Cristovão apoia punição na Espanha e revela: ‘Tolerância comigo é menor’

Fluminense apoia campanha contra o racismo (Foto: Nelson Perez/Divulgação FFC)
Fluminense apoia campanha contra o racismo (Foto: Nelson Perez/Divulgação FFC)

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O caso de racismo sofrido pelo brasileiro Daniel Alves na Espanha reascendeu uma importante discussão no meio do futebol: o preconceito. Um dos poucos negros que deram sequência na carreira de técnico, Cristovão Borges - na Série A, apenas ele e Jayme de Almeida, do Flamengo - não se omitiu sobre o assunto.

Em entrevista exclusiva ao LANCE!Net, o treinador do Fluminense já ter sido alvo de discriminação no meio do futebol. Cristovão foi ainda mais além e expôs uma situação ainda mais preocupante: a tolerância é ainda menor com ele até hoje por ele ser negro.

- Para mim é um caso muito simples. Eu, como treinador negro, a tolerância comigo é sempre menor. À medida que eu vou trabalhando, vou impondo a minha filosofia, vou sendo mais respeitado. Mas, por exemplo, em um momento de dificuldade, de baixa, comigo a tolerância vai ser sempre menor - desabafou o treinador, para em seguida fazer sua análise sua a punição imposta ao torcedor na espanha que atirou uma banana no gramado quando Daniel ia cobrar um escanteio:

- Essa punição que foi feita pelo Villarreal já acho severa. Porque ele estava lá, então ele gosta de futebol. E fazer isso, serve como grande exemplo. Acho que são exemplos assim é que vão ajudar para controlar momentaneamente. Para resolver, só vai conseguir resolver na base da educação. Ao menos, momentanemente, porque isso é uma crescente.. Na verdade, não digo nem uma crescente porque o que está acontecendo agora é que com a modernidade, a divulgação é instantânea no mundo inteiro. Então, está sendo mostrado para o mundo inteiro. Com isso, dá a impressão de que está aumentando. Mas é que está sendo mais divulgado e discutido. Então, tem que ter punição rigorosa para acabar de vez, porque é inadmissível e um absurdo - analisou.

Por meio de seu site oficial, o Fluminense se manifestou "radicalmente contra o racismo" e usou o treinador como principal personagem junto do auxiliar técnico, Marcão, além dos atletas Rafael Sobis e Wágner.

Cristovão, ao menos na classe que representa no futebol, representa uma minoria. Mas uma minoria que não reflete no restante da sociedade mundial. Nem sequer no meio do futebol. Cabe, agora, às autoridades do desporto mais bem sucedido do mundo, agirem. Ações que façam que com que desabafos como este fiquem apenas em um passado que nos fará sentir vergonha.

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