Conselheiros do São Paulo decidem seguir na defesa da Taça das Bolinhas


Escrito por

A disputa polêmica entre São Paulo e Flamengo pela Taça das Bolinhas teve mais um capítulo na noite da última terça-feira. Em reunião no salão nobre do Morumbi, o Conselho Deliberativo do Tricolor abriu discussão para decidir qual postura o clube seguiria nos próximos meses em relação ao assunto e, por unanimidade, ficou estabelecido que os são-paulinos não recuarão diante dos flamenguistas. Porém, há versões divergentes sobre a forma como a definição se deu. 

O presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, afirma que tomou a palavra na reunião após perceber havia um consenso e anunciou a decisão de manter a postura dos últimos anos.

- Não houve uma votação formal, efetiva. Como percebi que havia uma unanimidade entre os conselheiros, declarei qual seria nossa posição. Particularmente, acredito que esse era um assunto que nem deveria ter sido discutido no Conselho - disse Leco ao LANCE!Net.

A outra versão é apresentada por um conselheiro chamado Milton José Neves. Presidente do Conselho entre 1999 e 2000, Milton assegura que conseguiu abrir a votação, que terminou com decisão unânime de que o Tricolor seguirá lutando pela taça. Ele assegura que todo o procedimento foi formal e que cobrará para que tudo seja registrado em ata.

- Foi uma votação unânime. Sim, a taça já está sob júdice e é de direito do São Paulo. Mas, como ex-presidente do Conselho, sei como é. O assunto foi discutido por todos, esgotou-se e eu encaminhei a votação. E ela foi acatada. O presidente (Leco) atendeu e decidiu. Aí é com ele (se tem outra versão), o que eu falei é a realidade. Com a experiência que tenho e por conhecer o estatuto, encaminhei a votação. E vai constar em ata. Se não aparecer, vou exigir. Tem que ser complementada! Se não colocarem, vamos nos pronunciar contra - rebateu Milton.

O troféu está nas mãos da Caixa Econômica Federal desde que a briga das equipes nos bastidores se acirrou no fim da década passada, mas é o Tricolor quem, por enquanto, tem direito sobre ele. Esse direito foi conseguido após o atual presidente Carlos Miguel Aidar ser contratado pelo antecessor Juvenal Juvêncio para trabalhar na causa nos tribunais em 2012.

Já no fim de 2013, enquanto se preparava para concorrer nas eleições presidenciais do São Paulo, Aidar voltou para o lado que defendeu inicialmente. Em 1987, como presidente do Clube dos 13, o cartola pregava que o Flamengo havia sido campeão brasileiro, e não Sport. Dessa forma, com o título nacional de 1992, o Rubro-Negro seria o primeiro pentacampeão brasileiro e, consequentemente, teria o direito de receber a Taça das Bolinhas - os são-paulinos atingiriam a mesma marca em 2007.

Para fugir da contradição criada em 2012, quando defendeu o São Paulo na luta pelo troféu, Aidar decidiu reabrir a discussão no Morumbi e usou a reunião da noite de terça-feira no Conselho Deliberativo para tal ação. O assunto causou certo mal estar nos cardeais do clube, que resistiam contra a abertura de uma votação. É justamente aí que surge um conflito de informações vindas do Morumbi.

Assim, tricolores acreditam que Aidar divide a responsabilidade de uma postura contraditória, terá argumentos para se defender diante do Flamengo e, de quebra, ganha pontos com conselheiros influentes no Morumbi. Por lá, há quem diga que o presidente, mais uma vez, mostrou que sabe muito bem onde pisa e que consegue calcular os resultados de todas suas ações.

*Atualizado às 21h18

News do Lance!

Receba boletins diários no seu e-mail para ficar por dentro do que rola no mundo dos esportes e no seu time do coração!

backgroundNewsletter