordo, as finanças voltaram a ser um problema e a Série A2 aparece cada vez mais perto de Jayme Cintra. A reportagem do L! tentou entrar em contato com o presidente Djair Bocanella e o vice Cristiano Mingotti, mas não obteve sucesso.


Bate-bola com EduardoPalhares, presidente do Paulista de 1998 a 2010

O que motivou a derrocada?
O clube não é importante para a cidade, não é um ícone ou um produto. A cidade não gosta tanto do Paulista, nem contra o River Plate em 2006 lotaram o estádio. Sem falar no calendário feito somente para os grandes. Quem não joga nacional, só tem cinco meses no ano.
 
A parceria com o Campus Pelé e o Banco Fator prejudicaram?
Tenho todos os dados do que era a vida do Paulista após ganhar a Copa do Brasil e jogar a Libertadores. Posso dizer que a parceria nos ajudou a administrar, pagar dívidas, realinhar impostos. Vendi mais de 20 jogadores e ganhamos estrutura nas categorias de base.

A queda foi coincidência?
Não houve o sucesso proposto nos resultados. Mas dentro de uma curva, se esperássemos um pouco mais, estaríamos bem. Cada presidente tem sua decisão.

A culpa é da atual diretoria?
Não encaro como um erro, porque é uma decisão difícil. Não quero criticar dirigente nenhum. Trabalho de diretoria de time pequeno é algo heroico. Ninguém quer assumir a responsabilidade. O trabalho dessas pessoas é digno de elogio.



Com a palavra, Zetti - técnico vice-campeão paulista em 2004

"Paulista era bem administrado por gente competente na comissão técnica e na diretoria. Todos sabiam das dificuldades e buscavam novos parceiros, novas soluções. Mas sempre com pés no chão e responsabilidade.

A folha salarial do nosso elenco era muito baixa em comparação aos números que a diretoria do Palmeiras pagava. Só o salário do Marcos (ex-goleiro), por exemplo, era maior que toda nossa folha na época. Era um time de jovens vindos da base, que falavam ser herança dos investimentos feitos pela Parmalat, e alguns emprestados pelo São Paulo, com o goleiro Márcio.

Lembro que chegaram a falar sobre uma parceria com um time da Holanda, mas acabou não saindo do papel. Tinha um auxiliar-técnico deles que assistia jogos e treinos. Só que chegou um momento em que eu não podia ficar esperando, tinha que me concentrar no meu trabalho e deixar para a diretoria resolver essa questão".

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