Escolas de torcidas organizadas lutam por identidade própria e pregam paz

Inglaterra x Chile - Sánchez (Foto: Ian Kington/AFP)
Inglaterra x Chile - Sánchez (Foto: Ian Kington/AFP)

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O esquema de segurança armado pela União das Escolas de Samba Paulistanas (UESP) em parceria com a Polícia Militar na última segunda-feira garantiu tranquilidade aos desfiles do Grupo 1 do Carnaval de São Paulo após clima de tensão por um possível conflito entre torcidas organizadas devido à morte do santista Márcio Barreto de Toledo na última semana. Mas, para membros da Camisa 12 e da Torcida Tricolor Independente, o samba colaborou para que o ambiente no Sambódromo fosse de paz e respeito com a Torcida Jovem Santos.

- Trabalhamos o mês inteiro com as outras torcidas e não aconteceu nada. O pessoal está focando muito no futebol, mas isso é samba, é alegria. Se fosse para ter tido problema, teria acontecido no terreno onde trabalhamos, mas não aconteceu porque o samba é família e paz. Ficamos uma semana com a Jovem no terreno e não teve nem provocação. As pessoas vinculam muito às torcidas, mas é diferente. A escola é na avenida, com criança e mulher. Todos chegam na paz -  garantiu Alessandro Oliveira, presidente da escola de samba da Independente.

Assim como Alessandro, Reginaldo Souza acredita que o Carnaval não deve ser confundido com os casos de violência no futebol. Mais conhecido como Adamastor, o mestre de bateria e ex-presidente da TTI admite que só tem coragem de levar a família aos desfiles e lamenta que o trabalho árduo feito pela escola de samba seja atrapalhado por "casos isolados".

- As pessoas envolvidas com o samba ficam tristes, isso mancha um trabalho. Eu não vou jogar no lixo nosso trabalho por casos isolados. Se meus pares apoiassem isso, eu nunca estaria aqui no Sambódromo com eles. Vai além dos nossos interesses como sambistas. Todo mundo tem medo da violência, do revide. Eu trago minha família e meus filhos para o samba com segurança, mas no futebol não tenho essa confiança - declarou Adamastor.

Sem estar envolvida diretamente com o caso que resultou em tensão antes dos desfiles do Grupo 1, a Camisa 12 também reforçou o discurso sobre a separação do samba e do futebol. Carlos Eduardo, presidente da escola de samba da torcida, deixa claro que apenas uma parcela dos torcedores organizados vai aos estádios à procura de confusão.

- A gente está pensando no nosso trabalho. Nossa proposta é Carnaval, é diferente. A gente não confunde Carnaval com futebol. Não podíamos jogar um ano de trabalho fora por causa do futebol. Não é todo mundo que vai no estádio que gosta deste tipo de situação. Dá para todo mundo conviver como foi no desfile - ressaltou Carlos, lembrando a presença de crianças e mulheres nos setores reservados às torcidas.

Presidente de escola Tricolor Independente prega paz

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