Colorado faz suas “loucuras simpáticas” por amor ao clube gaúcho


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Era dia 5 de dezembro de 1976, no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. O Internacional precisava da vitória sobre o Atlético-MG para se classificar para a final do Campeonato Brasileiro e, até aquele momento, estava 1 a 1. Foi então que o colorado Marco Aurélio Crespo Albuquerque fez uma promessa: se o Inter virasse e se classificasse, ele iria a pé de Pelotas, onde morava, até a Praia do Laranjal, distante 12 quilômetros de lá.

Então, aos 45 minutos do segundo tempo, os craques apareceram. Figueroa lançou para Dario que, de primeira, passou para Escurinho. Este ajeitou de cabeça para Falcão, que devolveu de cabeça para Escurinho, que, de cabeça, deixou Falcão na cara do gol. O craque esticou a perna e... Gooool!

O Inter virou o placar e se garantiu na decisão do título, na qual venceu o Corinthians por 2 a 0, conquistando o bicampeonato nacional. Mas nem bem terminou o duelo contra o Galo mineiro, Marco Aurélio iniciou o pagamento de sua promessa rumo à Praia do Laranjal.

- Fui com o radinho de pilha na mão ouvindo os comentários, a resenha. Chegando lá, peguei um ônibus de volta, claro – explica o colorado, que conta que essa foi sua única promessa feita, mas confessa que fez outras “loucuras simpáticas” pelo clube.

Uma delas foi ir a uma excursão da torcida do Inter para Buenos Aires (ARG) para acompanhar o jogo do clube contra o Boca Juniors, pela Copa Sul-Americana de 2005, mas levando o filho, Diego, então com 8 anos.

- Fomos em dois aviões fretados no meio da semana. Então, eu tinha de matar trabalho e meu filho tinha de matar aulas. Como eu sou médico, tive de cancelar várias consultas. Chegamos lá na terça, dormimos em Buenos Aires e fomos para o jogo. O resultado em si (4 a 1 para o Boca) nem foi o que mais importou, mas sim levar o meu filho para a festa da torcida. Essa foi uma das loucuras simpáticas que se faz na vida – conta Marco Aurélio.

O psicanalista diz ainda que leva Diego aos jogos do Inter no Beira-Rio desde que ele tinha dois anos. Algumas vezes, cansado, o filho pedia para ir embora.

- Aí a gente ia, porque era Campeonato Gaúcho e não perdíamos grande coisa – explica o torcedor fanático, que afirma que o filho, hoje com 17 anos, é seu grande companheiro nos estádios para acompanhar o Inter.

A história de paixão de Marco Aurélio com o Colorado também surgiu em função do seu pai, também torcedor do clube. E o pai, Clarimundo, ajudou, literalmente, a construir o Beira-Rio.

- Eu tinha uns 8 ou 9 anos quando o Beira-Rio estava sendo construído. Nessa época, eu morava em uma fazenda cerca de 120km de lá e meu pai foi até Porto Alegre para levar cimento para doar para a construção, e me levou junto. Foi por ele que comecei a torcer pelo Inter.

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