Fofão temeu que não pudesse jogar a final da Superliga


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Fofão é uma jogadora acostumada a dores. Nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008, conquistou a medalha de ouro com um edema ósseo no joelho. Na final da Superliga Feminina no ano passado, mesmo com dores na panturrilha, ajudou a Unilever a virar o jogo contra o Sollys/Nestlé, num Ibirapuera, em São Paulo, lotado. Neste domingo, a levantadora de 44 anos voltou a superar uma lesão na panturrilha esquerda para conquistar mais uma Superliga, contra o Sesi-SP, num Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, também lotado. Mas por pouco a jogadora não entrou em quadra.

- A semana toda temi que não fosse jogar. Eu treinava só de manhã, com muito cuidado. Eu não estava segura para jogar. Mas não conseguia me imaginar fora de uma final. Nem que amarrassem a minha perna eu jogaria. Consegui começar e ir até o fim - afirmou Fofão, eleita a melhor jogadora da decisão.

No ano passado, a levantadora, então com 43 anos, sentiu uma lesão na panturrilha um dia antes da final. Ela chegou a esconder do médico da Unilever, Ney Pecegueiro, a gravidade do problema. E usou toda a sua experiência para não demonstrar para as adversárias que tinha uma limitação física. Dessa vez o problema aconteceu cerca de 15 dias antes da final. Embora não sentisse tanta dor, o tempo foi passando e a jogadora não se recuperava.

- É muito difícil conseguir se concentrar sentindo dor. Tinha pressão do jogo, da dor e tinha a minha importância dentro da quadra. Este ano me lesionei na semifinal contra o Vôlei Amil. Foi uma coisa que me assustou. Mas o carinho das meninas, a energia positiva, me fizeram esquecer da panturrilha. Sou muito amada nessa equipe e quis retribuir, estando feliz na quadra e conquistando o título. O Bernardinho até pensou em não me colocar, dizendo que eu já tinha feito muito pelo time, mas o carinho de todos me deu força - prosseguiu a atleta.

Embora não tenha sentido dor durante a partida, somente um incômodo, Fofão não quis arriscar. Usou a experiência e se controlou para a dor não aparecer. Normalmente vibrante em quadra, a levantadora procurou se poupar. Mas, embora tenha vencido a dor neste domingo, a experiente jogadora sabe que seu corpo já está cobrando. Aposentadoria, no entanto, ainda não está definida.

- Essa palavra é muito ruim, eu não gosto. Tenho que pensar direito, com calma. Não foi um ano fácil. Quem não gostaria de terminar a carreira dessa maneira? Jogando uma final, na sua casa, com título. Seria um fechamento de um livro, de uma história perfeita. Mas ainda tem as próximas páginas. Muita coisa vai pesar na hora de decidir. A condição física é algo que me preocupa. Se continuar, não quero atrapalhar, quero ajudar. Terei tempo para tomar essa decisão - afirmou Fofão, frisando que todos na Unilever vão respeitar e entender qualquer que seja a sua escolha.

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