Danilo: unanimidade dentro e fora de campo no Corinthians

Antonella Roccuzzo e Irina (Fotos: Divulgação)
Antonella Roccuzzo e Irina (Fotos: Divulgação)

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O torcedor costuma avaliar um jogador pelo que ele faz dentro de campo. Fez gol? Deu assistência? Ajudou a conquistar um título? Mas não é bem assim. Os 90 minutos de um jogo são quase um detalhe diante do trabalho diário de um profissional do futebol. E Danilo representa um pouco disso.

Danilo é mais do que o camisa 20 do Corinthians. Trata-se de alguém que é visto internamente no clube como o grande exemplo do que deve ser a postura de um jogador profissional. Mano Menezes e seu grupo de trabalho têm em Danilo a referência para os demais jogadores que, por sua vez, também o enxergam da mesma maneira. Ontem, por exemplo, o camisa 20 deixou o campo do CT com a camisa suada.

Como atuou menos de 45 minutos em Salvador, teve de ir a campo junto dos outros que nem foram atuaram e/ou ficaram no banco. Danilo foi a campo, chutou, passou, lutou pela bola...enfim, foi Danilo no treino. Tudo isso mesmo tendo sido fundamental para a vitória...

Não é por acaso que o meia é utilizado até mesmo pela assessoria de imprensa do clube que, diante de um cenário complicado de resultados, sempre o escolhe para conceder entrevista coletiva. Afinal, aos 35 anos, ninguém melhor do que Danilo para manter o ambiente em paz diante de uma sequência ruim de resultados.

– Danilo é exemplo no dia a dia, ainda mais exemplo fora de campo, por isso que o clube renovou contrato. Quando você acha que as coisas não estão boas e olha para o lado e vê um profissional como ele trabalhando, você não tem nada para falar, você tem de fazer. – afirmoiu Mano.

– Quem é como Danilo é, colhe os prêmios de forma mais duradoura, é por isso que a gente confia nele nos momentos mais importantes, sabe que ele tem algumas limitações, entender isso e tirar o que é de melhor ele para o time – completou Mano.

EM 2010, VIROU BANCO DE BRUNO CÉSAR, QUE HOJE...
Mano Menezes costuma dizer que o mundo do futebol dá voltas. E as situações de Danilo, no Corinthians, e Bruno César, no Palmeiras, são bons exemplos disso. Quatro anos depois de estarem juntos no elenco do Timão, quem estava por cima, agora está por baixo. Bem por baixo, aliás.

Em 2010, ano do Centenário do Timão, Danilo acabou preterido em determinado momento da temporada por dois dos treinadores da equipe naquele ano. Antes de deixar o clube para assumir a Seleção Brasileira, Mano Menezes deu a titularidade a Bruno César, mas não abriu mão de Danilo, que até atuou com uma certa frequência. Na sequência, porém, com Adilson Batista, o atual camisa 20 do Timão se tornou quase peça descartável. Com Tite, que assumiu faltando oito rodadas para o término da temporada, Bruno se manteve em alta, com mais espaço do que Danilo, que brilharia nos anos seguintes.

Já Bruno César preferiu deixar o Timão antes de ganhar um título pelo clube e foi para a Arábia. Na volta ao Palmeiras, está mal e nem sequer é relacionado para alguns jogos.

BATE-BOLA
‘Eu procuro sempre estar bem preparado’

Você não foi titular, mas foi fundamental na vitória do Corinthians em Salvador. Como é isso?
É importante, todo jogador sempre quer jogar, tem de ter ambição mesmo para jogar, mas a gente deve sempre respeitar o treinador, as decisões dele e estar preparado para ajudar. É isso que eu sempre faço.

Ser banco de reservas é uma situação que nem todos aceitam. Como você vê essa situação?
Como eu disse, apesar de sempre querer jogar, eu respeito as decisões do treinador, é ele quem escala e decide. Eu estou pronto para ajudá-lo. No futebol é assim, as oportunidades nem sempre aparecem, mas quando aparecem você tem de aproveitá-la.

Aos 35 anos, com mais um ano de contrato com o Corinthians, pensa em se aposentar depois?
É difícil falar. Não sabemos como vou estar, mas tenho mais um ano de contrato. Quando chegar o fim do ano que vem vou analisar se estarei bem para ajudar. A partir do momento em que você não consegue treinar, fica mais difícil. Vamos ver depois...

Pode virar diretor de futebol?
Meu perfil não é muito como o do Alessandro (coordenador) e do Edu (Gaspar, gerente), não. Temos um desgaste muito grande no futebol. Eu sempre brinco com eles: depois de tudo que passou, continuar nessa pressão... Prefiro ficar mais sossegado e fazer outras coisas. Eu vou preferir.

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