Caso Arena Corinthians: ‘caixa-preta’ pode forçar novos depoimentos

Edson Barboza (FOTO: Divulgação/UFC)
Edson Barboza (FOTO: Divulgação/UFC)

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O delegado Luiz Antônio da Cruz, do 65º Distrito Policial de Artur Alvim, tem ouvido diariamente os depoimentos de personagens envolvidos nas obras da Arena Corinthians ou na queda do guindaste que vitimou dois operários no último dia 27 de novembro. Nenhuma testemunha, entretanto, tem acrescentado grandes novidades ao caso, que passa a ter sua conclusão dependente do parecer do Instituto de Criminalística e principalmente do laudo da "caixa-preta".

O guindaste que desabou no canteiro de obras em Itaquera, zona leste de São Paulo, foi fabricado pela empresa alemã Liebherr, e contava com uma peça de armazenagem de informações operacionais. O HD já foi enviado para a Alemanha, onde a empresa fará a decodificação das informações para elaborar um laudo técnico e auxiliar as investigações. Já o parecer do Instituto de Criminalística deve sair em no mínimo 20 dias - o prazo pode aumentar para até 90 dias, dependendo da complexidade do caso.

- Estou adiantando a investigação, mas ainda dependo desta peça e quem faz a leitura é o pessoal da Alemanha, talvez possa demorar mais. A linha de investigação continua a mesma: ou foi acidente ou infração penal. Estou com os depoimentos preliminares, mas posso até ter que reouvir todos, porque não tenho o laudo técnico. Já ouvi os responsáveis diretos pela obra, agora é esperar as documentações - afirmou o delegado Luiz Antônio da Cruz.

Nesta terça-feira, mais quatro testemunhas do caso foram ouvidas. Frederico Barbosa, gerente operacional do projeto da Arena Corinthians, disse que a última peça da cobertura do estádio da abertura da Copa de 2014 era içada da mesma maneira que as 37 anteriores, e que estava tudo normal no dia do acidente. Antônio Roberto Gavioli, diretor de contrato da obra, e também funcionário da Odebrecht, mostrou visão semelhante. Do mesmo modo que Leanderson Dias, supervisor, que estava no dia e no local da tragédia, e de Alexandre Vasconcelos, que trabalha operando um aparelho de rádio no canteiro de obras. Segundo os depoentes, nenhuma irregularidade ou falha humana foi constatada.

Nesta semana, o delegado espera receber as documentações do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil. Para a semana que vem estão marcados os depoimentos de um vice-presidente da operação, também funcionário da Odebrecht, além de outros operários.

Apontado como peça-chave da investigação, o operador do guindaste José Walter Joaquim prestou depoimento na última semana, mas pode ser chamado para dar novas declarações após a liberação dos laudos.

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