Edvar Simões busca a paz no reencontro com a torcida


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Há duas semanas, o técnico Edvar Simões deixou o ginásio Lineu de Moura transtornado e cuspindo marimbondos. Seu time, o São José, havia acabado de perder do Bauru por 88 a 78 pelo NBB 6. Mas não foi isso que o tirou do sério. O motivo da ira era outro: as críticas e os insultos ouvidos por parte da torcida de sua própria equipe durante os 40 minutos de jogo. Os descontentes exigiam o retorno do ex-treinador Régis Marrelli, que ficou sete anos no clube, e havia sido demitido no começo de novembro por “falta de resultados”.

– Estão me massacrando – disse Edvar após a terceira derrota do São José em três partidas.

Hoje, às 20h, contra o Mogi, Edvar volta a reencontrar os críticos e os que o apoiam. Mas em uma situação totalmente favorável. O São José ocupa o quinto posto do NBB e vem de duas vitórias, a última um convincente 81 a 59 sobre o Flamengo.

– Aquilo que aconteceu me deu vontade para vir com mais energia para trabalhar. Muitas pessoas foram solidárias comigo, recebi ligações de muitos amigos. Valeu para isso. Para ver que sou muito querido – afirmou Edvar, em entrevista ao L!.

Morador de São José dos Campos, o treinador de 70 anos estava afastado das quadras desde 2004. Naquele ano, levou o Corinthians/Mogi às semifinais do Campeonato Nacional. Seu assistente era Marrelli.

O convite para dirigir São José no NBB veio da prefeitura da cidade do Vale do Paraíba, responsável por parte das despesas do time.

– Os dirigentes me convidaram para assumir o time e gostei do projeto de trabalho, da segurança que me passaram. Por isso, só saio daqui se a diretoria quiser que eu vá embora – afirmou o treinador.

No tempo que ficou afastado do basquete, Edvar se dedicou ao futebol. Em duas oportunidades, trabalhou como gerente de futebol do Corinthians. Mas agora sentiu que era a hora de retornar. Porém, revela que esperava uma recepção mais calorosa dos torcedores.

– Pelo histórico de joseense, esperava mais carinho, pois em todos os lugares onde eu passei sempre fui muito bem recebido – disse.

Com calma e apoio, Edvar espera levar o São José longe no NBB. Deixa o homem trabalhar!

Isto é Edvar Simões

Como jogador
Passou pelo Tênis Clube de São José dos Campos, Corinthians, Trianon de Jacareí e Palmeiras. O ex-armador defendeu a Seleção nos Jogos Olímpicos de Tóquio-1964, quando ganhou o bronze, e na Olimpíada da Cidade do México, em 1968. Disputou também dois Mundiais, sendo vice-campeão na Iugoslávia, em 1970, e terceiro colocado no Uruguai, em 1967.

Como treinador
Dirigiu São José, Monte Líbano, Corinthians/Mogi, entre outros. Foi técnico da Seleção no Mundial da Colômbia, em 1972 (oitava posição).

O que disseram

“Nós da diretoria damos todo o apoio a ele. Teve este momento de turbulência com parte da torcida, mas precisamos canalizar todas as energias para o mesmo lado. Não tenho dúvidas de que isso ajudará muito mais o time”

Luis Inácio Messias
Diretor do São José

“Sofremos e ainda estamos sofrendo com muitos desfalques, como as ausências do Caio Torres e Fúlvio. Aos poucos, vamos acertando”
Edvar Simões


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