Com passado no Grêmio, técnico da Argentina ganha torcida especial ‘parcial’

Sabella e Mano Menezes (Foto: CBF/Divulgação)
Sabella e Mano Menezes (Foto: CBF/Divulgação)

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Para no mínimo um integrante da delegação da Argentina, Porto Alegre não será novidade. Técnico de Messi, Aguero e companhia, Alejandro Sabella vestiu as cores do Grêmio na década de 80. Irá rever o Estádio Olímpico em menos de duas semanas, quando a Albiceleste treinará na capital gaúcha, antes de enfrentar a Nigéria, dia 25, no Beira-Rio. O comandante da principal rival da Seleção Brasileira encontra carinho e uma torcida especiial de ex-companheiros e dirigentes no Rio Grande do Sul.

Sabella era jogador do Estudiantes na década de 80. Atuou na chamada Batalha de La Plata, quando os gremistas temeram pela vida em solo argentino, após quatro expulsões contra os tricolores. A partida terminou 3 a 3 e foi um marco no título da Libertadores de 83.

Em 85, o então vice-presidente de futebol, Adalberto Preis, iniciou negociações e buscou a contratação de um meia cerebral, habilidoso. Sabella desembarcou em Porto Alegre contratado por US$ 180 mil, o que hoje vale R$ 400 mil, montante por vezes mensalmente pago para alguns dos astros do futebol atual.

- Foi um atleta exemplar, com comportamento indiscutível, uma inteligência superior. Antevia a jogada, via dois ou três toques na frente. Só teria elogios a fazer ao Sabella - lembrou o presidente em exercício, Adalberto Preis, ao L!Net.

O argentino chegou com status de titular. E foi. Comandado por Rubens Minelli, o meia foi destaque no título do Troféu Palma de Mallorca, contra o Barcelona, vencido por 1 a 0. Ainda conquistou a Copa Roterdã, em jogo com o Bayern de Munique, vencido por 2 a 1, e o Gauchão daquele ano. Mas não demonstrou a mesma classe do tempo de Estudiantes. Mas sempre foi muito querido por todos no Olímpico. Acabou retornando ao clube argentino em 86, porque queria jogar a Copa do Mundo e teria que estar jogando em seu país, segundo conversa com a comissão técnica. Enfrentou também problemas de lesão no Tricolor.

- Um cara que durante o período que esteve conosco sempre foi muito positivo, importante, passando experiências para os mais novos. Um profissional altamente correto. Era um jogador de qualidade. Uma figura humana maravilhosa, tratável, sem falar da qualidade como jogador - disse o ex-goleiro Mazaropi ao LANCE!Net.

- Era uma pessoa extraordinária, com caráter maravilhoso, tenho muita recordação dele. Quando ficou fora, sempre ficou do nosso lado, e quando jogou, jogou o futebol que tinha, que era - completou Minelli.



O caminho para se tornar treinador foi natural. Minelli via as características de um comandante de vestiário no seu jogador. Nos anos 2000, visitava Sabella no Corinthians. O atual técnico era auxiliar de Daniel Passarella durante sua passagem em 2005. Quando os resultados começaram a rarear, Minelli deixou de falar com o seu pupilo. Mas tinha certeza do futuro anos antes.

- Alguém com a capacidade e caráter dele só poderia comandar. No meu modo de entender já era um líder positivo e tinha caráter extraordinário. Tive um convívio muito bom com ele - disse Minelli.

Sabella vai se sentir em casa no Olímpico. Depois de algumas mudanças no estádio, que estava prestes a ser demolido e foi repaginado quando confirmado como sede de treinos, segue basicamente o mesmo. O regime de concentração dificilmente dará lugar à resenha entre ex-companheiros em Porto Alegre, mas Preis e Mazaropi tentarão dar um abraço no ex-colega em sua passagem pela cidade.

A torcida é especial por Sabella, mas sem conflito de interesses com o Brasil, claro.

- Vou torcer por ele. Até ele chegar na final com o Brasil - sorriu Minelli.

- Torço pela felicidade dele sempre. Mas não tem como ser diferente, sou Brasil - também riu Maza.

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