Para a Copa do Mundo, ONG cria narração especial para cegos em estádios

Bélgica vira e vence Argélia (Foto: Martin Bureau/AFP)
Bélgica vira e vence Argélia (Foto: Martin Bureau/AFP)

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A Organização Não Governamental Urece Educação e Cultura, do Rio de Janeiro, criou especialmente para a Copa do Mundo uma narração especial para pessoas cegas. Em parceria com o Comitê Organizador Local (COL) e a Fifa, a ONG desenvolveu, pela primeira vez no Brasil, um serviço de narração em áudio em quatro estádios da Copa: Mineirão, em Belo Horizonte (MG); Brasília, no Distrito Federal; Arena Corinthians, em São Paulo (SP); e Maracanã, no Rio (RJ).

A narração é semelhante à ouvida no rádio, porém há um detalhamento maior, pelo narrador, de todo o ambiente de jogo, como os detalhes visuais dos atletas, tentando exprimir a linguagem corporal em palavras. A ideia é fornecer ao usuário exatamente o que ele veria pela TV. Cada sede conta com quatro narradores amadores e, por isso, cansam-se muito mais, revezando-se a cada três minutos.

Embora o foco da iniciativa seja os cegos, a narração gratuita e em português também está disponível a todos os outros torcedores, nas partidas de Belo Horizonte (103,3 FM), Brasília (98,3 FM), São Paulo (88,7 FM) e Rio de Janeiro (88,9 FM). Para ter acesso ao serviço, os torcedores devem levar ao estádio os seus próprios fones de ouvido, um rádio FM portátil ou smartphone com receptor FM, para que seja possível sintonizar na frequência

A ONG tentou disponibilizar o serviço também na internet, porém, esbarrou na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), segundo a coordenadora do projeto, Mauana Simas, que disse que irá esperar a Copa para estender o serviço para os campeonatos do futebol brasileiro.

Urece Educação e Cultura

A ONG foi fundada em 2005, no Rio de Janeiro, por jogadores da Seleção Brasileira de Futebol de Cegos. Boa parte dos integrantes estudava em uma universidade do Rio e o nome da organização nasceu de uma gíria, dentro da sala de aula. Toda vez que um aluno respondia algo errado numa aula de matemática, o professor respondia de forma mal-educada com um "não me parece isso". Então, acabou virando Urece entre os jogadores, além do grito de guerra da Seleção.

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