Cartola do surfe brasileiro luta por patrocínios e pede mais reconhecimento a atletas


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Enquanto Gabriel Medina acumula mais de dez patrocinadores pessoais, a Associação Brasileira de Surf Profissional (Abrasp) luta para captar seus primeiros apoiadores para resgatar os tempos áureos do Circuito Brasileiro. Esta é apenas uma das facetas da entidade que comanda o surfe nacional neste momento, e que tenta aproveitar a onda favorável à modalidade para crescer.

A meta da Abrasp para 2015 é ressuscitar o Super Surf, como o Campeonato Brasileiro foi chamado entre 2000 e 2009 e organizado em conjunto com a editora Abril. Nesta época, a competição se consolidou com bons surfistas, apoio financeiro e mídia garantida. Mas tudo mudou. Em 2014, por exemplo, o campeão nacional foi definido por meio de competições regionais. Não houve um circuito brasileiro de fato, pois não havia verba para bancar.

Já existe um projeto montado para que o Super Surf volte a acontecer. Mas segundo Pedro Falcão, diretor da Abrasp, o torneio só voltará à ativa com patrocinadores. Até o momento, nenhum está fechado.

- A situação econômica do país está frágil. Algumas empresas estão interessadas no surfe mas não sabem para que lado vão atirar, apesar de verem o Circuito Brasileiro com bons olhos - falou Falcão ao LANCE!Net.

Com o título mundial de Gabriel Medina, criou-se a expectativa de que o surfe brasileiro como um todo pudesse se aproveitar do momento favorável para crescer. Mas de acordo com Pedro Falcão, ainda não houve tempo hábil para que isso se concretizasse. A vitória do brasileiro no circuito mundial de surfe completou apenas dois meses.

- O Medina foi campeão mundial no dia 19 (de dezembro), as empresas retomaram no começo de janeiro, um mês depois teve o Carnaval... É difícil formatar um projeto novo com tantas paradas. Você não volta ao ponto zero, mas não retoma onde estava antes. As empresas ficam envolvidas com outras questões também, não apenas com o surfe - falou Falcão.

Diretor critica atenção exacerbada a Gabriel Medina

- A mídia tinha que ampliar um pouco essa visão. O surfe não é só o Medina.

É desta forma que Pedro Falcão avalia o tratamento da imprensa ao surfe após o título mundial inédito de Gabriel Medina em dezembro do ano passado. Para o diretor da Abrasp, os demais surfistas brasileiros também deveriam ser reconhecidos.

- A situação está muito em cima do Medina. Mas ele é um efeito do processo. O Fabio Gouveia foi o quinto melhor do mundo, o Victor Ribas terminou em terceiro em 1999. O Brasil hoje em dia tem sete surfistas entre os 34 melhores do mundo. Um piloto de nível B da Fórmula 1 tem mais cartaz do que um surfista brasileiro da elite - criticou Falcão, que exaltou os demais brazucas do circuito mundial.

- É preciso ampliar essa visão. O Filipe Toledo pode surpreender esse ano, o Miguelzinho (Miguel Pupo) também. O Ítalo Ferreira conseguiu uma vaga na elite correndo só metade do ano (na segunda divisão), o Wiggolly Dantas foi campeão paulista e entrou para a elite. O surfe não é só o Medina. É claro que ele é um fenômeno, isso não se discute. Mas a visão precisa ser ampliada - falou o cartola das pranchas.



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