Fifa: mais receitas, menos lucro e “reserva” de R$ 3 bilhões

Relatório financeiro da FIFA mostra evolução de receitas da entidade
Relatório financeiro da FIFA mostra evolução de receitas da entidade

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Às vésperas da Copa do Mundo e sob constante ataque da opinião pública, a Fifa, entidade máxima do futebol mundial, é uma caixa fechada com suas finanças. Segundo um estudo publicado pela consultoria BDO Brazil, as receitas da entidade mais do que dobraram desde 2003 (111%). Mas o lucro vem despencando em relação à arrecadação. Enquanto que em 2006, no ano da Copa da Alemanha, a Fifa teve um lucro equivalente à 33% desuas receitas, esse número não ultrapassa 8% em no último triênio.

– A taxa de lucro diminuiu, mas vemos um valor crescente na arrecadação e nos gastos relacionados à Copa do Mundo – explica Pedro Daniel, diretor da área Esporte Total da Consultoria BDO.


Os gastos “relacionados à Copa do Mundo” também são misteriosos. Sobretudo para o país que recebe o torneio. No balanço financeiro da Fifa referente à 2012, a entidade recebeu mais de 1 bilhão de dólares em receitas relacionadas à Copa, enquanto gastou quase metade dele (448 milhões de dólares). Se considerado apenas as receitas de marketing, a habilidade da Fifa em fazer dinheiro é ainda mais surpreendente: com apenas 2 milhões de dólares investidos, teve 370 milhões de dólares de retorno. Toda essa “mágica” se deve ao monopólio da Fifa sobre os direitos de marketing e de transmissão da Copa.

– A Copa é a principal receita da Fifa – ponderou Pedro Daniel.

Segundo Pedro, as perspectivas de receitas para a Copa no Brasil são boas, mas que não acompanharão o crescimento recente. Na Copa de 2002, por exemplo, a arrecadação com direitos de TV cresceram 466% em relação ao torneio anterior; na África do Sul e na Alemanha, esse número ficou na casa dos 70%. No Brasil, essa receita deve render cerca de 2,5 bilhões de dólares à Fifa.

TIO PATINHAS?

Outro mistério dessa “caixa preta” da Fifa é o 1,4 bilhão de dólares - mais que o faturamento de 2013 (1,3 bilhão) - que aparece no balanço financeiro da entidade como “reservas”. Segundo o presidente de finanças da entidade, Julio Grondona, a Fifa mantém esses valores guardados para o caso - que nunca aconteceu na história - de um país desistir de sediar uma Copa do Mundo.

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