No Brasil, uso indevido de marcas da Copa sobe 250% em cinco meses


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Com menos tempo faltando para a Copa do Mundo, mais casos de uso irregular das marcas do Mundial-2014 têm sido encontrados pela Fifa nos últimos meses. Segundo números apresentados Programa de Proteção às Marcas da entidade, já foram registrados no Brasil 350 ocorrências desde 2010, número que é 250% maior que o apresentado em junho, quando, até então, a Fifa tinha identificado cem casos.

Os dados foram passados nesta quarta-feira durante apresentação no Rio de Janeiro. Participaram do evento Auke-Jan Bossenbroek, responsável pelo programa no escritório de Zurique, Vicente Rosenfeld, outro membro da entidade, mas que tem base no Rio, e José Graça Aranha, diretor regional da Organização Mundial da Propriedade Intelectual.

- Temos mais casos no Brasil do que na África do Sul. O país é maior, temos mais sedes e os brasileiros são muitos criativos - comentou Bossenbroek, que é holandês.

A Fifa está pessimista em relação à conscientização das empresas que usam indevidamente, por exemplo, a taça da Copa, o logotipo e outras produções que são de exclusividade da entidade e seus patrocinadores. O embasamento é nos números do ciclo do Mundial passado. Entre 2007 e 2010, foram 3223 infrações registradas do gênero, sendo 1950 durante a Copa-2010.

- O Programa de Proteção à Marca envolve o uso de ingresso em ações promocionais, que só os patrocinadores podem fazer. Eventos de exibição pública também. Mas combater o marketing de emboscada é uma das nossas prioridades. Esse tipo de prática, como está previsto na Lei Geral da Copa, é crime - explicou Vicente Rosenfeld.

O marketing de emboscada, tão combatido pela entidade, é a "carona" que algumas empresas pegam com a Copa, tentando aliar as marcas ao Mundial. A Fifa tem apreendido diversos produtos falsificados ou em que há alusões à Copa seu autorização. Um exemplo é o rádio apreendido produzido no Paraguai com formato da taça do Mundial. O trabalho de fiscalização é feito, por exemplo, nos portos e fronteiras brasileiros.

- Se o titular não cuida dos direitos de marca dele, ele pode perder. Quando identificamos, fazemos contato primeira mente e tentamos resolver amigavelmente - completou Rosenfeld.

PATROCINADORES DA SELEÇÃO

Uma linha tênue é o controle da Fifa em relação às ações dos patrocinadores das seleções. No caso do Brasil, onde os patrocinadores da CBF são quase todos concorrentes aos da Fifa, a atenção existe para que a publicidade não entre nos estádios.

- Cada patrocinador pode ativar o patrocínio com o que ele tem. Fazer campanha em relação à Seleção Brasileira, é outra coisa. Pode fazer. Mas não podem fazer associações à Copa. Há o controle geral no estádio. Você tem o ingresso, mas você não pode fazer publicidade dentro do estádio. Vamos apreender chapéu, camisa ou qualquer outra coisa. Há uma confusão em relação a camisetas. Oficiais podem entrar. Camisa dos times também - completou Auke-Jan Bossenbroek.

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