Com embaixadinhas e alguns trocados, equatoriano chega para a Copa do Mundo

Recepção à seleção do Equador (Foto: Valdomiro Neto)
Recepção à seleção do Equador (Foto: Valdomiro Neto)

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A epopeia de Manuel Ángel Zambrano começou no dia 1º de abril e não é mentira. Foi quando esse senhor de 59 anos e porte atllético deixou sua terra natal, Quito, no Equador, para tentar chegar no Brasil e acompanhar a seleção de seu país na Copa do Mundo. Pouco mais de dois meses depois ele enfim alcançou a cidade de Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre, onde a La Tri ficará hospedada durante o Mundial. 

Ángel é conhecido por seus conterrâneos como El Rey de las Cascoritas (o Rei das Embaixadinhas). Com bolas, eles realiza os clássicos malabarismos. Até aí, nada de tão novo, já vimos às centenas no Brasil. O inusitado é ele fazer isso, equilibrando inclusive no pescoço, com uma pedra que pesa mais de cinco quilos. Com essa peculiar habilidade foi recolhendo dinheiro pelo trajetou que costurou do oeste da América do Sul até o extremo baixo do Brasil.

- Passei cerca de 25 dias na Bolívia e fiz apresentação antes de alguns jogos por lá. Até mesmo no estádio Hernando Siles, em La Paz e em um jogo da Libertadores entre o Nacional e o The Strongest. Tive algumas dificuldades, dormi em rodoviária e cheguei a receber frutas como presente pelas apresentações nas ruas - contou à reportagem na Praça da Matriz de Viamão, onde aguardava ansiosamente a passagem da delegação equatoriana.

 Miguel Ángel tem tido dias de celebridade em Viamão (FOTO: Valdomiro Neto)

Na caminhada até o Brasil esse apaixonado pela seleção do Equador passou por alguns apuros. Depois de atravessar Bolívia e Peru, já no Paraguai, teve o objeto que rende seu principal número, a tal pedra, apreendida pela polícia. Segundo ele, "acharam que era munição de Barra Brava (torcedores violentos)". Ao chegar em Viamão conseguiu com a prefeitura uma hospedagem em hotel com pensão completa. Mas não está satisfeito. Diz que tentará seguir a seleção nas suas viagens pelo Brasil durante o Mundial e até mesmmo conseguir ingressos para os jogos. O problema é que o grupo fará longas viagens, atuando em Brasilia, contra a Suíça, em Curitiba diante de Honduras e, por fim, Manaus contra a França. Isso só na primeira fase. Ángel tem sonho ambicioso para uma seleção que jamais avançou além das oitavas de final e vai apenas para o seu terceiro mundial:

- Minha grande ilusão é ver o Equador fazer a final com o Brasil no Maracanã - afirma ele, que virou celebridade entre os habitantes de Viamão, frequentemente tirando fotos com eles. 

Em 2011, El Rey de las Cascaritas viu todos os jogos do Equador na Copa América da Argentina. Ele espera contar com apoio para repetir a dose no Brasil. 

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