Ausente em reunião com Dilma, Arouca valoriza debate sobre racismo


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Sem participar do encontro promovido por Dilma Rousseff, presidente da República, e Aldo Rebelo, ministro do Esporte, com personagens do futebol brasileiro alvos de ofensas racistas na última semana, o volante Arouca publicou nota oficial para explicar os motivos de sua ausência e pedir para que o assunto não caia no esquecimento, e o debate sobre racismo no futebol gere "punições exemplares" às vítimas das injúrias.

Tinga, volante do Cruzeiro, e Márcio Chagas da Silva, árbitro da Federação Gaúcha de Futebol, marcaram presença no Palácio do Planalto e conversaram com Dilma - o encontro ainda teve participação de Luiza Barros, ministra da Secretaria de Políticas de Promoção e Igualdade Racial, e Gilberto Carvalho - secretário-geral da Presidência da República.

- Gostaria de agradecer pelo convite para participar da reunião, que também contou com meu companheiro de profissão Tinga e o senhor Márcio Chagas, árbitro de futebol, para a discussão de um assunto que é tão importante para toda a população brasileira. Infelizmente, por compromissos já firmados anteriormente e pelas minhas atividades no Santos Futebol Clube, não pude participar desse encontro - escreveu Arouca, em nota divulgada por sua assessoria.

O volante do Santos é o caso mais recente do futebol brasileiro que ganhou repercussão, pois ocorreu no último dia 6, durante partida contra o Mogi Mirim pelo Campeonato Paulista, vencida pelo Peixe por 5 a 2. Enquanto se dirigia para os vestiários do Estádio Romildão, o jogador foi chamado de "macaco" por um torcedor. Já Tinga e Márcio Chagas sofreram insultos racistas de grupos maiores, durante jogos da Libertadores (Cruzeiro e Real Garcilaso, do Peru, em 12 de fevereiro) e do Campeonato Gaúcho (Esportivo e Veranópolis, em 5 de março).

- Espero, de coração, que fatos lamentáveis como os que aconteceram com nós três possam servir como um marco, principalmente para não deixarmos que isso se transforme em uma epidemia de atos de ódio - disse Arouca, que viu o estádio do Mogi Mirim ser interditado, mas nenhum ofensor identificado, antes de completar.

- Peço, por favor, que não deixem esse assunto cair no esquecimento. Se pode existir uma vitória nisso tudo é a mobilização que criou e a vontade que todos têm demonstrado em colaborar para dar um basta. Mas isso não pode parar por aqui! É preciso levar até as últimas consequências e, repito, punir exemplarmente.

O caso de Arouca será julgado pelo TJD-SP na segunda-feira, e o de Tinga até sexta, pela Conmebol.

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