Especial: 80 tons de Pepe, o ‘maior humano’ da história do Santos


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Pepe não é o apenas o maior artilheiro humano da história do Santos com 405 gols (já que, como o próprio Canhão da Vila diz, Pelé era de outro planeta). Também não é só o segundo atleta que mais vestiu o manto alvinegro, atrás apenas do Rei, com 750 jogos pelo clube. Tais marcas já o credenciariam como ídolo do Peixe, mas José Macia fez muito mais. Honrou e amou a camisa, atuou e treinou, venceu, foi e ainda é torcedor. Como também foi e sempre será parte importante da gloriosa história santista.

Nesta quarta-feira, o eterno camisa 11 da Vila Belmiro completa 80 anos e ganha do LANCE!Net uma singela homenagem. Abaixo, confira histórias, declarações, números e curiosidades de um dos maiores santistas vivos:

1: Além de segundo maior artilheiro do Peixe, Pepe também só perde para Pelé na lista dos que mais jogaram pelo clube: 750 partidas.

2: O primeiro teste do ponta-esquerda no Santos foi com 16 anos. A estreia só veio, porém, aos 19, contra o Fluminense, em 1954.

3: Ele nasceu em Santos e se criou em São Vicente, onde seu pai tinha um bar. Ao contrário de seu irmão, Pepe nunca quis trabalhar lá.

4: O primeiro ídolo de Pepe foi Canhotinho, que jogava no Palmeiras. Eles se conheceram anos mais tarde, na Portuguesa Santista.

5: O futebol sempre foi a maior paixão dele. Quando garoto, nos Natais, José Macia sempre pedia como presente bolas de borracha.

6: Pepe é formado em Educação Física, pela Unimes, assim como Pelé, Lima e Leão. Ele se graduou após pendurar as chuteiras.

7: Sobre Pelé: “Era genial. Cada um tinha uma qualidade. Ele reunia tudo. Diziam que seria o melhor do Brasil, mas foi do mundo”.

8: Pepe nunca jogou profissionalmente por um clube sem ser o Santos, apesar de inúmeras ofertas – até do rival Corinthians.

9: Ex-camisa 11 foi o jogador que mais venceu títulos com a camisa do Santos, com 27 conquistas oficiais, uma a mais do que Pelé.

10: É o maior vencedor do Paulista, com 13 títulos: 11 como jogador e dois como técnico, um no Peixe, outro na Inter de Limeira).

11: Na juventude, como amador, Pepe jogou no Comercial, no Mota Lima e no Continental Calunga, de São Vicente.

12: “Meu grande problema era a natação. Valia cinco pontos. O local da piscina lotou para me verem”, sobre a faculdade.

13: Seu primeiro técnico como profissional foi o italiano Giuseppe Ottina, que lhe pediu um gol na estreia – não marcado.

14: O ex-jogador foi bicampeão mundial pelo Santos em 1962 e 63, mas diz que viveu seu auge na carreira em 1958.

15: Ele considera que seus melhores gols foram em 1955, no Paulista, contra o Taubaté. E contra o Milan, no Mundial de 63.

16: Por conta de uma lesão, Pepe viu a Copa do Mundo de 1958 da reserva. Zagallo ganhou a posição que era dele.

17: Aos 33, o Canhão da Vila foi convidado para ser kicker de futebol americano, mas recusou para ser técnico.

18: O melhor time da história para ele foi: Gilmar; Lima, Mauro, Calvet e Dalmo; Zito; Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe.

19: No time acima, o apelido do ponta-esquerda era cara pálida, porque era o único jogador branco da linha de ataque.

20: Ex-jogador está prestes a lançar uma biografia escrita por sua filha, por financiamento coletivo. Ela está em pré-venda.

21: Ele elegeu Djalma Santos como um dos melhores marcadores que já enfrentou. Além de Geraldo, de Araraquara.

22: Para Pepe, Carlos Alberto Torres foi o segundo melhor jogador quem ele já treinou. O melhor, obviamente, foi Pelé.

23: Pepe se refere a Pelé como Julio. “Nos treinos, ele jogava como goleiro. E lá em Bauru, tinha o Julião, goleiro do Bauru”, conta ele.

24: O Santos decidiu aposentar Pepe para que ele virasse treinador da base, mas só porque tinha Abel e Edu para substituí-lo.

25: Canhão da Vila marcou 22 gols pela Seleção Brasileira e conquistou novo troféus. Os principais foram as Copas de 1958 e 1962.

26: Em 58, o Santos venceu o Palmeiras por 7 a 6 e Pepe voltou para casa de ônibus: “Ainda veio um cara bêbado sentar do meu lado”.

27: Na partida mencionada acima, o Canhão da Vila fez três gols, um de cabeça. O bêbado do ônibus não acreditou quando ele contou.

28: Pepe anotou em cadernos as fichas de todos os jogos de sua carreira. O ídolo santista guarda o material até hoje.

29: “O Lula não falava as palavras comuns, era amigo dos jogadores. Um técnico perfeito na escalação e sempre pedia o simples.”

30: Canhoto? As pessoas achavam curioso o fato de o ex-jogador ser destro com a mão, mas chutar com força com a perna esquerda.

31: Guardiola também foi treinado por José Macia, no Qatar, e demonstrava curiosidade sobre o Santos e o volante Clodoaldo

32: O último trabalho de Pepe foi em 2006, na Ponte Preta, como dirigente. Ele chegou a comandar quase 20 equipes do Brasil.

33: “Eu não tinha carro, investi em imóveis. No Santos, todos tinham carro. Em 1961 fizeram uma campanha para me dar um Fusca”, conta.

34: O ex-ponta esquerda dirigiu a seleção peruana em 1989. Ele também comandou equipes do Japão, de Portugal e do Qatar.

35: Segundo Pepe, ele foi o primeiro jogador do Santos a conhecer Pelé, em um bar em frente à Vila Belmiro. Ambos são amigos até hoje.

36: O ídolo alvinegro foi padrinho do primeiro casamento de Pelé, e por conta disso é chamado de padrinho até hoje pelo Rei do Futebol.

37: Pepe se acha melhor que Zagallo na Seleção: “São 22 gols em 40 jogos. Ele fez 6, mas foi importante no Bota...”

38: DNA: Pepinho, filho do ex-jogador, é atualmente o técnico da equipe sub-20 do Santos.

39: Em 59, Gento era ponta do Real Madrid, e o Barcelona tentou contratar Pepe para rivalizar.

40: Morador da Baixada Santista, José Macia costuma frequentar a Vila Belmiro e o CT sempre que pode.

41: O ex-atleta está acostumado a ser abordado por jornalistas com frequência e não liga de dar entrevistas.

42: “Os jogadores escolheram o Maracanã, tínhamos mais torcida lá”, sobre o Mundial de 1963.

43: “Foi a noite mais feliz da minha vida. Acordei pensando se tinha acontecido”, sobre o 4x2 no Milan.

44: Para Pepe, Neymar, que também vestiu a 11 do Santos, brigaria por vaga no lendário Peixe de Pelé e Cia.

45: “Modéstia à parte, eu era o melhor da rua. Minha canhotinha já funcionava”, sobre a infância.

46: Pepe dirigiu um rival do Santos, o São Paulo, campeão brasileiro de 1986. Foram 22 vitórias em 45 jogos.

47: No Morumbi, o ídolo santista foi demitido após ser eliminado na primeira fase da Libertadores de 1987.

48: “Espanhol, meu pai gostava do Hespanha, o antigo Jabaquara. Eu gostava deles e do Santos.”

49: Quem era melhor, Pepe? “Eu fazia muitos gols. O melhor era o ET (Pelé), mas o Coutinho também marcava muito”!

50: O apelido de Canhão da Vila foi criado por Hernane Franco, locutor da rádio Atlântica, no fim da década de 1950.

51: Pepe vinha na reserva, mas foi titular na final do Paulista de 1955. Ele fez o gol do título e ajudou a acabar com o jejum.

52: “Uma vez, bati uma falta com violência, o Coutinho colocou a cabeça e fez o gol. Ele me diz que a cabeça dói até hoje.”

53: Ídolo alvinegro diz que as maiores decepções da carreira foram as Copas nas quais ficou no banco, de 1958 e 1962.

54: “Não mudaria nada em 80 anos. Tenho uma esposa maravilhosa. Quatro filhos. Foi maior título que já consegui.”

55: O Canhão da Vila exalta diversos ex-companheiros, mas brinca que preferia Pagão, que lhe dava mais assistências.

56: Pai de Pepe não aceitava a ideia de o filho jogar futebol. Porém, alguns amigos do ex-jogador conseguiram convencê-lo.

57: Ele chutava tão forte que chegou a desacordar alguns rivais. O mais famoso foi Alfredo Ramos, ex-ala do São Paulo

58: “Não fui por puro amor à camisa. Sempre me senti feliz e tinha carinho da torcida”, sobre não ter saído do Santos.

59: Nos últimos anos, Pepe chegou a receber convites para voltar a trabalhar no futebol do clube, mas ele não quer mais.

60: Antes de se profissionalizar, o ex-ponta esquerda gostava de jogar utilizando um boné com a aba para trás.

61: O Canhão da Vila compara Coutinho com Romário e brinca que o Corinthians tinha medo de enfrentar ele e Pelé.

62: É o quarto maior artilheiro dos clubes brasileiros, atrás de Pelé (1091 gols), Roberto Dinamite (620) e Zico (500).

63: Ao lado de Pelé e Zito, Pepe foi dos primeiros jogadores do Santos a servir a Seleção em uma Copa, a de 1958.

64: Peixe realizará homenagem ao ex-jogador hoje em seu site oficial e no Memorial das Conquistas, na Vila Belmiro.

65: “Eu chutava a 122km/h. Isso não se aprende, é um dom que tinha”, Pepe, sobre uma de suas principais qualidades.

66: “Eu fazia gol de falta, de fora da área, fiz quatro gols olímpicos, do lado esquerdo! Eu batia corner pra dentro do gol”, conta.

67: Após derrota do Santos para o Barcelona no Mundial de 2011, Pepe brincou: “Talvez com Pelé fosse diferente”

68: Apesar de ter se notabilizado com a camisa 11 do Santos, Pepe chegou a vestir outras camisas, como a 9, no início.

69: Contratado do clube, Pepe deve participar de eventos comerciais do Peixe ainda neste ano.

70: O ex-jogador diz que sofreu pouco no fim da carreira. Ele estava animado com a possibilidade de ser treinador.

71: Ele se aposentou em março de 1969. Último jogo foi a vitória sobre o S. J. do Rio Preto, por 2 a 1, gols de Edu.

72: Pepe é o maior vencedor do Campeonato Brasileiro com sete títulos conquistados (seis como jogador e um de técnico).

73: O Canhão da Vila e outros ex-jogadores do Santos se reúnem pelo menos uma vez por mês na Baixada Santista.

74: Quando jogava no Peixe, Neymar gostava de reverenciar Pepe, apontando-o como o maior camisa 11 do clube.

75: “Meu nome correto era José Macia Filho, mas não registraram o Filho,aí eu fiquei com o nome igual ao do meu pai”, diz.

76: “Sou o maior artilheiro humano da história do Santos - porque Pelé veio de Saturno”, costuma brincar o Canhão.

77: O primeiro clube no qual Pepe trabalhou sem ser o Santos foi o Paulista de Jundiaí, no qual foi técnico em 1978.

78: Como técnico, Pepe conquistou títulos no Fortaleza, São Paulo, Inter de Limeira, Verdy Kawasaki (JAP) e Atlético-PR.

79: Pepe promete contar histórias inéditas em sua biografia que será lançada ainda este ano.

80: “Me disseram que eu ganharia o que não poderia imaginar. Me deu cócegas ouvir”, sobre proposta do Atlético de Madrid.

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