Desfile tem revezamento para evitar encontro de organizadas


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Com estratégia de segurança elaborada cuidadosamente, o desfile das escolas de samba do Grupo I do Carnaval de São Paulo ocorreu sem incidentes no Sambódromo. Torcida Tricolor Independente, Torcida Jovem Santos e Camisa 12, que chegaram escoltadas até o local, passaram pela avenida na noite da última segunda-feira em clima de respeito à morte de Márcio Barreto de Toledo, santista assassinado por são-paulinos na semana passada.

- Márcio era um menino bacana, pai de família com filho de cinco meses. Morto covardemente. Eu repudio sempre isso. Que Deus abençoe o Márcio e sua família. Esse Carnaval é dele. Um fato covarde. Perdemos um companheiro maravilhoso, trabalhador. Estamos dando força para a família. Tenho certeza de que de onde ele estiver, está torcendo para a gente - desabafou Cosmo Damião, fundador e presidente de honra da Jovem TJS.

A União das Escolas de Samba Paulistanas (UESP) e a Polícia Militar criaram esquema para evitar que as torcidas se encontrassem no Sambódromo durante os desfiles. Cada torcida ganhou um espaço nas arquibancadas, repletas de mulheres e crianças, e era obrigada a sair assim que a escola encerrasse sua particiação na avenida. A Indepentente foi a terceira a desfilar na noite, seguida pela Camisa 12, a quinta, e a Torcida Jovem, a oitava a passar.


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Com exceção a Cosmo Damião, a cúpula da escola e da organizada santista preferiu não fazer comentários relacionados à morte de Márcio, homenageado com uma faixa na arquibancada com os dizeres "Descanse em paz. Covardia sem limites". A Independente, por sua vez, demonstrou solidariedade com a Jovem, promoveu um discurso e um minuto de silêncio antes de iniciar o desfile.

- A Torcida Jovem tem que saber que muita gente daqui está revoltada. Não tem só bicho do mato. estamos irritados que um pai de família morreu. Eles têm todo o direito da revolta. Se eu perdesse amigo, familiar, ente querido, também estaria assim. Entendo e respeito completamente o sentimento deles - garantiu Reginaldo Souza, conhecido como Adamastor, mestre de bateria e ex-presidente da Independente.

Emocionado ao iniciar o desfile da Jovem, Cosmo deixou claro que escola e torcida nunca estiveram envolvidos em qualquer confusão durante o Carnaval. Depois de mais palavras de respeito a Márcio, o presidente de honra promoveu mais um minuto de silêncio em homenagem ao torcedor.

- A Torcida Jovem do Santos desfila há 35 anos e nunca houve um problema. São 35 anos de alegria e paz no Carnaval. Torcida Jovem é antiviolência. Ela nunca arrumou problema no Carnaval. Nunca, nunca, nunca. Quem arrumou foram os outros. Nós não - sentenciou.

A apuração das notas do desfile de segunda-feira está marcado para as 14h desta quarta-feira novamente no Sambódromo do Anhembi. Apenas a primeira colocada sobe para o Grupo de Acesso de 2015.

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