Árbitro Márcio Chagas relata racismo e depredação de carro no Gauchão

Borderô Ferj (Foto: Reprodução)
Borderô Ferj (Foto: Reprodução)

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O clássico da Serra entre Esportivo e Veranópolis teve um caso de racismo. Mas não foi contra nenhum jogador. Foi contra o árbitro Márcio Chagas. O juiz encontrou seu carro com marcas de depredações e com bananas em cima da porta do motorista do veículo. Vai relatar o caso em súmula e fazer um boletim de ocorrência.

Chagas da Silva afirma que foi xingado por torcedores com ofensas racistas ainda antes do início da partida. E depois, ao chegar em seu carro, estacionado nas dependências do estádio, em local determinado para a arbitragem, encontrou o cenário.

- Infelizmente, mais um fato lamentável. Eu já passei em anos anteriores por isso. Foi na entrada do jogo que a torcida começou a me chamar de 'macaco', 'imundo', 'escória'. Eu chamei a polícia e disse que se não parasse, iria relatar em súmula. O carro fica em um lugar privativo, fechado, com cadeado, quase na porta do vestiário da arbitragem. Alguns atletas que estavam no refeitório do estádio viram e se solidarizaram. Falaram que é uma atitude comum dos torcedores do Esportivo - relatou o árbitro em entrevista para a Rádio Guaíba.

O árbitro afirma que não fez Boletim de Ocorrência após o jogo porque estava abalado. Mas que foi orientado pela polícia gaúcha a fazer nesta segunda-feira. Segundo Chagas, não é a primeira vez que é alvo de ofensas racistas em jogos no Gauchão. O árbitro estuda entrar com ação judicial contra o clube, por dano moral.

O árbitro foi procurado pelo LANCE!Net, mas não respondeu às ligações. Há 10 dias, o mesmo Márcio Chagas relatou em súmula ofensas racistas de um torcedor do Pelotas, que acabou detido pela polícia, ao jogador Lúcio, do São Paulo-RS.

ESPORTIVO LAMENTA

O diretor-executivo do Esportivo, Bruno Noventa, lamentou o ato. Afirmou que só as pessoas relacionadas à arbitragem têm acesso ao local onde estava o carro do árbitro na Montanha dos Vinhedos.

- Para o Esportivo foi uma surpresa, pelas condições de segurança do estádio. O Esportivo é contra qualquer tipo de ato de racismo. Temos que averiguar direito, porque no lugar do carro do Márcio, só a arbitragem tem acesso. O cadeado é entregue à arbitragem, que fica com a chave do portão. Causa estranheza, porque ninguém leva bananas para o estádio - disse para a Rádio Guaíba.


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