Biografia do anti-herói Suárez é sensação na Inglaterra

Eleições do Botafogo - Carlos Eduardo Pereira e Carlos Alberto Torres (Foto: Rossana Fraga/LANCE!Press)
Eleições do Botafogo - Carlos Eduardo Pereira e Carlos Alberto Torres (Foto: Rossana Fraga/LANCE!Press)

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Uma fascinante autobiografia publicada agora na Inglaterra está dando o que falar. Luis Alberto Suárez Díaz tenta dar razão a tantos atos de insensatez com o sugestivo título: “Crossing the line” - “Cruzando a linha,” uma admissão de que seu comportamento às vezes passa dos limites.

O craque assina o texto de 272 páginas. O artilheiro uruguaio revive sua trajetória de garoto que veio do interior para o Nacional de Montevidéu e foi descoberto por olheiros holandeses para brilhar na Europa por Ajax, Liverpool e Barcelona.

Ele conta que ainda aos 15 anos, correu “50 metros para discutir com o juiz.

- Eu levei um cartão vermelho, daí eu deu uma cabeçada nele.

Suárez admite a indisciplina mas jornalistas dizem que arquivos do incidente desapareceram.

No Uruguai, ele é reverenciado como o herói que pode tudo – e não faz nada errado. Um jornalista local justifica que o jogador “caiu por acaso em cima do juiz e quebrou o nariz dele.”

O mesmo tipo de raciocínio vale para o incidente da mordida no italiano Giorgio Chiellini na Copa.

- Perdi o equilíbrio e cai em cima dele. Minha cara bateu no jogador deixando meu queixo machucado e uma dor forte no dente - lamentou três semanas antes de pedir desculpas e admitir que era culpado pela mordida.

- Suarez é na verdade um anti-herói que polariza opiniões, levando as pessoas do extremo amor ao extremo ódio - escreve Ryan Patton em thesefootballtimes.net.

Um exemplo desta personalidade obstinada foi o sacrifício de se recuperar de uma contusão e voltar com dois gols no segundo jogo da Copa contra a Inglaterra. Suárez, o ‘bad boy’ chorão, vai às lagrimas na comemoração.

Um pouco como Maradona, um santo pecador. O argentino se diz fã de carteirina do uruguaio porque se identifica com o mesmo jeito rebelde de sul-americanos perseguidos e injustiçados pelas autoridades do futebol.

O jornalista do The Guardian Daniel Taylor achou a imagem perfeita para mostrar a maneira simpática como o atual craque do Barcelona é visto no seu país. “Se Suárez for pego roubando flores de um cemitério, vai ter gente dizendo que ele só estava lá regando.”

Ele já mordeu Branislav Ivanonic do Chelsea e Otman Bakkal do PSV quando jogava pelo Ajax. Em 2010, cometeu um penalti que custou a eliminação de Gana da Copa. Foi premiado pelos torcedores uruguaios com um troféu de um goleiro fazendo uma grande defesa, com a palavra ‘gracias.’

Além das mordidas, o atacante de 27 anos explica que o incidente de racismo com Patrice Evra só aconteceu porque o francês falava espanhol mal e os dois ficaram discutindo se a palavra “negro” era ofensiva ou não.

Suárez alega que na América do Sul é comum as pessoas serem chamadas pelos seus tipos físicos: “baixinho”, “gordo”, “russo”, “neguinho”, etc. Evra vem de outra cultura que condena distinguir as pessoas pela cor da pele. Esta é a grande discórdia.

- Me machuca quando as pessoas dizem: Luis Suárez? – bom jogador, meio maluco às vezes … e racista. Nada mais – racista! Esta palavra dói.”

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