Ex-dirigente contesta números de acordo do próprio posto com São Paulo


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A questão do antigo contrato do São Paulo com o Auto Posto 2000, cujo dono é o ex-vice-presidente e conselheiro vitalício Roberto Natel, segue em pauta. Depois de o LANCE!Net revelar no último dia 21 de janeiro detalhes do acordo, Natel contestou os números obtidos pela reportagem.

Segundo documentos apresentados por Natel, o gasto do Tricolor em 2007, primeiro ano do contrato, foi de R$ 42 mil e não R$ 14 mil, valor incorretamente publicado pelo LANCE!Net. Com a diferença, os gastos não subiram dez vezes do início ao fim, como indicado na matéria, mas, sim, três vezes. Em 2014, último ano do vínculo, o gasto, segundo Natel, foi de R$ 132 mil – o LANCE!Net havia publicado R$ 140 mil.

Além disso, ele reforçou que o aumento de gastos está diretamente relacionado ao aumento da frota de carros do clube. E que houve também gastos com troca de óleo, lavagem e outros serviços.

Os outros valores anuais obtidos pelo LANCE!Net foram: 2008 (R$ 55 mil), 2009 (R$ 52 mil), 2010 (R$ 59 mil), 2011 (R$ 106 mil), 2012 (R$ 133 mil) e 2013 (R$ 147 mil). Os números do Auto Posto 2000 em 2011 e 2013 (confira todos no infográfico acima) são maiores: R$ 109 mil e R$ 152 mil.

Outro ponto contestado por Roberto Natel foi a informação de que toda a frota de automóveis do Tricolor (Estádio do Morumbi, CFA de Cotia e CT da Barra Funda) abastecia no seu estabelecimento. Segundo ele, o acordo não valia para os carros do CT da Barra Funda.

Por fim, Natel explicou por que, mesmo sendo conselheiro, aceitou um acordo com o São Paulo.

– Me sentiria muito mais incomodado se soubesse que, para evitar o meu incômodo pessoal, o clube voltasse a ser lesado ou pagasse mais caro pelo combustível, quando, no meu posto, sempre o clube pagou valor mais barato da região - declarou.

BATE-BOLA - ROBERTO NATEL

LANCE!Net: Você disse que sempre se sentiu incomodado por ter um posto de combustível usado pelo São Paulo. Mas, mesmo assim, essa relação durou sete anos. Por que demorou tanto para encerrar um acordo que sempre te deixou incomodado?
Roberto Natel: Em 2007, o diretor administrativo Manuel Lauro me procurou porque estava insatisfeito com os gastos do clube com combustível, cerca de R$ 70 mil/ano. Ele suspeitava que o abastecimento de carros particulares estava sendo colocado na conta do São Paulo, algo que não aconteceria se fosse no meu posto. A tese se confirmou, pois a despesa baixou para R$ 42 mil/ano. Essa questão foi discutida no Conselho Deliberativo mais de uma vez e nunca houve contestação. Não encerrei o acordo antes porque me incomodava ainda mais a possibilidade de o clube ser lesado. E o que o clube gastava no meu posto representava 0,8% do meu faturamento mensal.

LANCE!Net: Acha vantajoso para o São Paulo um automóvel sair de Cotia para abastecer no Morumbi? A distância entre o CFA de Cotia e o Estádio do Morumbi é de 26 km...
Roberto Natel: Os carros que vinham de Cotia e abasteciam eram aqueles que iam prestar serviços no Estádio do Morumbi, que fica muito próximo ao meu posto. Eles não vinham somente para colocar combustível. E se comprovou que o custo era menor do que usar postos daquela região, tanto pela falta de controle quanto pelo preço que eu cobrava.

LANCE!Net: Entre 2008 e 2010, a venda de combustível ficou na casa dos R$ 50 mil. Por que o número praticamente dobrou em 2011, quando passou para R$ 100 mil?
Roberto Natel: Em 2011, 7 carros, um ônibus e um microônibus de Cotia passaram a ser abastecidos no meu posto, algo que não acontecia antes.

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