Na Briosa, Rodrigão lembra do Bota como ponto baixo da carreira


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O experiente atacante Rodrigão, de 35 anos, revelado pelo Santos em 1998, foi apresentado na última terça-feira como novo reforço da Portuguesa Santista para a sequência da Segunda Divisão do Campeonato Paulista (equivalente à Quarta Divisão). Em entrevista ao LANCE!Net, o jogador que conseguiu o acesso à Primeira Divisão do Campeonato Gaúcho pelo Aimoré neste ano, explicou como foi o acerto com o clube santista e afirmou que está esperançoso em conseguir o segundo acesso do ano. Além disso, o atleta classificou os piores momentos de sua carreira e lembrou suas passagens por grandes clubes.

- Há aproximadamente um mês e meio sofri uma lesão no joelho e vim para Santos fazer uma recuperação, mas ainda estava vinculado ao Aimoré. O Paulinho (técnico da equipe) me procurou. Trabalhei com ele o ano passado, ele me fez o convite e resolvi aceitar mais esse desafio da minha carreira para tentar outro acesso no ano. Seria o segundo de 2013 - ressaltou o jogador.

O atacante, que atuou por grandes clubes brasileiros, como Palmeiras, Internacional, Botafogo, Vitória e Atlético-PR, disse que o lado financeiro não contou muito em sua decisão para voltar a Santos e que recebeu proposta de um clube para disputar a Série B do Brasileiro, mas não aceitou.

- Tenho família e amigos aqui (em Santos) e isso sempre conta. Hoje o lado financeiro não conta muito, até porque não tem tanta diferença do que um clube oferece para o outro. Tive convite para jogar a Série B do Brasileiro, mas com a idade que eu estou, reconheço que dificilmente vou voltar para uma equipe de expressão, uma equipe grande, então a diferença de salário às vezes não é significativa - explicou.

Em 2002, o atacante foi o reforço do Botafogo para o Campeonato Brasileiro, mas o clima conturbado do clube, segundo o jogador, fez com que alvinegro fosse rebaixado. Rodrigão revelou ainda que não recebeu durante os seis meses que atuou no clube carioca.

- Quando eu cheguei ao Botafogo o clube já estava na zona de rebaixamento. Em seis meses que eu atuei lá não se movimentou, então acabou caindo para Segunda Divisão e isso não é bom para o atleta. Nesse tempo que eu atuei lá, não me pagaram nada. Eles tinham que pagar meu aluguel, mas não pagaram também, tive que arcar para não ser despejado. A queda não aconteceu por acontecer, o planejamento estava uma bagunça, tudo estava uma bagunça, mas isso aconteceu em outra época, outra diretoria - lembrou o atleta.

Rodrigão atuou por um número grande de clubes, tanto dentro do Brasil, como fora. Porém, ao olhar para trás, o jogador lamenta ter encontrado um bom empresário apenas aos 27 anos e comenta a importância da ex-jogadora de bastaque Hortência nesta trajetória, com quem foi casado durante cinco anos.

- Muita gente me pergunta porque atuei em tantos clubes na minha carreira e eu digo que o atleta precisa de um empresário em dois. Como orientador e como negociador. O orientador é aquele que pega o atleta, orienta, e não pensa só no dinheiro. O negociador é aquele que te negocia pega os 10% e some. Infelizmente eu comecei a ter esse orientador com 27 anos, que foi o Carlito. Foi quando comecei a ter uma sequência melhor de escolhas. Não posso deixar de frisar que outra pessoa que me ajudou muito foi a Hortência. Ela me fez crescer muito como pessoa e como atleta - afirmou.

Confira a entrevista na íntegra do atacante ao LANCE!Net:

LANCE!Net: Como foi seu acerto com a Portuguesa Santista?
RODRIGÃO: Há aproximadamente 1 mês e meio sofri uma lesão no joelho e vim para Santos fazer uma recuperação, mas ainda estava vinculado ao Aimoré. O Paulinho (técnico da equipe) me procurou. Trabalhei com ele o ano passado, ele me fez o convite e resolvi aceitar mais esse desafio da minha carreira para tentar outro acesso no ano. Seria o segundo de 2013. Ano passado joguei essa divisão pelo Jabaquara e resolvi aceitar para tentar outro acesso no ano. Seria o segundo em 2013.

L!Net: Sua família e seus amigos te ajudaram nesta decisão?
R: Tenho família e amigos aqui (em Santos) e isso sempre conta. Hoje o lado financeiro não conta muito, até porque não tem tanta diferença do que um clube oferece para o outro. Tive convite para jogar a Série B do Brasileiro, mas com a idade que eu estou reconheço que dificilmente vou voltar para uma equipe de expressão, uma equipe grande, então diferença de salário às vezes não é significativa. Com certeza a presença deles aqui influenciou a minha escolha.

L!Net: Você atuou por grandes clubes de expressão nacional. Em qual deles você mais gostou de jogar?
R: Em cada passagem eu tive uma história. Então, fica difícil citar apenas um, seria injusto. Em um, eu ganhei títulos, no outro ganhei prestígio, o Santos me lançou, o Palmeiras me acolheu muito bem, no Vitória fui campeão, no Inter, criei uma identidade muito grande com a torcida . Em cada clube por que passei tive uma história bacana. Muita gente me pergunta porque atuei em tantos clubes na minha carreira e eu digo que o atleta precisa de um empresário em dois. Como orientador e como negociador. O orientador é aquele que pega o atleta, orienta, e não pensa só no dinheiro. O negociador é aquele que te negocia pega os 10% e some. Infelizmente eu comecei a ter esse orientador com 27 anos. Que foi o Carlito, e foi quando comecei a ter uma sequência melhor. Não posso deixar de frisar que outra pessoa que me ajudou muito foi a Hortência. Ela me cresceu muito como pessoa e como atleta

L!Net: Em qual clube você não gostou de atuar? (Algum que tenha passado por alguma fase ruim, ou não se identificou)
R: Passei por momentos difíceis no Botafogo e no Guaratinguetá, que foram rebaixados (quando ele atuou). Quando eu cheguei ao Botafogo (em 2002), o clube já estava na zona de rebaixamento. Em seis meses que eu atuei lá não se movimentou, então acabou caindo para Segunda Divisão e isso não é bom para o atleta. Nesse tempo que eu atuei lá, não me pagaram nada. Eles tinham que pagar meu aluguel, mas não pagaram também, tive que pagar para não ser despejado. A queda não aconteceu por acontecer, o planejamento estava uma bagunça, tudo estava uma bagunça, mas isso aconteceu aconteceu em outra época, outra diretoria. No Guaratinguetá foi outra situação. Eu estava bem no individual, mas teve a queda. Eles foram corretos comigo, me identifiquei, mas teve o descenso, isso é complicado, você acaba se tornando alvo, por ter um nome mais conhecido.

L!Net: Falando em "nome conhecido", você ainda sofre assédio das pessoas nas ruas?
R: Hoje é mais tranquilo até pelo fato de há muito tempo eu não estar em uma equipe de muita expressão. Mas reconhecem, em Santos, em São Paulo, no Sul também criei uma identidade muito grande não só com a torcida do Inter, mas também com a do Grêmio, então tem essa identidade. Claro que não tem o assédio como antes, porque a última equipe grande em que eu atuei, se não me engano foi o Vitória, em 2008. Já se passaram cinco anos.

L!Net: Você atuou na França, no México, na Arábia Saudita e em Portugal. Como é a experiência de jogar fora de seu país?
R: Acho que você cresce como atleta e como pessoa. Na França eu fui muito cedo (20 anos), e senti muito a falta de um orientador. Poderia até ter ficado mais tempo na Europa se eu tivesse um, mas acabei ficando 8 meses em um contrato que era de cinco anos. Mas eu procurei sempre nos países em que eu fiquei aprender um pouco da cultura, do esquema tático. Lá, os treinadores montam muito a equipe de acordo com os seus adversários. Então, se entende que em um jogo você pode ter feito um gol, mas se no outro você for reserva é uma opção tática e não pessoal, o que é difícil aqui no Brasil, o jogador não entende, e consegui entender isso lá fora. Na França tive problemas de contrato, senti falta de um orientador e um advogado. O atleta precisa dessas pessoas ao lado por questão de contrato. O jogador sabe jogar futebol e ponto, precisa da ajuda dessas pessoas, e essas não me ajudaram. Mais tarde fiquei sabendo que na época da negociação podia ter ficado com um valor maior, não me falaram dos impostos, falaram que era livre e não era (de 55%) e isso mexeu mutio com a minha cabeça. O empresário precisa alertar o atleta e isso não aconteceu comigo. Pela minha pouca idade quis voltar para o Brasil e fiquei pouco tempo na Europa.

L!Net: Você está com 35 anos. Já tem uma meta de idade para se apostentar?
R: Ainda não sei. Vou muito no meu aspecto físico, até onde o físico aguentar eu quero jogar. É uma decisão muito difícil, já conversei com jogadores mais velhos que me falaram que é muito difícil parar, você sente falta. Eu acho que uma lesão grave realmente me faria pensar em trabalhar em outro setor do futebol. Eu penso em ser um gerente ou trabalhar com atleta. Penso em fazer um trabalho diferenciado. Oferecer aquilo que eu fui ter com 26 anos. Lógico que isso existe hoje em dia, mas são poucos.

 

 

 

O experiente atacante Rodrigão, de 35 anos, revelado pelo Santos em 1998, foi apresentado na última terça-feira como novo reforço da Portuguesa Santista para a sequência da Segunda Divisão do Campeonato Paulista (equivalente à Quarta Divisão). Em entrevista ao LANCE!Net, o jogador que conseguiu o acesso à Primeira Divisão do Campeonato Gaúcho pelo Aimoré neste ano, explicou como foi o acerto com o clube santista e afirmou que está esperançoso em conseguir o segundo acesso do ano. Além disso, o atleta classificou os piores momentos de sua carreira e lembrou suas passagens por grandes clubes.

- Há aproximadamente um mês e meio sofri uma lesão no joelho e vim para Santos fazer uma recuperação, mas ainda estava vinculado ao Aimoré. O Paulinho (técnico da equipe) me procurou. Trabalhei com ele o ano passado, ele me fez o convite e resolvi aceitar mais esse desafio da minha carreira para tentar outro acesso no ano. Seria o segundo de 2013 - ressaltou o jogador.

O atacante, que atuou por grandes clubes brasileiros, como Palmeiras, Internacional, Botafogo, Vitória e Atlético-PR, disse que o lado financeiro não contou muito em sua decisão para voltar a Santos e que recebeu proposta de um clube para disputar a Série B do Brasileiro, mas não aceitou.

- Tenho família e amigos aqui (em Santos) e isso sempre conta. Hoje o lado financeiro não conta muito, até porque não tem tanta diferença do que um clube oferece para o outro. Tive convite para jogar a Série B do Brasileiro, mas com a idade que eu estou, reconheço que dificilmente vou voltar para uma equipe de expressão, uma equipe grande, então a diferença de salário às vezes não é significativa - explicou.

Em 2002, o atacante foi o reforço do Botafogo para o Campeonato Brasileiro, mas o clima conturbado do clube, segundo o jogador, fez com que alvinegro fosse rebaixado. Rodrigão revelou ainda que não recebeu durante os seis meses que atuou no clube carioca.

- Quando eu cheguei ao Botafogo o clube já estava na zona de rebaixamento. Em seis meses que eu atuei lá não se movimentou, então acabou caindo para Segunda Divisão e isso não é bom para o atleta. Nesse tempo que eu atuei lá, não me pagaram nada. Eles tinham que pagar meu aluguel, mas não pagaram também, tive que arcar para não ser despejado. A queda não aconteceu por acontecer, o planejamento estava uma bagunça, tudo estava uma bagunça, mas isso aconteceu em outra época, outra diretoria - lembrou o atleta.

Rodrigão atuou por um número grande de clubes, tanto dentro do Brasil, como fora. Porém, ao olhar para trás, o jogador lamenta ter encontrado um bom empresário apenas aos 27 anos e comenta a importância da ex-jogadora de bastaque Hortência nesta trajetória, com quem foi casado durante cinco anos.

- Muita gente me pergunta porque atuei em tantos clubes na minha carreira e eu digo que o atleta precisa de um empresário em dois. Como orientador e como negociador. O orientador é aquele que pega o atleta, orienta, e não pensa só no dinheiro. O negociador é aquele que te negocia pega os 10% e some. Infelizmente eu comecei a ter esse orientador com 27 anos, que foi o Carlito. Foi quando comecei a ter uma sequência melhor de escolhas. Não posso deixar de frisar que outra pessoa que me ajudou muito foi a Hortência. Ela me fez crescer muito como pessoa e como atleta - afirmou.

Confira a entrevista na íntegra do atacante ao LANCE!Net:

LANCE!Net: Como foi seu acerto com a Portuguesa Santista?
RODRIGÃO: Há aproximadamente 1 mês e meio sofri uma lesão no joelho e vim para Santos fazer uma recuperação, mas ainda estava vinculado ao Aimoré. O Paulinho (técnico da equipe) me procurou. Trabalhei com ele o ano passado, ele me fez o convite e resolvi aceitar mais esse desafio da minha carreira para tentar outro acesso no ano. Seria o segundo de 2013. Ano passado joguei essa divisão pelo Jabaquara e resolvi aceitar para tentar outro acesso no ano. Seria o segundo em 2013.

L!Net: Sua família e seus amigos te ajudaram nesta decisão?
R: Tenho família e amigos aqui (em Santos) e isso sempre conta. Hoje o lado financeiro não conta muito, até porque não tem tanta diferença do que um clube oferece para o outro. Tive convite para jogar a Série B do Brasileiro, mas com a idade que eu estou reconheço que dificilmente vou voltar para uma equipe de expressão, uma equipe grande, então diferença de salário às vezes não é significativa. Com certeza a presença deles aqui influenciou a minha escolha.

L!Net: Você atuou por grandes clubes de expressão nacional. Em qual deles você mais gostou de jogar?
R: Em cada passagem eu tive uma história. Então, fica difícil citar apenas um, seria injusto. Em um, eu ganhei títulos, no outro ganhei prestígio, o Santos me lançou, o Palmeiras me acolheu muito bem, no Vitória fui campeão, no Inter, criei uma identidade muito grande com a torcida . Em cada clube por que passei tive uma história bacana. Muita gente me pergunta porque atuei em tantos clubes na minha carreira e eu digo que o atleta precisa de um empresário em dois. Como orientador e como negociador. O orientador é aquele que pega o atleta, orienta, e não pensa só no dinheiro. O negociador é aquele que te negocia pega os 10% e some. Infelizmente eu comecei a ter esse orientador com 27 anos. Que foi o Carlito, e foi quando comecei a ter uma sequência melhor. Não posso deixar de frisar que outra pessoa que me ajudou muito foi a Hortência. Ela me cresceu muito como pessoa e como atleta

L!Net: Em qual clube você não gostou de atuar? (Algum que tenha passado por alguma fase ruim, ou não se identificou)
R: Passei por momentos difíceis no Botafogo e no Guaratinguetá, que foram rebaixados (quando ele atuou). Quando eu cheguei ao Botafogo (em 2002), o clube já estava na zona de rebaixamento. Em seis meses que eu atuei lá não se movimentou, então acabou caindo para Segunda Divisão e isso não é bom para o atleta. Nesse tempo que eu atuei lá, não me pagaram nada. Eles tinham que pagar meu aluguel, mas não pagaram também, tive que pagar para não ser despejado. A queda não aconteceu por acontecer, o planejamento estava uma bagunça, tudo estava uma bagunça, mas isso aconteceu aconteceu em outra época, outra diretoria. No Guaratinguetá foi outra situação. Eu estava bem no individual, mas teve a queda. Eles foram corretos comigo, me identifiquei, mas teve o descenso, isso é complicado, você acaba se tornando alvo, por ter um nome mais conhecido.

L!Net: Falando em "nome conhecido", você ainda sofre assédio das pessoas nas ruas?
R: Hoje é mais tranquilo até pelo fato de há muito tempo eu não estar em uma equipe de muita expressão. Mas reconhecem, em Santos, em São Paulo, no Sul também criei uma identidade muito grande não só com a torcida do Inter, mas também com a do Grêmio, então tem essa identidade. Claro que não tem o assédio como antes, porque a última equipe grande em que eu atuei, se não me engano foi o Vitória, em 2008. Já se passaram cinco anos.

L!Net: Você atuou na França, no México, na Arábia Saudita e em Portugal. Como é a experiência de jogar fora de seu país?
R: Acho que você cresce como atleta e como pessoa. Na França eu fui muito cedo (20 anos), e senti muito a falta de um orientador. Poderia até ter ficado mais tempo na Europa se eu tivesse um, mas acabei ficando 8 meses em um contrato que era de cinco anos. Mas eu procurei sempre nos países em que eu fiquei aprender um pouco da cultura, do esquema tático. Lá, os treinadores montam muito a equipe de acordo com os seus adversários. Então, se entende que em um jogo você pode ter feito um gol, mas se no outro você for reserva é uma opção tática e não pessoal, o que é difícil aqui no Brasil, o jogador não entende, e consegui entender isso lá fora. Na França tive problemas de contrato, senti falta de um orientador e um advogado. O atleta precisa dessas pessoas ao lado por questão de contrato. O jogador sabe jogar futebol e ponto, precisa da ajuda dessas pessoas, e essas não me ajudaram. Mais tarde fiquei sabendo que na época da negociação podia ter ficado com um valor maior, não me falaram dos impostos, falaram que era livre e não era (de 55%) e isso mexeu mutio com a minha cabeça. O empresário precisa alertar o atleta e isso não aconteceu comigo. Pela minha pouca idade quis voltar para o Brasil e fiquei pouco tempo na Europa.

L!Net: Você está com 35 anos. Já tem uma meta de idade para se apostentar?
R: Ainda não sei. Vou muito no meu aspecto físico, até onde o físico aguentar eu quero jogar. É uma decisão muito difícil, já conversei com jogadores mais velhos que me falaram que é muito difícil parar, você sente falta. Eu acho que uma lesão grave realmente me faria pensar em trabalhar em outro setor do futebol. Eu penso em ser um gerente ou trabalhar com atleta. Penso em fazer um trabalho diferenciado. Oferecer aquilo que eu fui ter com 26 anos. Lógico que isso existe hoje em dia, mas são poucos.

 

 

 

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