Cidade que receberá o Brasil no Mundial de Handebol preserva campo de concentração

Forte de Nis é um dos principais pontos turísticos da cidade (Foto: Ivo Felipe)
Forte de Nis é um dos principais pontos turísticos da cidade (Foto: Ivo Felipe)

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Como é tradição em todo o Mundial de Handebol, o time-sede do torneio tem a opção de escolher em qual grupo jogará. Nis foi a escolhida pela seleção sérvia pois é a mais capaz de criar um “clima de guerra” para os rivais. Guerra que, por sinal, é a marca mais visível do pequeno município localizado no Sul do país balcânico.

Nis é a “casa” de um dos últimos campos de concentração ainda originalmente preservados na Europa, o Campo de Concentração Crveni Krst (Cruz Vermelha, em português). Por lá, cerca de 30 mil pessoas foram submetidas a torturas e outros procedimentos impostos pelo regime nazista durante a Segunda Guerra.

A reportagem do L!Net esteve no local, que ainda preserva os principais traços do quatro anos em que esteve em atividade (de 1941 a 1944). Como, por exemplo, uma sala com arame farpado no solo, na qual prisioneiros eram obrigados a passar dias.

Selas onde os prisioneiros eram torturados em Nis (Crédito: Ivo Felipe)

– O campo de concentração é mantido pela cidade pois é algo que não queremos esquecer. Temos de manter as pessoas informadas do que aconteceu aqui – afirmou uma das guias do complexo Crveni Krst.

O Forte de Nis também é outro traço marcante da cultura de conflitos da cidade. Foi erguido e derrubado diversas vezes na história, e só tomou a sua forma final em 1723, quando foi reconstruído. Anteriormente, confrontos contra romanos, eslavos e bizantinos já haviam danificado a estrutura, que fica às margens do Rio Nisava, no Centro da cidade.


Forte é um dos principais pontos turísticos da cidade de Nis (Crédito: Ivo Felipe)

Neste contexto, a seleção da Sérvia pretende criar mais uma “guerra” na cidade. Pelo menos, de acordo com a capitã Andrea Lekic, tida como uma das melhores armadoras do mundo.

– Fiquei muito feliz de virmos jogar em Nis, mas triste por não poder jogar aqui o campeonato inteiro. Certamente, teríamos mais chance de medalha se ficássemos aqui até o fim. Os fãs aqui, em Nis, dão uma dimensão diferente aos jogos – disse.

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