Escândalo causa suspensão pesada para violinista esquiadora


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A história da classificação da famosa violinista Vanessa Mae para a Olimpíada de Inverno em Sochi ganhou manchetes pelo mundo há alguns meses, devido ao fato inusitado dela ter obtido uma vaga para os Jogos para as provas de esqui na competição de slalom gigante. No entanto, descobriu-se que tudo foi uma farsa. A artista que encanta o mundo com seu talento musical só carimbou seu passaporte para a Rússia por meio de uma disputa com resultado manipulado. Por causa disso, ela recebeu uma suspensão de quatro anos do esporte.

Em nota oficial, a Federação Internacional de Esqui (FIS) revelou que constatou diversas irregularidades em quatro competições femininas de slalom gigante entre 17 e 19 de janeiro deste ano, no clube de esqui alpino Triglav, em Krvavec, na Eslovênia. A realização da prova foi solicitada especialmente pelo staff da violinista, por meio do Comitê Olímpico Tailandês. Mae ainda não tinha pontos suficientes no ranking olímpico para competir em Sochi. Com isso, o evento foi construído e manipulado para que Mae obtivesse os resultados necessários para ir a Sochi.

A farsa começou a surgir em julho, quando a Federação Eslovena de Esqui puniu membros da entidade devido à manipulação do evento. Em seguida, a entidade comunicou a FIS, que iniciou sua própria apuração por meio de audiência com testemunhas e provas escritas.

Foram várias as irregularidades encontradas na prova. Atletas que não competiram em Krvavec tinham seus nomes na tabela de resultados. Em uma das baterias, uma atleta que caiu durante a descida foi classificada na segunda posição com seu tempo final alterado. Em outra ocasião, uma atleta começou a prova fora da área de largada, e acionou com a mão o bastão que dispara automaticamente o cronômetro. Além disso, segundo árbitros da competição, as condições climáticas impossibilitavam a realização de qualquer descida na montanha, e o percurso não foi modificado para baterias posteriores, como manda o regulamento.

Boa parte das ações irregulares expostas acima foram feitas na tentativa de legitimar os resultados de Vanessa Mae. Como resultado, ela conseguiu a classificação para a Olimpíada de Sochi, em que ficou na 67ª posição no slalom gigante (último tempo entre as que concluíram o percurso).

Com tantas irregularidades constatadas, suspensões também foram aplicadas a árbitros e oficiais que estiveram na Eslovênia para a competição armada especialmente para Mae. O esloveno Borut Hrobat, chefe da prova, foi banido por dois anos. O italiano Fabian De Cassan (delegado técnico da FIS) e os eslovenos Matiaz Goltez (chefe da cronometragem), Vlado Makuc (árbitro) e Uros Sinkovec (oficial de largada) pegaram um ano de gancho.

As decisões da FIS poderão ser recorridas em até 21 dias perante a Corte Arbitral do Esporte (CAS).

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